domingo, 29 de março de 2009

São Paulo segundo Caetano.


Gosto de ler Caetano falando de São Paulo, descrevendo suas boas a más impressões. Vai na veia, é a crítica que tem que ser feita. Faz pensar e contribui pra que a gente s'enxergue. Foge do lugar comum do ufanismo paulistano que se endeusa e olha os outros por cima. Seus comentários estão nos posts “DÉJA VU”, e “UM DOS TEXTOS RIO/SAMPA”, de seu blog “Caetano Veloso – Obra em progresso.” O baiano escreveu um texto, depois reescreveu-o, por isso os dois são praticamente um, com algumas mudanças e alguns trechos mais ou menos iguais. Vale a pena ler os dois.

Muito irônico quando no final afirma: “Chico Buarque pra mim é São Paulo.” Não sei se Chico vai entender como uma alfinetada ou um afago. Falar pra um carioca que ele é, ou dizer dele, que é “muito São Paulo”, parece que, se for um elogio, é cheio de segundas intenções.

Besteirol


Pra variar um pouco, o presidente Lula falou besteira. Ao lado do primeiro-ministro britânico, Godon Brown, no Palácio da Alvorada, teria atribuído a crise mundial, a “comportamentos irracionais de gente branca, de olhos azuis, que antes parecia que sabia tudo e que, agora, demonstra não saber nada.”

Interessante que essa frase ou arroubo, me faz lembrar do ex-vice-governador de São Paulo, Cláudio Lembo, que também soltava as suas, e mais de uma vez chegou a dizer que o problema da violência era consequência da “elite branca” ao qual ele era um dos seus seletos representantes.

A continuar assim, com esse racismo às avessas, a próxima “lei áurea” será assinado por uma princesa negra alforriando os brancos.

Escândalo é pretexto pro financiamento público de campanha.


Há pouco tempo, escrevi sobre talvez a coisa mais normal da paisagem noticiosa nacional, o escândalo.
Nesta semana, apareceu um daqueles gordos, com envolvimento de grandes empresas, grandes personalidades, partidos políticos, até a FIESP, o sindicato dos patrões do setor industrial paulista entrou na dança. Pra variar, ninguém fez nada de errado, todo mundo é santo, o que já era de se esperar.
Agora que eu entendí o porque da campanha pra economizar água, o que se lava de dinheiro nessa terra, é uma poisa por demais.
Outra coisa é a lavagem cerebral, também muito comum, que leva a pessoa ao quadro mental de inocência de Chapeuzinho vermelho.
Primeiro vamos dar uma olhadinha no montante de repasse de grana, só das empreiteiras pras campanhas políticas da eleição de 2008.

Valores doados

Construtora OAS
R$ 12,3 milhões

Camargo Corrêa
R$ 5,8 milhões

Carioca ChristianiNielsen Engenharia
R$ 3,1 milhões

C.R. Almeida Engenharia de Obras
R$ 2,6 milhões

Egesa Engenharia
R$ 1,7 milhão

Camter Construções e Empreendimentos
R$ 910 mil

Construtora Triunfo
R$ 500 mil

Construtora Andrade Gutierrez
R$ 480 mil

Delta Construções
R$ 300 mil
10º
Top Engenharia
R$ 100 mil

A fonte de dados é o Superior Tribunal Eleitoral (TSE), ou seja, isso é só a grana declarada de apenas um setor da economia.

O Inquérito da PF chamada de Operação Castelo de Areia, é sobre uma suposta organização criminosa que superfaturaria obras públicas, licitações fraudulentas e doações eleitorais ilegais, por parte da empreiteira Camargo Corrêa.

Ué? Mas já não doaram muito, não doaram o suficiente? Fora os zilhões declarados, ainda tem ums por baixo dos panos?

O diretor da empresa preso, será indiciado por lavagem de dinheiro, evasão de divisas e câmbio ilegal.

Depois do escândalo escandalizar, começaram os correligionários de Chapeuzinho vermelho se manifestar pela reforma política, ressussitando a discussão da necessidade de se implementas o financiamento público de campanhas. Dá agonia só de ouvir.

Esses engenheiros da idiotice, da inocência burra galopante, acham que proibindo a doação, todo mundo respeitará. Provavelmente pensam que vivemos num Éden sem serpente, e que se pode dormir de bunda pra cima, que ninguém invade o dos outros...

Primeira coisa, o governo tem dinheiro pra patrocinar campanha de tantos candidatos espalhados pelo país a fora, no primeiro e no segundo turno?

Segunda, tem condições, estrutura e peito pra fiscalizar a utilização dessa, e somente dessa verba, punindo os “por fora”?

Terceira, uma questão que envolve a todos, tantos os que contribuem com os impostos, os que ajudam a patrocinar as campanhas, e a população que teria menos verba investida em programas sociais e infraestrutura pra enfiar no rabo de políticos, não deveriam ser consultados, dar sua opinião?

Essa proposta não passa de um moralismo besta de quem não encherga um palmo á frente. Legalizando a doação já ocorrem ilegalidades, imagine proibindo tudo. Vai ser um tal de um investigar o outro e chantagear em troca de favores.

Pela moral e a ética das legendas, o que se pode esperar como conduta? Juntando com a dos empresários e outros tantos santos que compõe nosso panteão, quem além dos trouxas ainda acha que isso é cabível e implementável?

O judiciário já está inoperante por causa desses “iluminados” que cada vez que aprovam uma lei, a impunidade aumenta e os meliantes agradecem. Agora estão querendo “aprimorar” o sistema eleitoral. Pelamordedeus, melhor deixar como está.

Os chineses e o dolar.


Semana passada a China divulgou através de artigo assinado pelo presidente do banco central chinês, a intenção de trocar o dolar como reserva de valor, por outra internacional, gerida pelo FMI.

O Tesouro chinês, é o depositário de boa parte dos títulos americanos, de onde se diz que a China é o principal financiador do déficit americano. Os dois países têm praticamente uma economia só: o maior comprador dos produtos chineses, são os EUA, que é um dos principais fatores do alto crescimento chinês. A China não tem dívida externa, mas adquiri boa parte dos títulos do Tesouro americano, financiando o déficit americano, dando fôlego para que se endividem ainda mais comprando produtos chineses.

As consequências dessa economia siamesa é que quando um está gripado o outro espirra.

O governo chinês quer se desvincular da moeda americana, o que hoje é praticamente impossível, não há o menor interesse por parte dos americanos – a economia mais forte, e por isso, sua moeda como referência para a economia mundial – nem de qualquer outra entidade mundial, que se saiba. Os EUA não iriam deixar barato assim, perder nem sua moeda nem sua língua como centro de convergência e de influência.

Precisaria de uma enorme engenharia pra desenvolver e dar sustentação a uma moeda que não estivesse vinculada a nenhum país, e que na prática seria influenciada pelo interesse das maiores economias.

Mas a economia americana está em descenso, vem caindo, já a economia chinesa, é a mais vigorosa do planeta, entre as grandes economias, mesmo contando com a crise.

Os estragos da crise são muitos maiores na economia americana do que na chinesa. A China não precisou emitir moeda nem título pra salvar bancos, financeiras, ou outros setores econômicos, já os EUA, não vencem despejar dinheiro que some sugado numa volúpia sem precedente e sem fim, agravando o futuro com risco de inflação.

A China que sofre com o fechamento de fábricas e postos de serviço, de pronto tirou da manga um plano de obras de infra-estrutura de centenas de bilhões de dólares, que pode não ser suficiente.

Semana passada, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, esteve em Pequim onde foi levar uma “chantagenzinha”. Pediu que voltassem a comprar os títulos americanos, porque sem financiamento da dívida americana, sem o restabelecimento de sua economia, a China não teria como exportar tão cedo para os EUA, o principal paradeiro de seus produtos, carvão de sua locomotiva.

Caso a situação permaneça mais ou menos como está, com sua lógica e desenvolvimento, em pouco mais de uma década, a China terá tudo para dar as cartas na economia mundial. E quem sabe, venha a pressionar para que se adote uma moeda internacional nas transações internacionais, e quem sabe, entendendo a lógica americana, essa moeda, possa até vir a ser o yuan chinês.

sábado, 21 de março de 2009

É caro mas a gente paga.


Quando a gente ouve falar de todos esses abusos que acontecem no senado da república, sobre todos esses diretores que nem o próprio senado tinha conhecimento, dos gastos com saúde não só dos parlamentares, mas extensivo à família e aos ex-senadores! Das horas-extras paga aos funcionários sem tê-las feito, e ainda em período de recesso, complementado com a cara de pau desses senhores ao dizer que o dinheiro não será devolvido.

Juntando-se a isso, seguranças pagos pelos cofres públicos que foram cuidar do patrimônio particular do senhor José Sarney, que pra ele é uma coisa normal. E sabe-se lá mais o quê deve aparecer por aí, e o que deve passar batido.

Juntando com a mesma prática que acontece na câmara, colocando o legislativo federal como o mais caro do mundo! E vira e mexe aparece um aumentozinho de salário, de benefícios, ou como aconteceu não faz muito tempo, a incorporação ao salário, das tais “verbas indenizatórias” que o parlamentar pobrezinho deveria gastar em exercício do cargo prestando contas do quanto e em que gastou o dinheiro público. Não presta contas porque gastou indevidamente a verba demonstrando total falta de respeito à casa a que faz parte e ao país. A coisa acontece de maneira que parece um acinte, uma provocação, tamanho o abuso, o escárnio e tamanha indiferença.

Soma-se a isso os gastos dos três poderes nas três instâncias – executivo, legislativo e juciciário.
Pela raiva que esses cidadãos provocam na gente, causa-me a impressão de que estão fazendo campanha pra que o cidadão comum e honesto, venha a sentir saudade do tempo em que fecharam essa 'casa de permissão'. Apesar de que naquela época foi por questões políticas, não morais nem éticas.

Nenhum poder é sagrado. É imperativo que funcione, e justifique seus gastos. Se não funciona ou se seu custo é desproporcional, se sua prática está mais para uma fábrica de escândalos, que outras forças, outros poderes intervenham e traga-o para o parâmetro da sanidade, o respeitável.

A população brasileira é uma das que mais paga impostos no mundo, e o governo alega não ter dinheiro para fornecer serviços à altura. Educação, saúde, saneamento básico, infraestrutura, a Amazônia, que é uma terra sem dono, tudo isso sem verba e a orgia financeira rolando solta no legislativo com a conivência inclusive do ministério público.

A indignação da população demonstrada na baixa popularidade do Congresso, não faz mudar a atitude dos membros do covil. Duvido que alguém de baixo nível moral e ético venha a se penalizar pela indignação popular.

Irão – mais uma vez – dar uma desculpa, fazer um jogo de cena, uma média, uma ou outra cabeça rolará, mas uma vez esquecido, esfriado o assunto, tudo volta ao normal.

Ano que vem tem eleições, inclusive para parlamentares, eles não mudam, e a gente, muda?

Frases de Protógenes


“Ocupar fazenda de banqueiro bandido é dever do povo brasileiro.”
Protógenes Queiroz, delegado da Polícia Federal, em evento do PSOL, defendendo ações do MST, que desde julho do ano passado invade fazendas de Daniel Dantas, no Pará.

Continuou o delegado: “Não estou fazendo apologia criminosa de nada. Não estou incentivando ninguém a invadir terra produtiva. Não é disso que se trata. Estou falando que vou revelar em que condições essas terras foram adquiridas e quais os interesses escusos por trás disso.”
Publicado no jornal “O Estado de São Paulo, nesta segunda, 16 de março.

“Sou candidato a carcereiro do banqueiro Daniel Dantas”
Protógenes, ao responder a pergunta “O sr. Vai mesmo pra política?” da jornalista do Correio Brasiliense, no programa televisivo “Tribuna Independente”, da Rede Vida, na segunda, dia 16.

Protógenes tem demonstrado que botar o “banqueiro bandido”, como ele diz, do grupo Opportunity, atrás das grades, é sua missão de vida. Dantas é “peixe graúdo”, com “serviços” prestados a políticos, empresários, e é influente nesse meio. Será que o delegado consegue?

Parece irônico, mas o Protógenes que será inquirido por arapongagem, ou seja, escutas telefônicas ilegais, teve seu segredo telefônico quebrado, mas por decisão da justiça. Tem depoimento marcado no Congresso pra contar suas verdades no dia 1º de abril. Esse depoimento promete.

Devido a todas as acusações de escutas ilegais à autoridades, FHC o teria chamado de “escutador geral da república”.

domingo, 15 de março de 2009

Uma correspondencia.


Dos e-mails que a gente recebe, além de muita porcaria, alguns chegam a ser exóticos. Esta semana recebí um hilariante que me convida pra participar de uma “Loja Maçônica”.

Acuma é??? Qu-quem, eu? Esse negócio de m'echamar de “ilustríssimo” é meisquisito.
Segue: "a Maçonaria tem trabalhado de maneira incessante na luta pela liberdade, pela igualdade de direitos e principalmente no desenvolvimento de um mundo mais justo e fraterno para todos o que tem atraído para a Maçonaria um expressivo número de personalidades, cientistas, acadêmicos, empresários, artistas, etc."

"Dentro desta esperança e consciência, e, crendo ser sua Ilustríssima pessoa um perfil adequado a Nossa Augusta Ordem, lhe enviamos este convite oficial, a fim de avançarmos em direção a uma relação mais próxima e efetiva entre Vossa Senhoria e a Loja Maçônica."

Segue o endereço do sitio e o linque. Dei uma fuçada por lá, parece que é coisa séria. Agora o que m'entriga é: o que viram em mim pra me convidarem, basearam-se em que tipo de informação? Quem eles pensam que sou?

Depois de afirmar que “a maçonaria tem atraído um expressivo número de personalidades, cientistas, acadêmicos, empresários, artistas, etc”, estão me convidando por quê? Será qu'estão achando que sou o rei da cocada preta, ou é porque resolveram mudar um pouquinho colocando uns pés-rapados?

Esse negócio de sociedade secreta me deixa encanado. Minhas atividades secretas faço ou no banheiro, ou em minhas putarias por aí, e só.

As cândidas intenções do príncipe Charles


Em sua passagem pelo Brasil, o príncipe Charles trouxe uma proposta aparentemente bem intencionada, porém é imprescindível ser observada com mais calma e reserva.

Em matéria publicado no Estadão de sexta, 13 de março, “Charles propõe títulos para salvar a Amazônia”, do jornalista Wilson Tosta, diz que “o príncipe Charles propôs ontem[quinta] que os países desenvolvidos apoiem a conservação de florestas em regiões tropicais emitindo títulos a serem comprados por investidores privados, fundos de pensão e seguradoras para gerar recursos que mantenham a mata em pé.”

Charles condoído com a causa amazônica estaria propondo transformar a região norte do país em títulos adquiríveis por investidores privados dos países ricos.

“'Em essencia, estamos propondo uma maneira de injetar capital privado nas nações com florestas tropicais',disse Charles.”

O príncipencantado, tão cheio de boas intenções continuou sua cantilena: Investidores procurando oportunidades de investimento a longo prazo comprariam títulos “que seriam subscritos por países desenvolvidos. As receitas da venda dos títulos poderiam ser gastas ajudando as nações com florestas tropicais a desenvolver a economia sem destruir matas.”

Então quer dizer que os títulos não seriam emitidos pelas “naçoes com florestas tropicais”, mas por “países desenvolvidos”? Minha pergunta é: que acordo, que condição, o quê se precisaria abrir mão, pra que um país pudesse ter negociado suas áreas por outros países?

Na matéria, Charles teria reconhecido a soberania do Brasil sobre a Amazônia, “mas ressaltou que como em todos os contratos de negócios, o pagamento se daria com base em resultados. 'Quanto mais florestas fossem salvas, mais os países receberiam', explicou. O dinheiro, disse, seria dado, não emprestado, como pagamento aos países com florestas tropicais pelos serviços prestados ao ecossistema.”

Tá bom, entendí, a gente aluga o mato e recebe por isso. Mas e a propriedade da terra?

Os países ricos vão emitir papeis negociando as florestas entre pessoas tão bem intencionadas quanto eles, e, caso continue o desmatamento, eles deixariam o dinheiro investido por isso mesmo? Ou será que vão querer algo em troca? Nesse caso, o que estaria no contrato? Deve existir algo em contrapartida caso haja descumprimento de acordo. Ou será que não, é só pela amizade?

Acho que príncipe pode ter vocação pra sapo, não pra burro. Dorme no barulho dele pra ver o que acontece.

Quem tem vocação pra beladormecida, ao despertar pode estranhar a bunda ardendo. Aí já era.

Melhor a gente aprender a tomar conta do que é nosso.

Muy amigo...

Os escândalos.


Hoje, provavelmente esteja sendo geridos escândalos que aparecerão nos noticiários quem sabe no próximo ou nos próximos meses, anos, etc. Deve haver outros desvios, tráfico de influência, alimentos sendo adulterados com a participação de autoridades, medicamentos , construção civil, etc. Com os constantes casos de falta de escrúpulos de toda sorte de gente (religiosos inclusive), não é dificil prever que outros atentados contra nossa integridade fisica e moral, um mais cabeludo que o outro aparecerão por aí.

O que não dá pra acreditar é que não haja nenhuma falcatrua acontecendo pelos cantos desse país.

Talvez o problema maior desses casos que insistem em ocupar os meios de comunicação, é descobrir que se está no meio da notícia sem saber, está envolvido na fraude e não faz a menor idéia de como reagir no primeiro momento.

Misturei casos envolvendo produtos e empresas com os casos envolvendo os “administradores” do país, sejam do município, Estado ou União, porque ao final, de uma maneira ou de outra nos acabará afetando. Também não vamos esquecer que por trás de uma fraude, um desvio, não raro há uma autoridade, um representante do poder público marcando presença.

Imagine a reação daquelas mulheres que estavam tomando anticoncepcionais de placebo; ou dos tantos que tomaram leite com soda cáustica ou água oxigenada. E dos pobres coitados que não sobraram para contar história do remédio de farinha para combater câncer, manipulado por uma centenária e tradicionalíssima farmácia aqui de São Paulo.

Nestes tempos, quem tem comandado a parada é o legislativo federal. Depois do caso do “castelo”do deputado, veio a “mansão” do ex-diretor do senado, o toma-lá-dá-cá que acabou resgatando Collor, e os milhões pagos em horas extras aos funcionários do senado em período de recesso, que pelo jeito vai ficar por isso mesmo.

Este é um dos escândalos mais acintosos, porque, além do montante de verba surrupiada na cara dura, ser feito assim sem pudor, no período em que as atividades do senado estavam suspensas, e a cara-de-pau de dizer que não irão devolver.

O presidente do senado – e por extensão, do Congresso – sr. José Sarney, desvia seguranças do poder que preside para tomar conta de sua propriedade, diz que está certo e reclama da marcação da imprensa e opinião pública.

O apartamento funcional que deveria ser usada por parlamentares, sendo usada por um filho...de deputado.

Na polícia civil paulista, um escândalo mostra que a situação é deplorável. Com grana, os “bandidos” de dentro da polícia negociam cargos, postos, perdões, etc. É o fim da picada.
E o caso do sangue (até isso), que havia desvio e manipulação. O enfermeiro que aplicava altas doses de cloreto de potássio, que acabava levando o paciente a óbito pra ganhar uma comissaozinha com a funerária – como pode?

Cada minuto a gente lembra de mais uma, como pode ser o tempo de aparecer mais uma no rádio ou na tv. Cada um que lê, também deve estar lembrando de outras que não apareceram aqui como os enxames de escândalos financeiros.

Minha cisma, é estar comendo lixo sem saber, é dar substâncias cancerígenas às crianças em produtos de nossa confiança. O nocivo, o venenoso, ou seja, a traição, pode estar mais próxima do que podemos imaginar, só falta vir ao conhecimento público. Enquanto não vem, a gente come, bebe, veste, entra dentro, embaixo, em cima, passa no corpo, indica pros amigos e familiares...

Como já andei me reciclando, mudando alguns conceitos, já não vejo com maus olhos a solução chinesa para alguns tipos de fraude que atente contra a integridade da população: a pena capital. Pode parecer um pouco pesado, mas o quê merecem aqueles que impuseram a pena de morte ou graves sequelas a outrem, e mostram-se indiferente, importando-se mais com seus lucros?

domingo, 8 de março de 2009

Lula:“Le parti c'est moi”


Da mesma maneira que Lula usou de sua influência no partido para indicar Dilma Roussef, a ministra-chefe da Casa Civil, como candidata do PT à sua sucessão, agora de sopetão saca o ex-ministro Antônio Palocci, como seu candidato ao governo do Estado de São Paulo, sem ouvir nem discutir com o partido.

Ignorando as ponderações do senador Mercadante e também pretendente a ser o candidato do partido, de que Palocci tem um passado conturbado e está respondendo por superfaturamento em licitações quando foi prefeito de Ribeirão Preto, quanto por quebra de sigilo bancário irregular de seu denunciante, Lula defende que Palocci é quem acumula as melhores condições para suceder Serra no comando do governo do Estado.

Da maneira como estratégicamente “lança” seus candidatos, Lula age como “dono” da legenda.
Se em seu governo, invés de discussões no Congresso de seus projetos, tudo é enfiado güela abaixo na base de medidas-provisórias, se a maioria no legislativo é alcançado na base da distribuição de ministérios, cargos, etc., parece que o presidente não é muito chegado na tal da “democracia”, nem dentro de seu partido, daí evitar indicar um nome para discussão em sua corrente, ou tendência, como se não fizesse parte de nenhuma, batendo a carta na mesa como se “ele” fosse o partido.

O chará de Luis Inácio, LuisXIV, monarca na França pré-revolucionária, teria dito sua mais famosa frase e símbolo do absolutismo: “L'etat c'est moi!” (O Estado sou eu!) Lula só falta dizer: “Le parti c'est moi!”(O partido sou eu!)

sábado, 7 de março de 2009

Estupra, mas não mata.



O Kibe Loco, sítio de humor fez a melhor tradução da questão do aborto da menina de 9 anos grávida de gêmeos, vítima de seu padrasto que a estuprou e vítima do reacionário Arcebispo de Olinda que a condenou à morte junto com os dois fetos.


Botou a fuça do arquirreaça, Paulo Maluf, com uma de suas mais famosas frases: “Estupra, mas não mata”, que a grossíssimo modo, é mais ou menos isso que o padreco acabou falando, ao se pronunciar com tanta veemência contra o aborto que salvou a menina, porque não tinha capacidade física pra assumir a gravidez, mas se mostrou leniente quanto ao ato praticado pelo padrasto.


Ponto também para o ministro da saúde, Gomes Temporão, que prometeu enquadrar o prelado na justiça por pregar uma conduta religiosa que leva ao risco à vida.


Vade retro, satanas!

Um ano di blogui


Olhaí, em março, um ano do blog 'De propósito'.

Depois de muita hesitação, muita consternação, o coração na mão e a bunda no chão, resolvi escrever uma pá de baboseiras pra que a humanidade não tomasse conhecimento. E assim se fez.

Dizia eu na época, num momento de arrebatamento: “Foda-se o mundo, qu'eu não me chamo Raimundo!

E foi num momento de introspecção filosófica que me veio um clarão, uma luz e intempestivamente “o” momento de mudança de atitude. “É imperativo que eu coce menos o saco!”- cobrou-me resoluto minha consciência, e foi aí que descobri qu'ela existe, porque ela como eu – que somos um só, como a unha, a carne e a cutícula – não estávamos aí pra porra nenhuma.

O que não é incompetência é inconsequência, e o profundo, só no fundo. Da filosofia sexual tântrica aprendí que depois de tantas posições, tanto vira-e-mexe, há um iminente risco de tomar no cu.

Por um ano atentei contra a moral e os bons costumes da gramática e da sintaxe. Pequei contra a plurescência e a concordescência da verbalgia lusofecófaga destes trópicos, como me cobrou Frnando Psoa (“cobrou-me” é pros frescos)

“Livros à mão cheia!” - Castro Alves assim bradava - “E que vão tudo pras puta que os pariu!” - eu completava. Assim conheci os que por estas bandas perambulavam, conhecidos como os “mixinga”.

A resistência e a burrice se uniram e até hoje num sei escrever essa língua. A esperança é a última que morre, mas o ibérico idioma é que sofre (güentasponta!).
A reflexão sobre a vida e as coisas da vida me fez descobrir que pensar é uma necessidade fisiológica, e por isso é melhor não ficar segurando.

A divulgação da fermentação intelectualística flatulencial se mostrou essencial, em todos os “segmentos sociais”(que boiolice).

“Aê mano, tem um brog firmeza na parada. Di responsa memo, tá ligado?..”

E com as menininhas...

_Ei...ei, posso te mostrar um negócio?
_O quê?...
_Qué vê um negócio?... num conta pra sua mãe.
_Quê isso aí?
_É meu blog.
_Mas desse tamainho?

E assim, por um ano, semana após semana, mês após mês, completou-se o primeiro ciclo, se deu a saga do incomensurável canhestro.

Titica nobre que adentra à mente dos mais circunspectos e críticos leitores formadores de opinião. Porque intelectual que é intelectual, não faz a barba nem o cabelo e nem troca de cueca (o radical nem cueca usa). Mixinga!

A prosopopéia arguta e arfante recusa se calar. Aos que bradam em louvor à fertilidade da mente humana, eu vos respondo de pronto: “Foda-se!” – Prefiro a fertilidade da genitália.

Da religião, reconheço que só deve vir a público a palavra do santo, e nunca a impublicável intenção do oculto deus.

Pra não dizer que não falei das dores, alerto aos deuses provedores da paciência dos humanos que ainda não acabou, o fim não se horizonta nem se descortina, e que não me dei por vencido. O pé-no-saco continua. Hay que endurecer!...

Falando umas besteiras menos bestas, tem sido legal a experiência de atirar uma mensagem, um pensamento ao mundo, receber críticas e elogios de quem não conheço, de quem não me conhece, notar que eu mesmo mudei de opinião sobre certos assuntos (não completamente); hoje não publicaria certos posts que publiquei, nem da maneira como publiquei, mas nem penso em tirá-los ou mudá-los, deixa lá.

Fora isso, blog hoje é uma coisa muito legal, pode-se dizer que tem de tudo, são zilhões, bizilhões! Muita gente expressando suas idéias, seus sentimentos, suas pirações. Quem quiser pára e lê, quem não quer, segue pra outra, vai do gosto de cada um, mas é de uma liberdade impressionante e maravilhosa – adoro fuçar o blog dos outros. O bom é que pelo fato de ser uma atitude solitária (ou não), pode-se publicar sem o acanhamento de saber escrever (bem) ou não, ninguém precisa ver nem saber, e aí, acredito eu, é onde haja o desprendimento, ou o desbunde maior.

Um abraço a todos que escrevem, leem riem e lamentem o que viram.

“Hasta la vista, baby!”

Tem esquerda que é de direita.

Parece que agora está completo: O PT tratava Maluf, Quércia, Sarney, Delfin Neto e Collor, como bandidos da pior espécie. Todos hoje fazem parte da base de Lula. Tudo gente fina. Só faltava o Collor, não falta mais. Nada como um dia após o outro.

Política de “alianças espúrias”.


O senador Aloisio Mercadante chamou de “aliança espúria” a eleição de Fernando Collor para a Comissão de Infraestrutura, que acabou deixando a senadora do PT, Ideli Salvati, chupando o dedo.

O PT já havia perdido há menos de um mês a presidência do senado para o ex presidente José Sarney, deixando seu candidato, o senador Tião Viana a ver navios.

Mercadante fez cara de quem foi contaminado pelo vírus do também senador pernambucano Jarbas Vasconcelos que em entrevista à Veja demonstrou estar enojado com a prática política de seu partido, o PMDB. Mercadante estaria ressentido contra a jogatina contra seu partido, o governo ao qual faz parte.

O governo Lula, que é o fisiologismo em pessoa, fica numa situação difícil ao depois de entregar boa parte do governo ao PMDB, vê-lo rebelar-se e se apoderar de mais outro quinhão. Pode-se dizer que o governo aposta na troca da ética pela governabilidade, e as vezes parece que fica sem uma nem outra.

Collor não é do partido de Sarney, é do PTB, mas recebeu os votos para a presidência da comissão como paga de Renan Calheiros, que é o líder do PMDB, pelo voto em Sarney. O PMDB faz parte da base aliada do governo, e recebeu por isso, mas vota com o governo quando quer e fica por isso.

O choro de Mercadante, não é pela “aliança espúria”, que é a marca da administração petista, é pela aliança contra o governo, não fosse isso, seria apenas mais uma “aliança” que faz parte do jogo democrático.

Essa maneira de negociar o poder, tem como uma das consequências, a mais baixa imagem do senado, e a câmara também não fica muito atrás, o agravante é que o senado posa de “poder conservador”, a reserva moral da república.

E o senador Mercadante, é o que o PT precisa, alguém com cara de honesto pra ajudar a esconder a imoralidade dos negócios do poder, como dos inúmeros escândalos envolvendo seu partido que brotam pela imprensa a fora.