A UNE – União Nacional dos Estudantes – que teve papel ativo na luta contra o Estado Novo de Getulio Vargas(1937 a 1945) e a ditadura militar(1964 a 1985), aparece enrolada em suspeita de fraude em convênios com o Ministério da Cultura no valor de quase 3 MILHÕES de reais.
A informação é do jornal “O Estado de São Paulo” de 29 de novembro: a matéria do jornalista Leandro Colon sustenta que a entidade “fraudou convênios, forjou orçamentos e não prestou contas de recursos públicos recebidos nos últimos dois anos. A entidade chegou a apresentar documentos de uma empresa de segurança fantasma, com sede na Bahia para conseguir aprovar um patrocínio para o encontro nacional em Brasília. Dados do Ministério da Cultura revelam que pelo menos nove convênios celebrados com a UNE, totalizando R$2,9 milhões, estão em situação irregular – a organização estudantil toma dinheiro público, mas não diz nem quanto gastou nem como gastou.”
A reportagem afirma ainda que entre estes projetos, a organização teria recebido 435 mil reais para a realização de um livro e um documentário que não foram nem executados nem prestado contas. O presidente da entidade, Augusto Chagas, se defende alegando que “Se o objeto não foi executado, o dinheiro está na conta”, apesar de a entidade estar sendo cobrada.
Apesar de seu passado cheio de lutas e glórias, o período de esplendor ficou no passado. O último “grande ato”, que não tem nada de tão grandioso assim, foi na campanha dos “caras pintadas”, no começo da década de 90 pelo “Fora Collor”. Hoje a entidade é acusada do desvio moral e ético que motivou o protesto contra o ex-presidente.
Mas a coisa não se encerra aí. Durante a gestão do prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, que nunca foi flôr que se cheire, a entidade – que teve um passado anti-malufista – fez um acordo muito suspeito com a administração municipal. Os estudantes universitários que quisessem a carteirinha de passe escolar teriam obrigatoriamente que solicitá-la via entidade, precisando para isso se filiar. A UNE através da prefeitura arrecadava e não falava mais mal de Maluf: ficou bom para os dois lados – e mais caro para os estudantes.
Maluf que não era bobo nem nada, usou esse tipo de expediente até com sindicatos, fazendo com que vários serviços fossem mediados por entidades de classe, precisando para isso sua filiação, engordando os cofres dessas agremiações, alinhando-as com o alcaide.
A Une, Ubes, Umes, e outras entidades estudantís, são feudos de uma politiquinha tão pequenininha, tão alienante, tão reacionária e estúpida de partidos políticos de esquerda como PT, PC do B, PSTU, e sei lá mais o que. A última coisa que os estudantes (delegados) arregimentados por essas “forças políticas” podem fazer é pensar e refletir. São arregimentados em suas escolas e universidades para serem usados como massa de manobra nas votações de coisas que ficam entre o irrelevante e o inconsequente. Ninguém discute pontos de vista, apenas são orientados de como deverão votar. É a mesma doença que acomete países socialistas, doutrinação e bajulação. Coisa de quem tem vocação para gado.
Tem muita esquerda dando aula pra direita. As acusações que a UNE deverá responder, não estranho. É uma entidade ultrapassada, que deveria ter sido enterrada há muito tempo, mas enquanto o negócio estiver dando dinheiro, deve continuar por aí representando seu umbigo.
Não quero encampar o discurso de que há um orquestração contra os movimentos populares. Movimentos “populares” e lideranças corruptas, por mim devem ter seus lugares na cadeia.
Fiquei impressionado ao ler que em apenas dois anos a organização estudantil teve um repasse de quase três milhões de reais de dinheiro público pra queimar em suas farras políticas, pra continuar pregando seu maniqueismo entre esquerda e direita. Mas esse apreço pela entidade estudantil não é uma coisa tão gratuita assim, o Ministério da Cultura – o mesmo que repassou essa bolada – tem como chefe da pasta, Orlando Silva, um quadro do PC do B, é ex presidente da UNE. Ah, agorentendi.
Mesmo que a entidade prestasse contas tudo certinho, dá a impressão que tem dinheiro sobrando.
É, dinheiro tem, a gente é que não tem os amigos certos.
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