segunda-feira, 28 de março de 2016

Carta de Pilatos sobre Cristo.



Carta de Pilatos ao imperador romano. Interessante a descrição da postura da população. O texto é considerado pela Igreja Católica como apócrifo: ou não o reconhece o autor como autor ou não sendo autêntica. A igreja somente considerou fazendo parte do cânon, textos que comungavam com suas ideias.


PÔNCIO PILATOS saúda o Imperador Tibério César. Jesus Cristo, que te apresentei explicitamente nos meus últimos relatórios foi, finalmente, entregue a um duro suplício a pedido do povo, cujas instigações segui por medo e contra minha vontade. Um homem piedoso e austero como esse, não existiu nem existirá jamais em época alguma. Mas a verdade é que houve um estranho empenho do povo para conseguir a crucificação deste embaixador da Verdade, além de uma conspiração de todos os escribas, chefes e anciãos, malgrado os avisos dos seus profetas, ou, como nós dizemos, as sibilas. E enquanto estava dependurado na cruz apareceram sinais que sobrepujavam as forças naturais e que pressagiavam,. segundo o entendimento dos filósofos, a destruição de todo o mundo. Seus discípulos ainda vivem e não desdizem o Mestre nem suas obras e nem a pureza de sua vida; e continuam ainda fazendo muito bem em seu nome. Portanto, se não fosse pelo temor de uma possível revolta entre o povo que já estava quase enfurecido, talvez aquele insigne varão ainda pudesse estar entre os vivos. Atribui, pois, mais ao meu senso de fidelidade para contigo do que ao meu próprio capricho, o fato de não haver resistido com todas as minhas forças para que o sangue de um justo, isento de toda culpa, mas vítima da malícia humana, fosse perversamente vendido e sofresse toda a paixão. Aliás, como dizem os intérpretes de suas escrituras, poupá-lo redundaria em sua própria ruína. Adeus. O quinto dia das calendas de abril. Fim.

Semana decisiva para o governo.



Dilma prometeu demitir todo os indicados pelo PMDB que seus padrinhos políticos optassem pelo rompimento com o governo.

Demitiu um burocrata indicado pelo seu vice, Michel Temer.

O PMDB do Rio prometeu romper com o governo aumentando a chance de um rompimento de todo o partido.

Dilma declarou que o PMDB é muito importante, como quem tenta botar panos quentes.

Por pelo menos duas vezes Lula não conseguiu se'ncontrar com Temer que o evita.

Amanhã deve começar a decisão do PMDB, se sai ou se fica. Pode ser que se decida em um dia. Em caso de 'auto-exoneração', pode ser que outras legendas o sigam. O que o PMDB decide, seus componentes cumprem se lhes for conveniente.

No mês que vem provavelmente o destino do governo será decidido. Nesta semana, movimentações indicarão a correlação de forças entre governo e oposição. A 'pressão' de Dilma, ajudou ou comprometeu ainda mais sua inexistente base de apoio?

domingo, 20 de março de 2016

Nem com toda a máfia da comunicação ajudando.

Datafolha para presidente hoje (20/3/16):
Aécio é o candidato que sofreu a maior queda entre dezembro e março.
Todos os candidatos do psdb estão em queda (Aécio, Alckmin, Serra).
Nem com toda proteção e campanha midiática a bagaça decola.

Duas figuras em busca de votos para o partido e para sua imagem.



EUA e Cuba: passado, presente e futuro.



O ultimo presidente Americano a visitar Cuba foi ainda na década de vinte do século passado. Dai para frente a ilha se tornou cada vez mais área de influência de Tio Sam. Miséria, concentração de renda, banditismo, contrabando e prostituição. Tudo o que era proibido nos EUA se buscava na ilha: clínicas de aborto, cassinos etc.
Proibição fundamentada na doutrina protestante do “destino manifesto”, que pregava serem os EUA o “povo escolhido de Deus”. Uma teocracia disfarçada que impôs a lei seca entre outras, e que até hoje proibe a molecada de ter aula sobre a teoria evolucionista. Como toda teocracia há o cerceamento do conhecimento. Nas escolas só se ensina – doutrina – a teoria criacionista. Mas se consideram a “terra de liberdade”.
A imprensa, ao resgatar a relação das duas nações no contexto da guerra fria, geralmente apresenta a invasão da Baia dos Porcos e a Crise dos Mísseis como coisas independentes. Mais fácil de caracterizar o “regime de Fidel” como a encarnação do mal em si.
Os EUA nunca toleraram países que se insubordinavam aos seus interesses ou aos de suas empresas. Quando Cuba sai de baixo dos EUA em 1959 pelas armas, os EUA treinaram e armaram os que fugiram da ilha para invadi-la, resgatá-la à força para sua área de influência. Foram derrotados. Como consequência, foram instalados na ilha – para os cubanos se defenderem – os mísseis nucleares soviéticos, que alvoroçaram o mundo. Mísseis nucleares soviéticos embaixo do nariz de Tio Sam era uma coisa intolerável. A temperatura atingiu o pontto de fusão! Nunca se esteve tão próximo da conflagração de uma guerra nuclear. A crise dos mísseis de Cuba está relacionado a tentativa de invasão da ilha por parte dos EUA, e pelas negociações, o armamento seria removido com o compromisso de não haver mais invasão da ilha. Assim se fez.
Nestes dias quando o presidente da teocracia da liberdade pisar em solo cubano será na condição de um chefe de Estado visitando uma nação soberana – não um território anexo.
Quem sofre o bloqueio econômico é Cuba, porém, a miséria, a fome, os sem teto, estão na “terra das oportunidades”, os EUA. Cuba tem seus problemas, além dos causados pelos EUA, mas as conquistas sociais como escolaridade, saúde de nível e para todos e mortalidade infantil e criminalidade baixíssimas estão na ilha que os EUA e a imprensa elitista daqui e de lá insiste em denegri-la.
Obama é o presidente dos EUA de cabeça mais aberta. Percebeu que a política americana em relação a Cuba não só não deu resultado como legitimou o regime fechado cubano. Raul Castro prometeu largar o osso em 2018. Tem muita coisa em jogo. Não se sabe quem será o chefe da nação do norte. A CIA, a central de inteligência americana, conhecida por desestabilizar governos que contrariam interesses dos EUA continuará ativa. O imponderável é a referência.

Apoio o boicote! Só não sei quem patrocina esse lixo porque não assisto.


A desonestidade da justiça.



Quanto mais o juiz do Supremo Gilmar Mendes se manifesta, mais mostra o quanto é desonesto e mau carater. Afirmar que a presidente Dilma poderia empossar um empreiteiro envolvido na Lava Jato para livrá-lo da justiça é muita cara de pau. Não se trata disso.
A investidura de Lula na Casa Civil não se tratava de tentar proteger um fora da lei. Isso foi a pecha desonesta que o Juiz Ségio Moro em conluio com a imprensa tentaram impor ao ex-presidente.
O que aconteceu de fato foi que Lula apesar de ter dado vários depoimentos – e o depoimento em Congonhas em SP não teve nenhuma questão que já não havia respondida em solicitações anteriores da justiça – foi encaminhado coercitivamente a PF num abuso descarado do delegado Sérgio Moro. A intenção é primeiro prender para depois inventar uma justificativa.
O evento demonstrou que a justiça está nas mãos de interesses mais políticos que jurídicos. Era imperativo que se preservasse o ex-presidente que não era nem condenado nem havia provas contra ele – provas de fato, não as forjadas pela imprensa que foram aparecendo pela semana.
A nomeação de Lula como ministro era um amparo jurídico para salvá-lo de medidas de exceção cometidas por quem deveria agir dentro da lei. Daí chamar a suprema corte de “acovardada”, porque não há ninguém que chame a responsabilidade e restaure o estado de direito e as liberdades e garantias do cidadão.
A mídia bateu a semana toda afirmando que a nomeação de Lula se tratava de um desonesto tentando fugir de suas responsabilidades e da justiça apoiado por vazamentos de conversas editadas pela Globo para realçar sua tese. Um conluio entre toda a bandidagem institucionalizada – de toga e de câmera.
Está claro que a justiça foi pro saco. O problema é o que são capazes para realizer seus anseios mais ordinários.

segunda-feira, 7 de março de 2016

Após dois anos, vazamento merece inquérito da PF e MPF.

Em dois anos a operação Lava Jato nunca deu bola para os “vazamentos” de informação. Vazamento é uma coisa involuntária, o que pela seletividade do que “vaza” e sua constância, nas investigações, torna discutível afirmar que se trata de “vazamento”. É liberação de informação mesmo.
Sempre citado e comentado pela imprensa o texto do Juiz federal Sérgio Moro, escrito há 10 anos sobre a operação italiana Mãos Limpas e entre suas práticas elogiava: manter a sociedade informada sobre as investigações tornando-a popular.
Dias antes de ser desencadeada a 24ª fase da Operação Lava Jato, que levou o ex-presidente com "mandato coercitivo" o Instituto Lula teria sumido com computadores e documentos comprometedores - de acordo com a conversa, ou da imprensa ou da própria PF - a ação já era esperada. O procurador da República (MPF) Carlos Fernando de Lima, aquele que a mulher esteve envolvida no escândalo das contas CC5, no governo FHC, que não deu em nada, junto com o juiz Sérgio Moro prometeram abrir inquérito, investigar o vazamento, dizendo que (os vazamentos) são contra os interesses da investigação. 
Há dois anos - o tempo de vida da operação - que o chafariz da PF funciona impunemente não despertando a menor consideração por parte de quem quer que seja entre as autoridades.
O ministério público e a Polícia Federal vão investigar "os" ou "este" vazamento, se são perniciosos pelas palavras do procurador?

domingo, 6 de março de 2016

Justiça e comentaristas: um usurpa a lei, o outro defendea prática.



Em dois anos de operação Lava Jato, a “condução coercitiva” tem sido uma constante, um excesso do ponto de vista jurídico, porém, apesar das incansáveis denúncias dos advogados dos réus, nunca foram ouvidos, os excessos tornaram-se a prática corrente. Faz parte das pessoas que fazem o judiciário ser o que é. Se por um lado, uma elite pinta e borda e nunca responde por seus atos, por outro, os indiciados são tratados à revelia da lei, são reféns dos escrúpulos dos julgadores. Ministério público e ministros do Supremo assinam embaixo o prosseguimento das operações ignorando a lei e que são defensores da lei – da Constituição.
Assim Lula foi tratado. A prática fora da lei foi usada para sua prisão arbitrária, só que aí parte da sociedade se sentiu atingida e o caldo entornou. O excesso ficou evidente e a população foi pras ruas.
O curioso é ver (ouvir) comentaristas defender que o ex-presidente foi tratado como todos os outros, então, que deveria aceitar ser tratado em regime de exceção (à revelia da lei), e não defender o estado jurídico de direito. Esses comentaristas não poderiam disfarçar um pouco o quanto são tendenciosos.
Lula faz parte dos que não estão acima da lei, menos que isso, abaixo da lei, enquanto outros, (a nobreza) gozam de um status privilegiado. Imagine se alguém do rol de relacionamento de Lula fosse pego com meia tonelada de cocaína. Será que sumiria assim da mídia, receberia do judiciário o carimbo de “sem indícios”? A “compra” de parlamentares por parte do PT foi considerado “o maior crime da república”, a compra da reeleição, todas as provas e confissões redundaram no mantra judicial “não há indícios”. O “Tríplex” de Lula é diferente do da Globo, ainda que o “do” Lula não seja dele, o da emissora, é, com todos os problemas que têm (sonegação, área ambiental…), não merece atenção nem da imprensa, e nem do judiciário, o que dá para entender porque aqui sempre foi o país da corrupção e da impunidade.
Furnas é outra Petrobras, uma usina geradora de megapropinas, mas, como está em Minas, nas mãos da inimputável nobreza, não existe no mapa do judiciário, enquanto que Dilma afastou um ministro por causa de uma tapioca por pressão dos conglomerados de mídia.
Assim o país segue. As ruas defendendo a lei dos excessos dos tribunais e seu homens de toga. Dos juízes e delegados, como num quadro de Dalí, em que tudo é plástico, maleável distorcível, desproporcional.  Falta ao país uma Comissão da Verdade, nos moldes das que investigaram o período militar, só que para investigar o judiciário: seus homens, suas práticas, suas éticas (no plural) e interesses. Quem sabe aí conheceríamos uma história recente do país que nos escapa?