quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Um ano para vencermos.

Fica desejado a todos um ótimo ano novo, que tenham uma excelente passagem de ano – manera no etanol pra não começar o ano com uma ressaca muito braba – com muitas promessas, por que quando a gente quer muita coisa, está com energia e vontade de correr atrás.

Que tenham uma expectativa positiva, isso nos dá motivação.
Celebremos esta noite que seremos pessoas melhores e com boas intenções .
Cearemos como um prêmio merecido que conseguimos no período que s'encerra e nos revigora para termos vigor, paz, sabedoria e humor para alçarmos maiores patamares, sempre orientados por valores humanos.


Sucesso e um abraço a todos.




Humberto.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

A China, as drogas, os ingleses e a morte.

Um britânico preso na China por contrabando de drogas, recebeu a pena máxima e, apesar dos pedidos de clemência, teria sido executado hoje. As autoridades chinesas costumam ser severas com esse tipo de crime.


A China tem um passado de envolvimento com drogas e o império britânico, que muito inglês pode achar que o fato de não ter havido acordo, comutação de pena, ou qualquer outra solução que não a morte do britânico, um certo revanchismo, uma desforra.

Os ingleses – os ocidentais como um todo – sempre foram apreciadores dos produtos chineses, e os chineses nunca viram nada de interessante no que os ocidentais tinham a oferecer. No século XIX, os ingleses começaram a introduzir na sociedade chinesa o ópio produzido na Índia para saldar a balança comercial que lhes era desfavorável.

Com o aumento considerável de dependentes do ópio, o imperador chinês proibiu a importação da droga. Indignada e argumentando “defender o livre comércio”, a Inglaterra entra em guerra com a China (Guerra do Ópio- 1839-42) e sendo vitoriosa, impõe que que os chineses cedam Hong Kong, que cinco portos estejam livres para os ingleses e que estrangeiros possam comercializar livremente à revelia da jurisdição chinesa. O comércio de ópio prosperou, o país se enfraqueceu. Mais uma guerra foi perdida para a coligação anglo-francesa, indo Pequim (hoje Beijin) parar na mão de estrangeiros.

Levantes, revoltas de grupos nacionalistas, aumentavam a crise. Tropas inglesas, francesas, russas, norteamericanas, alemãs fragmentaram o país. A miséria e a corrupção foram o maior legado que a civilização ocidental lhes proporcionou. Perdeu a Coréia, Formosa e a Ilha dos Pescadores. O milenar e rico – pelo menos culturalmente – Império chinês, virou um fundo de quintal ocidental.

A China só voltaria a se levantar com o regime sanguinolento de Mao-Tse Tung.

O fato de um britânico com uma mala entupida de heroína alegar ter problemas mentais não foi considerado pelos chineses. Nem fizeram exames.

O mundo mudou. Em outras eras, qualquer nação que se atrevesse causar mal a um súdito do Império Britânico sofreria sansões e até poderia ser invadido. Hoje, os ingleses acendem velas, rezam, e se conformam. Seu primeiro-ministro disse estar “horrorizado”.

Britãnicos levando drogas para a China continua acabando em morte. Só mudou de lado.

Bomba de nigeriano tinha a mesma eficiência que “inteligência”americana

Os americanos estão pirando com esse papo de terrorismo, atentado, etc. Depois que um nigeriano conseguiu entrar numa aeronave com uma bomba reconhecidamente de alto poder explosivo, e por sorte dos passageiros e tripulantes o artefato pifou, o presidente Obama sancionou novas regras para embarque e procedimentos inclusive de comportamentos durante o vôo.


Só faltou proibirem rezar. Agora tudo e todos têm que ser revistado, bagagem de mão fica longe da mão e o que vai na mão fica acondicionado num saco plástico. Praticamente o que se leva não se tem acesso, não pode usar. Acho que se alguém quiser se coçar, vai ter que pedir autorização para o comandante, que deve consultar a base, e ainda que receba permissão, todo mundo vai olhar com ar de suspeita se fizer movimentos bruscos. Uma hora antes do pouso, nem ir ao banheiro pode.

O mais interessante, é que apesar de já haver uma certa suspeita a qualquer um que tenha cor, barba, e sobrenome estrangeiro, principalmente árabe, o nigeriano que tem seu nome no “SPC” dos terroristas da CIA, e por isso deveria ter seu passaporte retido, não só conseguiu embarcar – o que as autoridades não sabem como ele conseguiu – e o pior, com explosivos que fariam a aeronave sumir dos radares. É um baião de dois de neurose com negligência – ou quem sabe até corrupção. Imagine a piração se o africano tivesse conseguido.

As consequências é que sobrou pra todo mundo. Todos são suspeitos até que se prove o contrário.

Por outro lado, o atentado ainda que frustrado evidencia que estão tentando, o país é alvo de atentados e precisa se precaver, se proteger.

Os americanos precisam pedir conselhos sobre segurança aeroportuária aos israelenses. Em Israel acontecem atentados em restaurantes, feiras, templos religiosos... vira e mexe alguém s'explode, mas é raríssimo ouvir falar que aconteceu alguma coisa em seu aeroporto, ou que alguma aeronava tenha sofrido algum tipo de ação terrorista. O país que está plantado no meio do maior sauceiro do mundo, com zilhões querendo seu fim, tem o sistema de transporte aéreo com segurança eficiente.

Depois de uma furada dessas, a “neura” tem um pouco de razão. Como o serviço de “inteligência” e o de fiscalização acabam permitindo um terrorista que já foi “fichado” conseguisse com seu próprio nome embarcar com uma bomba? Se apelarem pro “geitinho brasileiro”, a coisa é abafada e tudo fica como está, sobrando apenas para os usuários. Se for um país sério e consequente, cabeças deverão rolar.

O artefato e o sistema de defesa americana fizeram fumaça. Qual deles poderá ter uma segunda chance?

domingo, 27 de dezembro de 2009

Mais um episódio da série “morrendo um pouco a cada dia”.


Neste ano que finda, várias capitais e Estados botaram o cigarro praticamente na ilegalidade devido à restrição dos locais em que se pode baforar. O projeto nacional empacou no Congresso, mas tem tudo para no próximo ano virar lei federal – já houve uma lei anterior que não pegou.


Mas como sempre é tempo de se atentar contra a saúde alheia, a revista Caros Amigos, de dezembro, trás uma reportagem muito interessante. Em 2008, o Brasil levantou a taça de maior consumidor de agrotóxicos do mundo, e eu duvido que neste ano alguma coisa tenha mudado. Resumindo, o país utilizou nada menos que 673.862 TONELADAS de defensívos(ofensívos) agrícolas. Ganha um doce quem advinhar quem anda comendo tudo isso. Segundo a revista, dá uma média de 4 quilos por habitante.

Os principais atingidos por intoxicação, são os próprios funcionários das fazendas que trabalham sem equipamentos e sem informações.

A lista de produtos analisados e constatados que estão contaminados – independente do grau de contaminação – é extensa: pimentão(que apresenta o maior índice), feijão, morango, uva, cenoura. Substâncias proibidas em vários países do mundo são encontradas em abacaxi, alface, arroz, batata, cebola, cenoura, laranja, mamão, morango, pimentão, repolho, tomate e uva.

A matéria ainda apresenta um dado bastante interessante: os efeitos dos defensívos, são comparáveis aos antibióticos que vão criando agentes patogênicos resistentes, precisando de drogas mais fortes. Na agriculturas, pragas e doenças também vão precisar de “drogas” que cada vez mais causarão desequilíbrio ambiental, necessitando de mais herbicídas, pesticidas...

As empresas transnacionais que comercializam esses venenos comemoram e querem mais.

A reportagem de Tatiana Merlino é muito interessante, com muito mais informações e preocupações, devido à imensa lista de doenças que essas substâncias causam ao organismo, além da contaminação da água e do solo..

Depois desse texto muito esclarecedor, aprendi que é bom variar o cardápio pra não consumir um pesticida só. O bom é se intoxicar de maneira variada.

UNE: quem te viu e quem te vê.


A UNE – União Nacional dos Estudantes – que teve papel ativo na luta contra o Estado Novo de Getulio Vargas(1937 a 1945) e a ditadura militar(1964 a 1985), aparece enrolada em suspeita de fraude em convênios com o Ministério da Cultura no valor de quase 3 MILHÕES de reais.


A informação é do jornal “O Estado de São Paulo” de 29 de novembro: a matéria do jornalista Leandro Colon sustenta que a entidade “fraudou convênios, forjou orçamentos e não prestou contas de recursos públicos recebidos nos últimos dois anos. A entidade chegou a apresentar documentos de uma empresa de segurança fantasma, com sede na Bahia para conseguir aprovar um patrocínio para o encontro nacional em Brasília. Dados do Ministério da Cultura revelam que pelo menos nove convênios celebrados com a UNE, totalizando R$2,9 milhões, estão em situação irregular – a organização estudantil toma dinheiro público, mas não diz nem quanto gastou nem como gastou.”

A reportagem afirma ainda que entre estes projetos, a organização teria recebido 435 mil reais para a realização de um livro e um documentário que não foram nem executados nem prestado contas. O presidente da entidade, Augusto Chagas, se defende alegando que “Se o objeto não foi executado, o dinheiro está na conta”, apesar de a entidade estar sendo cobrada.

Apesar de seu passado cheio de lutas e glórias, o período de esplendor ficou no passado. O último “grande ato”, que não tem nada de tão grandioso assim, foi na campanha dos “caras pintadas”, no começo da década de 90 pelo “Fora Collor”. Hoje a entidade é acusada do desvio moral e ético que motivou o protesto contra o ex-presidente.

Mas a coisa não se encerra aí. Durante a gestão do prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, que nunca foi flôr que se cheire, a entidade – que teve um passado anti-malufista – fez um acordo muito suspeito com a administração municipal. Os estudantes universitários que quisessem a carteirinha de passe escolar teriam obrigatoriamente que solicitá-la via entidade, precisando para isso se filiar. A UNE através da prefeitura arrecadava e não falava mais mal de Maluf: ficou bom para os dois lados – e mais caro para os estudantes.

Maluf que não era bobo nem nada, usou esse tipo de expediente até com sindicatos, fazendo com que vários serviços fossem mediados por entidades de classe, precisando para isso sua filiação, engordando os cofres dessas agremiações, alinhando-as com o alcaide.

A Une, Ubes, Umes, e outras entidades estudantís, são feudos de uma politiquinha tão pequenininha, tão alienante, tão reacionária e estúpida de partidos políticos de esquerda como PT, PC do B, PSTU, e sei lá mais o que. A última coisa que os estudantes (delegados) arregimentados por essas “forças políticas” podem fazer é pensar e refletir. São arregimentados em suas escolas e universidades para serem usados como massa de manobra nas votações de coisas que ficam entre o irrelevante e o inconsequente. Ninguém discute pontos de vista, apenas são orientados de como deverão votar. É a mesma doença que acomete países socialistas, doutrinação e bajulação. Coisa de quem tem vocação para gado.

Tem muita esquerda dando aula pra direita. As acusações que a UNE deverá responder, não estranho. É uma entidade ultrapassada, que deveria ter sido enterrada há muito tempo, mas enquanto o negócio estiver dando dinheiro, deve continuar por aí representando seu umbigo.

Não quero encampar o discurso de que há um orquestração contra os movimentos populares. Movimentos “populares” e lideranças corruptas, por mim devem ter seus lugares na cadeia.

Fiquei impressionado ao ler que em apenas dois anos a organização estudantil teve um repasse de quase três milhões de reais de dinheiro público pra queimar em suas farras políticas, pra continuar pregando seu maniqueismo entre esquerda e direita. Mas esse apreço pela entidade estudantil não é uma coisa tão gratuita assim, o Ministério da Cultura – o mesmo que repassou essa bolada – tem como chefe da pasta, Orlando Silva, um quadro do PC do B, é ex presidente da UNE. Ah, agorentendi.

Mesmo que a entidade prestasse contas tudo certinho, dá a impressão que tem dinheiro sobrando.

É, dinheiro tem, a gente é que não tem os amigos certos.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Moda é f...



Soltar balão é proibido.

Tem (muitas)coisas do mundo em que vivo que não consigo entender. Uma que sazonalmente m'encomoda é a moda. Essa tal de calça “saruel”, que me desculpem as mulheres, mas acho uma coisa simplesmente pavorosa. Tenho a impressão de que é pra usar com fralda por baixo.


Fico imaginando de onde saem essas coisas aberrantes, quem ou “quens” inventa(m) essas coisas de gosto bastante duvidoso e por que que acaba se massificando, virando moda? Vão discordar de mim, mas moda parece remédio amargo, que não se discute o gosto, toma-se e acabou. Não se discute o que está na moda, se fica bem ou é uma esquisitisse, usa-se e pronto.

Sei que minha opinião é irrelevante, mas não vi nenhuma mulher que lhe caisse bem o traje, nem tampouco quem o elogiasse. O máximo que ouvi foram piadas e estranheza.

Há uns anos atrás virou moda, uma verdadeira febre, as mulheres usarem uns estofamentos nos ombros, que as deixavam parecendo jogadores de futebol americano. Na época, até cachorrinha de madame usava, a ditadura da moda – que as próprias pessoas se impõem – foi severa. Do mesmo modo em que na China maoista todo mundo vestia a mesma roupa, determinada pelo Estado, a moda aqui determinava – e determina – por auto imposição que a uniformidade imperasse.

Um, dois anos depois que aquela “coisa” sumiu, apareceram algumas estilistas e jornalistas ligadas à moda, fazendo comentários que aquilo tinha um gosto bastante discutível, tratando como uma das esquisitices da década. Interessante foi inclusive seu sumisso. Nenhum pobre, nenhuma qualquer pessoa apareceu usando aquilo, ou seja, não foi dado, nem vendido, simplesmente desapareceu, s'escafedeu! Ou estão no fundo dos armários, ou foram jogados fora.

Essa tal saruel, que já é esquisita pelo nome, tem tudo pra ir pelo mesmo caminho. Daqui há alguns anos, provavelmente as pessoas darão risada das fotos em que aparecem usando essas roupas de circo.

Mas o show (da moda)tem que continuar.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Clima de insegurança.

A nevasca na Europa e EUA parece encomendada. Menos de uma semana após o mundo não s'entender sobre emissão de poluentes e gases que alteram o clima, o hemisfério norte é brindado com uma baixa de temperatura que há muito tempo não se tinha notícia.


Depois de um ano em que a seca causou queimadas que incendiaram várias mansões e casas de campo, a nevasca evidencia que o tempo anda meio virado. De clima oscilando entre verão pra lá de tropical, ao inverno siberiano.

O hemisfério sul também não passa incólume. Secas que deixam o solo esturricado intercalado com enchentes e ventanias que destroem o que aparece à frente tem sido cada vez mais comum. Chuvas diluvianas arrasam tudo e causam alagamentos. O ser humano põe a intervenção na natureza em segundo plano, priorizando a produção econômica. Aí a natureza como bicho arredio destrói o que foi construido, causando muitos prejuízos, mortes e muitos sofrimentos.

O preço dos alimentos oscila conforme a natureza, devido à safra inprevisível. Basta não chover na hora certa de plantar ou um temporal, seca, ou geada na colheita e o preço pode disparar influenciando a inflação, fazendo com que a população coma produtos de menor qualidade e mais caros.

Agora a crise econômica acabou. No próximo ano a expectativa é que a economia mundial cresça de vento em popa, o que significa mais intervenção na natureza, muuuito mais emissões de poluentes pra que se produza tudo o que foi negociado, pra que se entregue tudo o que foi produzido, etc. Se o mundo voltar ao ritmo de 2008 – antes da crise – quando muitos setores não davam conta das encomendas, e a produção de petróleo estava emparelhada com o consumo mundial, e acrescentando que não há nenhum limite para poluir, podemos esperar um futuro marcante para as novas gerações.

Pare o mundo qu'eu quero descer!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Penitência natalina.

Ano passado consegui passar este período natalino sem ouvir “Então é Natal” – sei lá se é esse o nome – de Simone. Neste ano o destino não me foi tão generoso, mas continuo com meu santo, velas e patuás de plantão, porque até passar a data o território continua minado e ter que ouvir uma segunda vez ninguém merece. Livrai-nos deste mal!

domingo, 20 de dezembro de 2009

Avatar, o mico.



Mais uma personagem que saiu direto do jogo (de poder) para as aventuras da campanha eleitoral. Soma de tecnologia e máquina pública, o enredo se dá quando Dilma, uma super-ministra usa de seus poderes para tentar voar mas não consegue decolar no mundo das pesquisas eleitorais.


Ela se imagina eleita no futuro, mas tudo pode não passar de uma realidade virtual não se sustentando na vida real, e esse é o dilema da personagem principal, fazendo com que pense que está em outro mundo.

Mesmo contando com o apoio e os palanques de um presidente já chamado de “sapo barbudo”, com mais de 80% de popularidade, precisa enfrentar o problema da falta de transferência dessa popularidade à candidata virtual, que na vida real, nega que a campanha começou, alegando que espera uma posição do partido, e que tudo tem seu tempo.

A disputa entre o real e o virtual – ela está inaugurando obras ou fazendo campanha – é acrescentado de outro componente, seu oponente real, Serra, um tucano careca, disputa por fora e consegue uma margem maior e real de intenção de votos, complicando a vida da personagem. É preciso muito esforço para tentar ganhar votos sem acordar a Justiça Eleitoral que dorme profundamente.

Fazem parte do elenco, Ciro Gomes, um ex-ministro que é pressionado para disputar o governo estadual, mas quer mesmo é a presidência, e Marina Silva, também ex-ministra, religiosa, consagrada pela bandeira ecológica de defesa do meio ambiente. Dilma, Ciro e Marina disputam praticamente no mesmo território um tirando voto do outro.

A meta é alcançar o planalto central e botar a “faixa”, no período de aproximadamente um ano. Mas para isso deverão não abrir mão de um recurso consagrado e não assumido: o “caixa 2”, que não tem nada de virtual.

A disputa que mostra embates velados e conspirações, promete esquentar após o encerramento da Copa do Mundo. Conchavos, abuso de poder, troca de favores, uma trama onde tudo pode acontecer tanto por baixo dos panos, como às claras com imagens pela imprensa, em campo aberto, com pastelão, baixaria e puxadas de tapete.

O ministério da bagunça adverte: há uma grande chance de a história não ter um final feliz.

Obs: a renda da bilheteria será destinada ao caixa 2 dos candidatos.



sábado, 19 de dezembro de 2009

Copenhage: clima esquenta e azeda a maionese.

Natureza não passaria no 'anti-dopping' e o mundo não está nem aí.


O mundo não se entende. Há meses atrás, na famosa “Rodada Doha”, divididos entre “ricos” e “pobres”, as nações empacaram, um bloco exigindo do outro atitude sobre diminuição de barreiras alfandegárias. Todos se acusaram de protecionistas e ninguém abaixou suas tarifas. Todos voltaram pra casa de mãos vazias.

A Conferência do Clima da ONU, a “COP15”, teve o mesmo roteiro, os mesmos protagonistas (antagonistas) e mesmo destino. Divididos em ricos e pobres imbuídos pela intransigência que comandou seus espíritos decidiram que todos estarão livres para poluir e deixar que a natureza dopada comande a insanidade climática.

Ficou assim: todo mundo promete pro papai do céu que vai diminuir as emissões de poluentes mas tudo depende da concorrência econômica. Ninguém tem compromisso com nada nem com ninguém. Se o planeta ficar com febre, vai ter que se virar por conta, ou contar com boa reza. O “fundo”proposto, acabou cheio de intenções e divergências, mas sem fundo.

Setores em que há uma disputa acirrada, são mais difíceis de pensar em gastos com meio ambiente como filtros, reciclagens, processos que causem menos intervenção ambiental, que encarecem custos e diminuem a competitividade. Mas se alguém quiser por vontade própria dar uma esmolinha para o meio ambiente, será bem aceito.

Como compromisso assumido já não é garantia de compromisso cumprido, sem compromisso então, esperar por iniciativa e consciência própria, países e empresas poluidoras vão fazer inversões necessárias para reverter o quadro climático é acreditar em papai-noel, mula-sem-cabeça e que o bem vencerá o dinheiro.

EUA E China, os dois principais concorrentes agentes econômicos e poluidores mundiais saem de Copenhage livres leves e soltos. Mas é interessante frisar uma coisa: os EUA (sr.Obama) foram para a Conferência, que tem como proposta central um acordo coletivo de controle de poluentes, com a posição de que não vão se sujeitar a aceitar metas estipuladas por outrem. Então por quê foram lá? Foram fazer o quê lá, desmobilizar, usar seu peso pra jogar contra o planeta? Apresentar uma proposta micada e não se dispor a negociar é o cúmulo.

Tomar uma posição tão esdrúxula e pedante como essa, ficasse em casa e mandasse o mordomo dar o recado. Seu Obama, sua popularidade em seu país e no mundo está como o meio ambiente. Em decadência.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Borrachada pelo clima em Copenhage

Em poucos dias da conferência sobre o clima em Copenhage, na Dinamarca, quase mil e quinhentas pessoas foram detidas. Acho que tem mais gente indo conhecer os DPs, o “mocó dos mano”de lá, que participar da conferência.


Como os costumes são diferentes, não adianta pedir emprestado o celular que eles não vão entender. Não é por não entender o português ou o inglês, mas porque celular na cadeia só no Brasil mesmo.

Poderiam lançar a camiseta: “Copenhage, Eu estive preso lá!”

No primeiro mundo até xilindró é chique, nestes dias de evento internacional pode rolar um intercâmbio cultural com oenegês antiglobalização, anarquistas, anticapitalistas etc, e tudo dentro da mesma cela.

Outra coisa é poder experimentar a borrachada dinamarquesa, compará-las com os rústicos cacetetes nacionais. O camburão, a algema, e o gás lacrimogêneo, será que tem fragrâncias igual banheiro de shopping, ou será que lá também só tem a única variação “pimenta”, que existe por aqui? Ir até lá cheirar o velho gás lacrimogêneo ou pimenta que tem aqui não tem graça. O legal é conhecer novidade.

Como será ganhar um ematoma no primeiro mundo? Será que lá tem o tal do “exame de corpo delito”? E o desacato? Quem sabe a mulherada goste do desacato de um policial corpulento, de olhos claros, xingando em dinamarquês. Instiga o fetiche feminino de um belo tipo uniformizado, fardado... Vi pela televisão uma policial durante um confronto, era enorme, corpulenta, loira, brava que só cão. Pensei comigo: “tadim di eu, alí no meio, na mão dessa mulher.” Pelo menos o “pé na orêia” ajuda a compensar o frio que é intenso.

Talvez o maior problema seria você acabar passando muito tempo como um guerreiro escandinavo detido no país nórdico, preocupado com mudança climática, fundo global, corte na emissão de poluentes, pum de vaca, etc, e quando retornasse à terrinha, descobrisse que tua mulher te botou um chapéu de viking.

_Voltei chifrudo e de saco cheio!


segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Nem me viu.

Tem gente que não gosta de aparecer. Mantém-se discreta, imperceptível, ninguém nota.


Um moleque passou seis meses na barriga da mãe, uma atleta clilena, que por um intercâmbio estava num clube em São Paulo, resolveu nascer no Brasil. De uma hora pra outra a esportista virou mãe.

Fica a pergunta: como uma mulher há seis meses sem menstruar e com todas as mudanças no organismo pode não saber ou não perceber uma gravidez? Isso levando em conta a palavra da levantadora de peso que alega não saber que estava grávida.

Deve ser muito estranho num dia a pessoa treina, faz suas atividades, cumpre sua rotina, e no outro, se torna mãe, praticamente “sem” gravidez, sem pré-natal, sem nenhum exame nem acompanhamento, como se tivesse literalmente “ganhado” uma criança.

Pelo jeito, tem pai que também não sabia que seria pai. O cara saber que sua namorada ou amante engravidou pode ser uma barra. De um dia pro outro descobrir que seu filho já nasceu, sem ao menos saber que havia sido encomendado é de deixar qualquer um de queixo caido.

O moleque que passou meses escondido, sem dar sinal de vida, virou celebridade. Está estampado nas manchetes dos meios de comunicação do mundo todo.

Foi o gado!



Só o gado tem "escapamento"
A preocupação com o meio ambiente e a poluição tem levado ao apontamento de, desde matrizes energéticas à práticas utilizadas na produção de bens, serviços e costumes domésticos ao banco dos réus. Nada nem ninguém está livre de ser acusado de ser um agente poluidor, um criminoso ambiental.


De uns anos pra cá, descobriram que os vegetais ao serem processados pelos intestinos libera gás metano, um dos principais causadores do “efeito estufa”, causador do “aquecimento global”, e a eliminação desse gás pelos animais é conhecido como flatulência.

Por incrivel que pareça, o Brasil é tido como um grande poluidor nesse quesito. Mas como nosso costume é sempre botar a culpa nos outros, já acharam um culpado:  o gado bovino!

Coitada da pobre vaquinha e do pobre boizinho, que pastando entretido em sua sagrada alimentação, ignoram que estão sendo acusados de um crime ambiental que caminha para se tornar hediondo. Quem será que mediu, que quantificou a liberação de “gazes bovinos”? Não tinha outra coisa pra fazer, não?!

O problema é que a gente anda por aí pela cidade, passando maus bocados e não vê um bovino por perto, não s'escuta um mugido. Principalmente – mas não só – em ambientes fechados.

É no trabalho, na rua, no shopping, na feira, no elevador... em todo lugar percebe-se que a emissão e concentração de gás metano na atmosfera as vezes está em nível crítico. Pelamordedeus! Feliz de quem é cego do nariz.

Dá vontade de perguntar aos presentes: "foi o gado?"

Falta uma campanha no rádio, jornais, internet e televisão: “peidar é um ato anti-ecológico. Contribui com o efeito estuva, o aquecimento global.”

Se continuar assim, a composição da atmosfera terrestre deve se aproximar das de Júpiter, Saturno, Urano e Netuno, ricas em metano. Acho que por isso não há uma alma viva por lá, foi todo mundo embora. Podemos dizer que nesses planetas, há uma “pummosfera”(atmosfera de pum”), ou “peidosfera”. Talvez botem a culpa nos deuses romanos.

A terra não é território de nenhuma divindade romana, mas precisa?

Chegando o fim de ano, época de festas, bebedeiras, muita comilança, os intestinos devem trabalhar dobrado. A luta contra os gazes do efeito estufa sofre um revés. Haja sal-de-fruta e sonrisal. A emissão de gás metano deve se intensificar junto com as desculpas: "foi o gado!"

_Muuu!

sábado, 28 de novembro de 2009

Tem mais fumantes embaixo da terra que em cima.

O IBGE divulgou que o país tem mais ex-fumantes que fumantes. Deveria dizer também que existem mais fumantes mortos que vivos, e que estes vivos estão pagando para passar para o lado dos fumantes que conquistaram seu paletó de madeira.


Pelo menos esses não perturbam mais a vida dos vivos com bituca, maço, palito de fósforo, cinza, a fedentina de cinzeiro ambulante, fumaça, tosse, escarro, e toda aquela nojeira que o fumante tanto adora e que acha que todos à sua volta devem compartilhar.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Cuba dá sinais de que as coisas estão esquentando

Vi na tv noticiário sobre movimentação de tropas e treinamento militar em Cuba. Segundo a emissora, o exercício, seria contra uma possível invasão americana.


Se fosse levar em conta o motivo alegado, não teria nada mais patético que Cuba se preparar para enfrentar “no muque” os Estados Unidos no momento em que o país começou a rever o bloqueio, assinalou com diálogo, permitiu que visitantes (americanos) gastassem mais na ilha, entre outras medidas que põem a guerra fria naquele espaço geográfico em degelo. Nunca houve um presidente americano, desde a tomada do poder por Fidel, tão próximo do diálogo e da negociação, e tão distante de uma invasão.

Nas minhas contas não se trata disso.

A ilha tem passado economicamente por maus bocados, e a fome vem crescendo, há um desabastecimento crescente e conforme relatos, em caso de internação, a família precisa levar desde material para sutura, até roupa de cama, alimentação, remédios, etc. A lista de produtos fornecidos pelo governo é cada vez menor, inversamente proporcional à lista de produtos adquiridos no mercado negro a preços (bem) maiores.

O governo não vê solução, a não ser acusar os desgostosos de inimigos da pátria, prendê-los e impor penas e sanções. Ou seja, a revolução está desmanchando, e por isso não teria cabimento nenhum gastos militares para enfrentar inimigo externo. O ensaio é para intimidar inimigo INTERNO. É uma maneira de intimidar a população da própria ilha.

A dinastia castrista deve estar sentindo cheiro de coisa queimada. O descontentamento é muito grande, a pressão se eleva e um fato de repercussão, como uma prisão, uma morte, algo emblemático pode funcionar como pavio acesso e inflamar a população. Uma vez começado um onda de protesto, vai ser dificil contê-la. A coisa não está pior por que tem olheiros (soldados à paisana) por todo lado, e a população tem medo de ser presa.

Se a maionese começar a desandar, os irmãos Fidel, Raul e Chávez da Venezuela, afinarão o discurso dizendo que é obra do “imperialismo ianque”. Não aceitarão críticas indicando que o problema é de má administração, estreitismo político, bancado por um saudosismo ideológico anacrônico.

Raul Castro perdeu o bonde ao parar as medidas que oxigenavam o sistema. Se tivesse sido um pouco mais ousado e menos carrancudo, apelando para o modelo chinês que muitos analistas na época viram como alternativa, hoje talvez estivesse menos encurralado. Agora parece sofrer de falta de visão causado por pressão crescente, falta de alternativa – dentro de seu modo estreito de pensar – e por se permitir apenas mudanças estreitas e inócuas como somente aquelas que preservam a revolução.

Raul deveria fazer como seu irmão, vestir o pijama e pedir licença. Deixar a população escolher seu futuro governante com suas propostas. Se em cinquenta anos de doutrinação a população não s'encantou com os valores da revolução, não será agora que o farão. Quando botaram o ditador Fulgêncio Batista pra correr, não se elogiou tanto o povo pela sua sabedoria e seu heroismo? Então, entregue o poder nas mãos desse povo. Não se trata de ser contra ou a favor do socialismo cubano, trata-se de reconhecer que a fruta apodreceu e está cai não cai.

Corre o risco de não se comemorar o 51º ano da revolução.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Obama libera o peru na Casa Branca.

Foto:Terra/AP
Olhaí. O presidente Barak Obama acaba de conceder os primeiros indultos de natal. Com cerimônia descontraída na Casa Branca, o mandatário liberou do sacrifício dois perus, que têm até nome: Courage, que em português significa coragem, e Caroline. O animal escolhido que aparece na imagem divulgada tem uma pinta de elite da raça, com um ar meio de soberba.


Em solenidade tão descontraída, Obama tirou fotos sorridente com a mão no peru. Lá, em novembro se comemora o “dia de ação de graças” ou “Thanksgivin day”. Uma data que vem do período de colonização no século XVII, em que após um inverno rigoroso, acabaram tendo um boa colheita. Daí a comemoração ser um agradecimento a deus pelos bons acontecimentos ocorridos no ano.

Apesar de o casal indultado virar celebridade, posar com o presidente e assessoria, talvez dar entrevista para a CNN, os Jô's de lá, e outras grandes empresas de comunicação, é o período do “holocausto”de perus, sendo a ave, o principal prato da mesa americana nessa data. Esse pessoal todo tão cheio de “humanismo” ou quem sabe, “peruísmo”, após a cerimonia vai para casa devorar seu peru entre a família e amigos.

Aqui no Brasil, virou costume comer peru no natal, só não temos esse ritual de gosto duvidoso de alguma autoridade ficar fazendo cena com um animal criado para ser abatido. Aqui o negócio é encher o bucho de comida e cachaça a noite inteira, e depois roncar que nem um porco caido pela casa.

Que tal, depois de copiar os americanos com aquela festinha idiota do relouím, a gente começar a comemorar o dia de soltar o peru?

Cacofonia ou cacófato

S'eu falar “amo ela” vão olhar pra mim como se estivesse falando um palavrão. Não pode. Quando duas – ou mais – palavras pronunciadas, acabam soando desagradável, tornando-se pejorativa, essa construção deve ser evitada. Essa junção infeliz de sonoridade sofrível, é chamada de “cacofonia”, ou “cacófato”. Poderíamos também denominar,“ecafonia”,ou dependendo da escorregada, pode-se dizer que a pessoa falou uma “cocofonia”.


Da mesma maneira, “por cada”, “uma mão”, ou “boca dela”, são expressões que deveriam ser deixadas de lado. Mas considerando o adágio: “a beleza está nos olhos de quem vê”, aqui no caso, de quem “ouve”, a cacofonia é até relativa. O certo seria dizer “dê- me”, e não “me dá”, como é o usual. Neste caso o certo – segundo os “donos” da língua – acaba sendo o que pra boa parte da população é esquisito, pedante, parecendo coisa de gente esnobe, e o errado, é o certo, para quem faz uso do idioma no dia-a-dia, sem regras nem formalidades. O exemplo acima não é uma cacofonia, apenas um deslize sobre as regras, utilzei-o para ilustrar a sonoridade, que, dependendo do meio em que a pessoa viva, há uma “inversão estética sonora” – se é que m'entende. “Si pã nóis pum, cê tá?!”

Não sei se é folclore, mas dizem que a apresentadora Luciana Gimenes teria dito algo como: “Mãe, queria agradecer por você ter me tido.” E aí desceram a lenha nela.

E o “ no cume entra”, “no cume sai”, “fé demais”, ou a frase, “fulano chegou a pouco de fora”, ou “tem culpa ele?”...

Sempre ouço comentaristas econômicos falarem em “boom da economia”. E agora que o país está crescendo, saiu da crise, é um tal de “boom da economia” pra cá, “boom da economia pra lá”, é “boom da economia” pra todo lado. Se se flexionasse o substantivo “economia” mudando para “econômico”, não eliminaria a tal cacofonia sem alterar o significado, “boom econômico”? Não seria uma coisa relativamente fácil?

Por que essa bruta cacofonia é utilizada sem culpa e perdoada? É aquela velha história, usar estrangeirismo é chique.

Quanto mais se pensa a respeito, mais exemplos vêm à cabeça. A língua portuguesa parece privilegiada nesse quesito. Além dos percebidos, deve haver mais um monte deles sendo pronunciados por aí.

É uma constatação: o cacófato abunda.

sábado, 21 de novembro de 2009

Só resta à Fifa assumir as consequências.


Thierry Henry

Fez o que muitos fariam, assumiu como poucos assumiriam.

O mundo caiu de pau em cima da Fifa pela maneira com que a França se classificou e a Irlanda foi desclassificada. Por uma jogada do jogador francês que estava mais para volei que futebol, uma ajeitada de mão que o mundo todo viu devido à tecnologia e deixou numa situação delicada não só a arbitragem como a própria Fifa.


Perto de uma semana atrás, em uma partida do campeonato brasileiro, o árbitro anulou um gol legítimo causando uma enorme polêmica, que teve como desfecho, seu afastamento dos campos até o fim do campeonato.

Hoje existe tecnologia que não acaba mais, que elucida qualquer lance de maneira clara e objetiva, na hora. Quem assiste uma partida do ludopédico pela tv, vê as emissoras se utilizando de recursos virtuais que dissecam todo lance, esquadrinhando o campo, congelando a imagem, fazendo um giro do lance mostrando-o por outro ângulo, medindo distâncias, velocidade da bola, etc, tudo simultâneo. Mais rápido que pastelaria.

Se a entidade suprema do futebol represa a tecnologia não servindo o esporte de recursos que outras modalidades têm, é preciso assumir as consequências. A maior delas é o risco de os árbitros e a própria Fifa caírem no descrédito, ou até terem posto sob suspeita sua integridade moral.O mundo todo viu o que só o juíz – acho – não viu.

Esse francês vai ter que fazer muito para não ficar estigmatizado, pode passar a eternidade arrastando essa cruz, servindo de referência para desonestidades, atos antiesportivos, e por aí afora.

O futebol hoje é seguramente o esporte mais popular do planeta, e seu auge, a Copa do Mundo. Enquanto a informação corre o mundo na velocidade da luz, a arbitragem parou na época do cinema mudo, talvez a mesma idade de seus dirigentes internacionais. A arbitragem está na era em que havia dinossauros e João Havelange usava calças curta.

Nada mais em campo parou no tempo. Os jogadores são atletas profissionais que têm empresários. Os clubes, não são mais como eram antigamente, são empresas que fazem contratos milionários, têm centros de treinamento modernos, etc. Os jogadores, além do técnico, são assistidos por médicos, psicólogos, têm toda uma equipe técnica por trás. Existem “direito de imagem”, “direito de patrocínio”, rola muito dinheiro. Mas o apito é o mesmo do começo do século passado.

A argumentação de que nem todos os clubes podem dispor dessa tecnologia é nivelar o futebol mundial pela várzea. É só uma questão de estipular como deve ser em cada nível. A tecnologia de uma partida da série “A” será logicamente diferente de uma partida da série “B”, “C”, ou “D”, da mesma maneira que será diferente para uma Copa do Mundo. É uma questão de (falta de) vontade.

Essa falta de recursos tecnológicos para elucidar os lances polêmicos não é visto como uma coisa romântica, de dar mais emoção às partidas, como argumentam alguns, mas demonstra um incompreensível atraso. Enquanto isso não muda, são os árbitros que sofrem as consequências.



Em tempo: Pode-se dizer sobre a França que foram DOIS escândalos. O primeiro, pela classificação por um ato ilícito, desleal, da ajeitada da bola com a mão, e o segundo, pelo fato de uma seleção de peso como a francesa se classificar na repescagem. Quem diria.




Dia Internacional Em Que Não Se Comemora Nada.


Tô azedo!


Abro o Terra e de cara aparece uma referência sobre o “ Dia Mundial do Banheiro”(grifo meu). Não só me faz pensar sobre a data , como a citação feita pelo meio. Uma informação tão nada, e o veículo de informação a colocou em lugar de destaque. Na foto, aparece uma estátua de costas com uma calça arriada até a altura do joelho, conforme descreve a legenda em seu rodapé, identificando a estátua suiça como sendo de Freddy Mercury.



Poderia ter também o “Dia Internacional da Coversa Fiada”, “Dia da Melancia no Pescoço”, “Dia Interplanetário da Informação Que Não Serve Pra Nada”, esta aliás, urge, por que o que tem de informação inútil rodando por aí, e com o twitter, aí é que o sindicato dos “nada pra dizer” ganhou zilhões de adeptos que ficam despejando bizilhões de informações vazias. A continuar assim, os provedores precisarão se reunir e implementar uma “Companhia de Saneamento Básico Virtual”, para tratamento de cyber esgoto.

Voltando à data citada, por que, dia “Internacional”? Quem, que instância decidiu isso? Os dias internacionais comemorados, da “mulher”, da “criança”, do “trabalho” (ou do trabalhador), são escolhidos geralmente por algum órgão da ONU, e até entende-se seu objetivo, mas e o “Dia Internacional do Banheiro”, que (quais) instância(s) neste planeta decidiu(decidiram)? Qual sua representatividade? Ou será que o parlamento da “Ostrobóvia” pode sair por aí criando datas comemorativas que vão além de seu território?

Vivemos na era da informação, é verdade, mas da informação ociosa, mesquinha, grande em sua pequenez. De todas as arrobas de informação que serelepe trafegam pela rede, se tirassem a “gordura”, iria sobrar muito espaço e a cabeça de muita gente iria sair do nível crítico, próxima do estresse.

Para os que gostam de informação ociosa, de acalorada conversa à toa, sobre assunto irrelevante, dedico este meu texto. É pra vocês.



terça-feira, 17 de novembro de 2009

Pelada do milhão

A seleção brasileira foi jogar lá em Omã e embolsar 4 milhões de dólares. É inacreditável. Desconfio que um antigo adágio que dizia “dinheiro não dá em árvore”, tenha sido superado.


E o pior, se fossem contemplados com uma grande partida de futebol, mas é um joginho feio de segunda divisão, um futebolzinho tísico, raquítico, duro de assistir, que acho que aquele povo “das arábias” estão com os bolsos cheios e não têm nada com que se divertir, então pagam o que pra nós seria caro, vendo um rola-bola tão sem graça.

É a pelada milionária.

Menos corrupção aonde?

O Brasil melhora cinco posições no índice de percepção de corrupção, em relatório divulgado pela ONG Transparência Internacional. O país passou da 80ª posição, para 75ª.


Uma notícia dessas no semestre em que o Congresso deitou e rolou, e os meios de comunicação quase que diariamente divulgaram escândalos de toda ordem.

Acho que rolou um por fora.

No princípio era o verbo...

Antes d'eu fugir do mobral, aprendi na escola que verbo era aquilo que indicava ação.


Depois os teóricos que analisam tudo com lupa, resolveram que o conceito estava errado, fora de foco, que não explicava como deveria e tal, e daí resolveram reexplicá-lo. Um milhão de descrições apareceram.

Tô eu aqui fuçando na internet e coçando minhas pulgas, quando vejo numa página que “verbo é a classe de palavras que possui a maior quantidade de flexões: tempo, modo pessoa e número.” Que raio de explicação é essa?

Acompanhando o raciocínio, vamos explicar o que é carro: é um objeto que possui um grande número de peças: pneu, lataria,banco, vidro... Tá explicado o que é carro? Passou longe, né?!

Quando vejo essas coisas, lembro do conceito de cultura, que acabou virando um monstro que ninguém se atreve a pôr a mão. Cultura é tudo e não é nada. Antropólogos, etnógrafos, macumbeiros, culturólogos, historiadores(culturais), pipoqueiros... tantos tentaram esgotar o conceito e como todas as tentativas foram rejeitadas, acabou virando uma assombração. Sempre falta um dedinho, uma vírgula, tem alguma coisa a mais que não cabe a essa ou àquela civilização.

Tem gente com medo de escrever sobre o tema, porque tem que, mais ou menos dizer de qual conceito mais se aproxima, e daí precisa estudar milhões de textos de teoria e 'contra-teoria' a respeito, pra no final acabar com uma interrogação sem tamanho embaixo da peruca. Outros, apesar de tratar de temas relacionados, assumem que não vão se embrenhar nessa mata espessa.

Se os “grandes” e “tarimbados” não conseguem tirar o conceito do lodaçal, o que dirá um acadêmico “dente-de-leite”.

Essas coisas, por mais exdrúxulas que possam parecer fazem parte do universo acadêmico, de querer aprimorar o conhecimento, o problema é que pode acabar dando nesse 'terrorismo conceitual' que critica tudo e todos, rotula os que tomam posição, e o mais fácil é apontar pontos fracos, o difícil – as vezes impossível – é esgotar alguma coisa num conceito. E outra coisa é a salada de explicações que acaba aparecendo.

Aquele conceito de verbo qu'eu aprendi lá no paleolítico, ainda me lembro, e é o suficiente pra entender do que se trata, já todos esses conceitos novinhos, tão precisos, tão atuais, acabam sendo tantos, que reconheço: não sei mais o que é verbo.

O que é verbo?

Dinheiro tem

Madonna deu uma voltinha e em aproximadamente um dia levantou 10 milhões de reais para causas sociais. O volume e o tempo gasto é de se tirar o chapeu, mas ela é ela. E a gente é paga-pau de gringo. Se ela ficasse uma semana arrumaria grana pra pagar a dívida interna, a externa, e ainda sobraria uns cobres pra 'tomar um café'.


A material girl in the material world é vista como um grande painel, e vincular o nome de um produto, uma marca à loira, é visto como bom negócio. Acredito que Madonna deva ter oferecido – ou deve ter aceitado – como contrapartida à contribuição, algum tipo de divulgação promocional.

O irônico é que foi organizado um jantar no Rio, na casa de Eike Batista, o novo magnata do petróleo, e Jesus Luz, o amante da loira não apareceu, e o jantar acabou interrompido pelo apagão. É, quem não está com Jesus está nas trevas.

Margem de lucro.

A revista Caros Amigos de outubro trouxe uma informação interessante. Segundo dados divulgados pela Petrobras, seu custo de extração de petróleo por barril sai a US$ 9,6(cotação de setembro do ano passado). Menos de dez dólares é o custo da empresa para tirar um barril de petróleo, que hoje é vendido por aproximadamente a quase US$ 80,00 – e subindo. Nessa conta não entra o pré-sal, que são outros quinhentos.

sábado, 14 de novembro de 2009

Futebol por osmose.

Não acompanho os jogos do campeonato brasileiro de futebol, mas nem preciso. Estou aqui em casa lendo, escrevendo e de vez em quando a vizinhança que fica num barzinho aqui próximo explode em “urros”. Quando o barulho é muito forte, a comemoração eloquente, estico o braço e ligo o rádio que está ao meu alcance e logo vem o comentário: “Gol do time tal...”


Desligo o aparelho e volto a atenção – enquanto deixam – ao que estava fazendo.

Obras grandes, grandes acidentes

O governador do Estado de São Paulo, o candidato à presidência, José Serra, demonstrou que a campanha rumo ao planalto central será acirrada. Mal o governo federal da candidata Dilma Rousseff, implementou o apagão, que azucrinou o país inteiro e foi motivo de muita discussão, na mesma semana, o governo estadual derrubou o Rodoanel sobre a rodovia Régis Bittencourt, que por sorte não matou ninguém.


Serra quer se tornar conhecido com o lema: “Grandes obras merecem grandes acidentes.” Sua primeira obra de vulto foi a famosa linha do Metrô que afundou, causando interdição em diversos imóveis da região além de ter “sugado” uma Vam com 11 pessoas que não sobreviveram. Lamentável.

Agora três vigas acentadas sobre uma rodovia cederam e cairam sobre ela, em cima de veículos que por azar estavam bem alí, naquele momento. Duas pessoas continuam internadas.

O governo federal – no caso do apagão – botou seu escrete da desculpa esfarrapada para funcionar, vamos ver qual vai ser o procedimento do governo estadual. Não sei se estas obras têm repercussão nacional, acho que não, mas seus acidentes, com certeza.

Serra conseguiu um tento, fez com que a mídia desviasse sua atenção do problema federal de interrupção de energia e sua(s) fragilidade(s), para sua chuva de vigas.

Quando houve o afundamento nas obras do Metrô, tivemos que aguentar Maluf pondo as mangas para fora, todo cheio de querer ser, dizendo que ele havia constuído o planeta e todas suas obras estavam funcionando perfeitamente, ignorando todas as acusações que sofre na justiça por superfaturamento, desvio de verbas, remessa ilegal de dinheiro ao exterior e contas ilegais. Com a queda das vigas do Rodoanel, não deve demorar muito e o sr. “rouba mas faz” deverá aparecer pra contar vantagem.

Nosso ouvido é penico.

Aposentadoria:coitado de quem passa por isso.

Vejo as denúncias dos aposentados nos meios de comunicação que ainda abrem espaço e confesso que fico comovido com a situação deles. “A tendência é que daqui a algum tempo todos [aposentados] passem a ganhar o salário mínimo”, senador Paulo Paim, revista “Caros Amigos”de outubro. Parece mentira mas é a realidade.


O governo so dá a reposição integral para os que ganham salário mínimo, os demais ficam com a pecha de “marajás”, como se estivessem ganhando mundos e fundos. Contribuíram sobre vários salários, e vêem seus rendimentos sangrarem até serem reduzidos ao mísero pé da renda nacional.

Nesse ponto, a imprensa em bloco faz coro com o governo, colocando a coisa como “aumento de despesa”, inchamento de gastos públicos, tipo de gasto que o governo deve ser o mais parcimonioso possível. Os comentaristas fazem terror que a cada real “dado” de “aumento” a esses párias, significará um impacto de bilhões nas contas do governo. Mas qual foi o impacto de arrecadação do governo quando recolheu desses trabalhadores uma alíquota referente a mais de um salário.

Segundo a revista, há um mecanismo, uma manóbra contábil, em que o governo pode desviar até 20% do orçamento para pagamento de benefícios previdenciários, para outros tipos de despesas. “O pagamento de juros é um dos itens para os quais os recursos da previdência têm sido direcionados.” (...) “O governo Lula chegou a cogitar dobrar seu percentual” Depois o governo e a imprensa em coro alegam “aumento da expectativa de vida”, para justificar o rombo na previdência.

Cuidado você que está lendo estas linhas e contribui com os cofres do governo esperando receber quando se aposentar, alguns salários. Você verá seu rendimento sangrar, se desvalorizar, e ainda será acusado pela mídia de responsável pelas altas despesas do governo, os rombos, os descalabros econômicos por que o país passa. Você será o culpado. E fazendo cena sobre quem ganha salário mínimo, será tratado como um herói, e por isso merecerá a reposição das perdas integral.

Ainda não estou neste barco, mas é uma coisa que me preocupa. Quando dá dor de barriga nas contas de uma empresa, uma multinacional, um banco, o governo sempre tem grana pra enfiar no rabo deles. Já para os aposentados...

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Apagão de credibilidade

O apagão trouxe desconfiança sobre a gestão do governo no sistema de energia elétrica e de suas desculpas. O governo – o ministro das Minas, Energia e Desculpas, Edson Lobão – alegou como “mau tempo” a causa do apagão, sendo desmentido na lata pelo INPE(Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Por outro lado, se a rede de transmissão não aguenta tempo ruim, estamos literalmente “na roça”, refém de velas, por que tempestade é o que não falta. Praticamente todo mês em algum lugar do país, é enchente, ventos fortes, raios, ou “descargas atmosféricas” como preferem os técnicos, vendavais e o capeta solto.


Mas o que ficou feio foi o ministro alegar ser o “mau tempo” o motivo do apagão, por ter ouvido em reportagens. E cadê os técnicos do governo? Onde estão todos aqueles engenheiros, todos aqueles equipamentos, aqueles painéis cheios de luzinhas piscantes que encantam a todos em propagandas de campanhas eleitorais? Na hora em que o pau come, a autoridade precisa perguntar para um jornalista o que aconteceu? Precisa esperar os jornais sairem no dia seguinte com informações para ele ter noção do que acontece na área em que ele “manda”?

O INPE divulgou uma nota em sua página na internet em quer alega que “embora houvesse uma tempestade na região próxima a Itaberá, com atividade de raios, no horário do apagão, as descargas mais próximas do sistema elétrico estavam a aproximadamente 30 km da subestação e cerca de 10 km distantes de uma das quatro linhas de Furnas de 750 Kv e a 2 km de uma das outras linhas de 600 kv, que saem de Itaipu em direção à São Paulo.”

A nota termina dizendo que “a baixa intensidade da descarga registrada não seria capaz de produzir um desligamento da linha, mesmo que incidisse diretamente sobre ela...”


O ministro evidencia que só presta mesmo para botar seu partido (PMDB) para fazer pressão no governo por verbas e cargos, mas que não entende patavina de nada do que faz, pondo uma nação inteira nas suas mãos irresponsáveis. É o apagão de credibilidade.

Posseiro de Honduras


Dentro em breve, Zelaya poderá requerer a propriedade da embaixada brasileira por 'usucapião'.

domingo, 8 de novembro de 2009

Sexualida acadêmica

No mês passado, uma aluna de uma universidade paulista passou pelo constrangimento de passar pelo que a imprensa chegou a chamar de “assédio em massa”.


Apesar de hoje em dia as universidades estarem prontas para uma atitude conservadora, não foi bem isso o que aconteceu – no meu entender.

Não foi uma atitude conservadora, moralista, porque não foi um protesto, pelo menos por parte da maioria. Apesar de ter sido xingada, foi por uma minoria.

O que algumas mulheres precisam aceitar e considerar, é que o corpo da mulher chama a atenção dos homens. Parece óbvio, mas é negligenciado por algumas calorentas, e quando mais os trajes são apelativos, maior é a instigação masculina. Se acrescentar a isso uma situação em que há um enorme contingente de adolescentes que estão no paroxismo da testosterona, isso pode virar uma bomba.

Já presenciei em shopping, uma menina que numa micro-saia chamava a atenção ao subir pela escada rolante, com cara de que estava adorando ser o centro das atenções e das manifestações. Ela sabia o que estava fazendo. Como é um ambiente de menor concentração e de contingente variado – mulheres, adultos, idosos, etc – alguns estavam babando, mexendo, fazendo comentários, a menina gostando, rindo com sua amiga como se não fosse com elas, mas ninguém “passou o sinal”. Não sei se uma menina dessas liga para a fama que pode vir a ter na escola, na vizinhança, e inclusive entre suas próprias amigas.

Se uma mulher quer ir à faculdade com um vestido, uma saia curtíssima, não é questão de ser moralista, mas é maior a chance dela ouvir impropriedades. Quanto mais insinuantes os trajes, mais insinuantes os olhares, os comentários, e menor o respeito. Da mesma maneira, as pessoas que se aproximam de uma mulher que está com o corpo à mostra, é nisso que estão mais interessados. Por outro lado, a molecada adora uma “zoeira”. “Vô só pá zuá!”

Quanto aos moleques, além de serem meio imaturos, estão com sua sexualidade em ponto de bala. Dependendo da idade, masturbam-se mais de uma vez ao dia e só pensam “naquilo”. Aparece uma mulher semi-nua à frente, ficam subindo pelas paredes.

Deixando bem claro, se os meninos têm o direito de ter uma fase em que sua sexualidade está saindo pelos poros, as meninas também o têm, o problema são as consequências.

A universidade como espaço de liberação sexual e de costumes, de politização, já passou. As vezes dá uma recaída aqui e acolá, rola um protesto, umas palavras de ordem, nada tão expressivo. Principalmente universidades particulares que são shoppings de diploma, um ambiente estéril para movimentos e manifestações libertárias ou de contestações.

Se pelos jovens acadêmicos o Brasil cresceu e conspirou contra a ordem, absorveu o que havia de mais novo e irreverente na Europa transformando as novas ideias em inconfidência mineira, o sentimento de independência, o movimento abolicionista, e outros mais, hoje esses estabelecimentos propagam o individualismo, o visual yuppie, e o consumismo.

O caso não foi desencadeado por uma atitude conservadora coletiva, mas por um contingente sexuado e alienado.



Já havia concluido o texto quando li no Terra que a menina foi expulsa da instituição por “gestos e atitudes inadequados”, apesar de a direção da faculdade não saber explicar quais foram eles. Segundo nota da Uniban publicado no jornal O Estadão, de domingo, 08 de novembro, “A atitude provocativa da aluna buscou chamar a atenção para sí.”

A atitude conservadora e moralista, partiu da direção da universidade,

Coincidência

Tem coisas que parecem ligadas a um determinismo que faz acreditar que têm vida, ou que são guiadas por alguém – bem sacana, diga-se de passagem.


Um mero parafusinho, com todos aqueles ângulos, é impensável conseguir dar uma direção determinada ao jogá-los no chão ou em qualquer outro lugar, mas parece que tem vida própria ao,na grande maioria das vezes em que cai no chão, acabar indo direto para o lugar mais difícil de achá-lo. Muito raro parar em lugar de fácil visão, no geral corre para baixo do móvel mais difícil de procurar.

Na hora do almoço, uma bela macarronada, a gente encosta o prato na assadeira para evitar sujar a toalha, mas, um fiapo malabarista consegue se desgarrar e bem na hora passa pelo último vão da última fresta e vai direto para a toalha. Tente alguém ter uma pontaria dessas. Nem Guilherme Tell em dia inspirado. Porém, como tendo vida e sendo mandado pelos infernos, o macarrão abusado só sossega quando atinge seu alvo: a toalha.

Andando por aí, seja do chão, seja do céu, uma gotícula aparentemente de água, desafiando todas as estatísticas, faz um percurso enorme e atinge justo a lente dos óculos de uma pessoa em movimento. Uma coisa impossível de se conseguir por mais que se planeje. Mas acontece.

Tem coisas que ficam dificil acreditar que são mera obra do acaso.

Refinaria em Pernambuco da Petrobras e PDVSA.

Saiu um informe na página da Petrobras, com repercussão por toda imprensa de que a empresa e a PDVSA venezuelana fecharam acordo para construir a refinariaAbreu e Lima de óleo pesado em Pernambuco.


Praticamente todo o petróleo extraído pela Petrobras até o pré-sal, é esse óleo pesado. É um petróleo com menor capacidade de gerar combustível e, pode-se dizer, que algumas refinarias brasileiras não estão “calibradas” para o refino deste óleo. Por isso, o país importa e exporta petróleo. Vende um óleo pesado, de menor qualidade e mais barato, e compra um óleo mais leve, de melhor qualidade e logicamente mais caro. Há um outro projeto, o do “Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, a COMPERJ, em Itaboraí, que deverá produzir resinas termoplásticas e combustíveis, também tocada com óleo pesado.

Essa refinaria em associação com a Venezuela, vem ajudar transformar o petróleo nacional e venezuelano (em partes iguais) em principalmente “óleo diesel com baixo teor de enxofre”, conforme o blog Petrobras Fatos e Dados.

Disse que lá em cima, “o petróleo extraído até o pré-sal”, porque o que foi descoberto abaixo da camada de sal, recentemente, é um óleo mais leve, comparável ao tipo brent, negociado na bolsa de Londres. Há uma graduação para o petróleo que vai até 50, o mais leve. O tipo brent tem graduação 30, enquanto o do pré-sal está por volta de 28,5, enquanto que o óleo das jazidas mais antigas,as vezes não passam de 20.

O problema é que extrair petróleo do pré-sal requer muito dinheiro e investimento, e leva tempo para dar retorno. A Petrobras que é especialista em exploração em águas profundas e ultra-profundas precisa de muita engenharia para puxar esse óleo para cima, pois as plataformas são muito mais caras.

Calcula-se que aproximadamente em dez anos o país começará a se valer desse recurso do pré-sal, até lá, é se virar com o que temos.

PDT de direita

Ouço no rádio uma propaganda política do PDT e continua minha eterna incompreesão: como um partido pode ter uma personalidade tão diferente em dois estados tão próximos?


O PDT, que teve como sua figura principal, o sr Leonel Brizola, e uma personalidade trabalhista, meio esquerdista no Rio de Janeiro, sempre foi um partido de direita em São Paulo.

Durante muitos anos, sua principal figura em São Paulo, foi o sr. Francisco Rossi, um malufista enrustido. Direitista igual, porém sem nenhum envolvimento em falcatruas como Paulo Maluco,(chegando Rossi a apoiar Maluf no segundo turno de uma antiga eleição) mas conservador e reacionário como os religiosos costumam ser.

Hoje, quem “domina” a área do partido em Piratininga, são os sindicalistas – de resultados – a dupla da Força Sindical, Paulinho e Medeiros, aquele que apoiou Collor em 89.

Paulinho, que sempre foi anti Lula, anti PT, anti CUT, etc, quando apareceu envolvido num escândalo em que sua mulher foi acusada de ter levado uma grana do BNDES e seu nome estava no meio, logo declarou seu apoio à Marta Suplicy, e como a loira estava caindo pelas tabelas, vendeu a alma ao diabo, aceitando o apoio. Como Marta faz parte do mesmo partido do presidente, o caso sumiu, não tendo mais polícia federal, delegado, swat, rambo, 007, correndo atrás de ninguém. Parece que deram um cala-boca em todo mundo. Como diz o ditado popular, uma mão lava a outra.

Não entendo, um partido que demonstra tanta ética no Rio, chegando a romper com o governo por causa de seus descaminhos, em São Paulo é outro partido, tem outra orientação, outros apelos e interesses. Lembra o PMDB que é um balaio de gatos.

domingo, 1 de novembro de 2009

Os índios

Sobre o acidente ocorrido com uma aeronave da FAB, na região amazônica, em que foram achados nove sobrevientes em perfeitas condições, tendo ainda dois tripulantes que não tiveram a mesma sorte, um major brigadeiro teria relatado a importância da ajuda dos índios, os primeiros a achá-los e a prestar auxílio.


Há não muito tempo atrás, nessa mesma região norte do país, um helicóptero teria sobrevoado uma aldeia de índios que não teriam tido contato ainda com a civilização, e teriam hostilizado a aeronave dando flexadas, mandando insultos e tal. E se esse avião caísse próximo a uma tribo dessas?

Voltando “um pouquinho” no tempo, Américo Vespúcio, em 1501, a serviço da corte portuguesa, navegando pelo litoral brasileiro, teria tido seu primeiro contato com os índios. Dois marinheiros que haviam descido da embarcação para explorar a região, não teriam voltado. Um terceiro, depois de se afastar da praia com algumas índias, apareceu morto, sendo carregado por uma delas. Dos navios, os europeus teriam tentado espantá-las, disparando tiros dcontra elas, mas elas se revoltaram, assaram e comeram o morto, para espanto e pavor dos navegantes.

Francisco Chaves, um português a que foi confiado oitenta homens para s'embrenhar pelo sertão brasileiro a procura de ouro e outras riquezas, nunca mais retornaria, acreditando-se terem sido provavelmente trucidados pelos índios carijós.

Em 1556, o bispo D. Pêro Fernandes Sardinha, foi chamado à corte, sua embarcação naufragou na altura do litoral alagoano. Os sobreviventes, entre eles o próprio bispo, foram devorados pelos nativos.

Se os índios hoje são tidos como “aculturados”, termo criticado pela antropologia, parecem ter abandonado sua culinária antropofágica. E os “brancos” que parece serem coitados, foram implacáveis em exterminar milhões de indígenas.

'Relouim' o escambau!

        
 Só ponho bebop no meu samba
                         Quando Tio Sam pegar no tamborim
                                                                   Gordurinha

Chegou a datazinha em que povo colonizado adora. Como já disse antes, tem povos que se tornaram escravos por imposição. Foram derrotados em batalhas e se tornaram servos. Apesar de inconformados com sua situação, é a condição que lhes resta. Já outros povos acabam se tornando servo por voluntarismo.

Apresentam-se ao seu colonizador como um cachorrinho abanando o rabo na maior felicidade, e o melhor exemplo dessa deprimente situação são os brasileiros, que tão cordeirinhos ficam comemorando esse tal de relouim. Adoram tudo o que faz parte da cultura e costume americano.

Não tem norte americano que anda por aí vestindo camisa com a bandeira brasileira, mas não faltam brasileiros que botam a bandeira americana em tudo. Além de camisetas, pintam carros, motos, muros, o fiofó, fazem tatuagem e tudo que se possa imaginar com a bandeira americana. Que pobreza, que miséria.

Há algumas décadas atrás, quando Lula corria o risco de se tornar presidente, faziam uma espécie de terrorismo dizendo que se o PT chegasse ao poder, iriam pintar a bandeira brasileira de vermelho. Hoje, pelo jeito tem muita gente – com muitas escolas atreladas – querendo trocar a bandeira brasileira pela americana.

Não vou fazer o discurso de que deveríamos “comemorar o saci” por ser nacional porque parece uma coisa meio chatinha. Vejo essas coisas, como o folclore, meio ultrapassadas. As aulas sobre folclore sempre foram uma coisa insossa, mas macaquear costumes alienígenas de gosto discutível, tem uma boa distância. Aí não!

Quem sabe algum dia os americanos descubram que os brasileiros podem contribuir com seu relouim. Em vez de utilizar uma abóbora, que é alimento e cada vez mais é politicamente incorreto estragar alimentos, utilizem a cabeça – que é oca – desses colonizados, é só botar a vela dentro. Eles têm cara de bobo mesmo.

sábado, 24 de outubro de 2009

Tem Judas querendo se passar por Cristo.

Lula Iscariotes
Aproveitando a deixa que o presidente Lula deu esta semana sobre Cristo e Judas, procurando justificar suas alianças espúrias de consequências ídem para o país, parece dificil achar um Cristo nesta história em que parece tratar-se de uma confraria de Judas. Diga-se de passagem que trinta moedas de prata aí virou fichinha. Os Judas que assenhoram Lula e compõe todo o cenário político nacional fariam com que o Judas verdadeiro não tivesse o remorso que teve.


Judas bíblico arrependeu-se, não aguentou o remorso, devolveu o dinheiro e s'enforcou. A frente Iscariotes nacional deita e rola e ainda “se lixa” para a opinião pública. Quando a imprensa junto com a opinião pública começaram a meter o pau por que os parlamentares estavam utilizando verba pública para sua curriola andar de jatinho pra cima e pra baixo entre outras benesses, eles aprovaram uma emenda (um remendo)legalizando a falcatrua. Alguém espera que umas tranqueiras dessas se arrependam, que passe pelas suas cabeças uma luz patriótica? Soa rizível.

Nossos Judas são mais espertos que os outros. Cristo aí é um Judas fazendo cena. Quando Lula reclama da situação, esconde embaixo do tapete o quanto contribuiu e se valeu da situação. O partido de Lula ofereceu as moedas de prata ao Congresso tentando arregimentar seu apóstolos no legislativo. A traição levou à inconfidência, que desmascarou o mensalão. Judas negou Cristo por três vezes. Só o PT acreditou em sua versão.

Lula tem um pouco de razão ao reclamar que o sistema político não ajuda, mas teve muito tempo para mudar isso, e muito prometeu. Chegou a dizer que se reeleito a primeira reforma premente que faria era a política, mas passou calado pelos dois mandatos. Agora chora. Como seu antecessor, também reclamou, também prometeu, e também relegou ao próximo.

Como seria sem o fisiologismo?

Costuma-se reclamar que os parlamentares estão interessados apenas em dinheiro e poder, mas, cutucando a onça, não é melhor assim? O sistema político nacional falsamente mais democrático deixa o eleitor botar forças antagônicas no poder na mesma legislatura (pode-se votar em “A” pra presidente e no “anti-A” pro legislativo, e vice-versa). O excesso de partidos que dificulta conseguir maioria, o executivo eleito tem que “dar um jeito” de conseguir maioria pra tocar seus projetos. No Brasil, a composição ministerial ou de secretários, está muito longe de ser por méritos. São cargos utilizados para “compor a maioria” no legislativo. A que presta uma reforma ministerial, ou de secretariado senão comprar essa maioria?


Como seria se uma vez eleito sem maioria tendo um legislativo composto por – quase – todos ideológicos, defensores de um ponto de vista e dos interesses de sua classe. Como o governante governaria? Governaria? Uma vez apresentado um projeto, se quem é contra, é contra por que não concorda, por convicção, e quem é a favor o é por que o acha positivo,também por consciência, como se atingiria o ponto de inflexão, como se alcançaria a maioria? Ou um governo escolhido pelo povo, sem maioria, seria barrado pelo – também eleito – legislativo? Por isso Lula tem um pouco de razão quando disse que se Cristo governasse aqui, teria que fazer aliança com Judas.

Por isso é uma falsa impressão dizer que o sistema eleitoral brasileiro é mais democrático pelo fato do eleitor poder escolher inconsequentemente seus preferidos sem nenhum vínculo entre poderes. Esse sistema “democrático” na vontade, quando chega na ponta vira “fisiológico” na prática. As regras forçam este estado de coisas.

Este “democratismo” permite que se coma a sobremesa antes da refeição, e a consequência é uma falta de apetite, que trás uma subalimentação, uma subnutrição. Temos um sistema doente que dá a faca e o queijo na mão para os que se vendem, como bem assume o PMDB. É o fiel da balança, com uma grande bancada nas duas casas e cobra caro por isso. O governante – o país – paga por isso. É o que vivemos hoje politicamente, as consequências de uma distorção política bem intencionada e mal ajambrada.

Uma reforma política precisaria de algum modo vincular o voto do executivo ao do legislativo, mais ou menos como no parlamentarismo, que governa a maior bancada eleita. Isso não é cerceamento, é dar o passo que a perna aguenta. Mais que isso, é intitucionalizar a “república do deita-e-rola” que vivemos hoje.

domingo, 18 de outubro de 2009

Filme Polonês

Em 1939, a Polônia foi invadida do oeste pelos alemães, os nazistas, e pelo leste pelos soviéticos, conforme pacto entre Hitler e Stalin. Assim começava a Segunda Guerra Mundial. É sobre esse contexto o filme “KATYN”(há um acento sobre o “N” , conforme ilustração, que meu teclado insiste em não querer grafá-lo, saindo apenas de lado como um apóstrofe)


Doze mil oficiais poloneses feitos prisioneiros teriam sido assassinados na Floresta Katyn. Quando o massacre veio à tona, os alemães acusaram os soviéticos, e os soviéticos acusaram os alemães. Com o tempo, conforme as evidências foram aparecendo, ficou claro que as mãos de Stalin estavam sujas de sangue.

Um aspecto muito interessante é que o filme é falado em polonês (prefiro o áudio original, legendado), dando pra se ouvir a sonoridade do idioma.

A polônia, ao final do conflito virou área de influência soviética, e por isso ninguém podia tocar no assunto, senão seria tido como “inimigo do povo” e sofreria as consequências.

Saindo um pouco do filme, mas ficando ainda na Polônia, se os alemães não foram os responsáveis pelo massacre de Katyn, não deixaram por menos. O mais famoso campo de concentração, Aushwitz, estava na Polônia, e não na Alemanha, como é comum se confundir. Ali foram exterminadas mais de um milhão de pessoas. Alias, não foi o único, haviam grandes e pequenos campos de concentração, sendo utilizados tanto para o extermínio, como para trabalho escravo, forçado, e “experimentos científicos”, que teve como figura mais conhecida, Josef Menguele.

A Polônia foi palco de um grande sofrimento para um grande número de famílias num verdadeiro show de carnificina, mostrando que os principais líderes do mundo tinham, muito poder e nenhum escrúpulo.

Quem gosta de filme com sofrimento do começo ao fim é um prato cheio.