domingo, 26 de outubro de 2008

Campanha burra!

Tiago Queiroz/AE


A campanha da ex prefeita Marta Suplicy, para a cidade de São Paulo, é uma das mais idiotas e burras que já vi. A eleição foi dada pro Kassab, o atual prefeito.
A campanha do PT focou o fato de seu oponente ter apoiado o prefeito Celso Pitta, o mais impopular dos últimos tempos, com uma gestão marcada pela corrupção.
Acontece que isso não teve o menor apelo popular eleitoral, mas só os 'técnicos' da campanha, os marqueteiros não perceberam isso. Falar que Kassab veio do Pitta, do Maluf, ou que veio dum ovo, não quis dizer nada, se trouxe algum voto ninguém sabe, ninguém viu, mas os entendidos empacaram a campanha nesse mote e foram até o fim. E tomaram na cabeça.
Outra coisa foi a campanha preconceituosa e apelativa em que perguntava se o eleitor conhecia Kassab, se sabia se era casado, se tinha filhos, uma insinuação ao fato de haver um boato de que o prefeito seria homossexual. Uma campanha que ofende a inteligência de pessoas um pouco esclarecidas, que queimou a biografia da mulher que sempre esteve vinculada a lutas contra o preconceito e a discriminação. Mostrou mais uma vez um partido sem escrúpulos, que como Fausto, vende a alma ao diabo visando seus fins. Se esperavam que o preconceito fosse atentar contra o prefeito, a indignação falou mais alto e fez com que a candidata afundasse ainda mais.
A saída, também apelativa, foi fazer pose de vítima, alegando que 'estavam querendo estigmatizar sua campanha'. Se sua campanha foi estigmatizada, foi por consequência da conspiração formulada na própria oficina do mal dos porões do PT. A bomba do Riocentro estourou no colo de sua candidata.
Sem campanha e sem coligação, a eleição estava praticamente entregue ao alcaide. Bem feito!

O bem público para particulares


“É necessário, Sr. Presidente, republicanizar a república.”

Relatório apresentado ao Presidente da República dos Estados Unidos do Brasil pelo Ministro de Estado dos Negócios, Viação e Óbras Públicas, Joaquim Murtinho, em maio de 1897, 9º ano da república.
Impressionante, mas as palavras do ministro quando a república tinha a idade de uma criança continua atual e a república já completou mais de 110 anos. Os bens da nação como seus cargos burocráticos e políticos são vistos e utilizados como particulares ou de uma categoria, um setor da sociedade, um feudo, um gueto, e não como um instrumento da nação. É a nobreza em tempos de república.

sábado, 25 de outubro de 2008

Estado mínimo onipresente.


Segundo a imprensa o governo poderá vir a ajudar bancos e financeiras (MP443), construtoras (imóveis), o setor sucroalcooleiro, e empresas exportadoras. A cada semana este renque aumenta, ainda deixando de fora inúmeros empresários melindrados por estarem fora do alcance de vista do governo e sentirem o vento gelado da crise esfriando seu negócio.
Por décadas, um coro uníssono cantava o hino do Estado mínimo. Queriam o Estado do tamanho de um pinto, pra que 'o mercado' se fizesse por sí, e então a economia se desenvolveria, o país cresceria, e toda a sociedade se beneficiaria.
Esse foi o mote de nossa história recente. Privatização, desregulamentação, e muita crítica ao 'Estado jurássico', expressão de 'Bobby Fields' ou Roberto Campos, como queiram. Interessante notar como da noite para o dia nossos pregadores do livre mercado chorumingam, ou se ressentem pela não onipresença do Estado.
Lembro da letra da música 'Geni', de Chico Buarque, em que uma mulher desprezada por todos é quem poderia salvar a cidade se ela aceitasse deitar com o comandante de um zepelin armado, pronto para bombardear a localidade. Aqueles que a desprezavam, imploram que ela vá satisfazer os desejos do algoz. A contra gosto ela se redime e se entrega à lascívia do comandante, salvando a cidade. Uma vez passado o perigo, ela volta a condição de desprezada e perseguida pela população que ela à pouco salvara. 'Joga pedra na Geni! Joga bosta na Geni!...
Cabe ao governo bancar o ônus da preservação da economia e seus agentes econômicos pra quem sabe num futuro não muito distante, venhamos a ouvir reclames da inconveniente presença do elefante estatal na economia.

sábado, 18 de outubro de 2008

O ciúme.


Ciúme é coisa de gente doente. Quem nunca presenciou uma festa ou um encontro entre poucas pessoas em que um casal de ciumentos dão seu show brigando em público, no meio de todo mundo. Se desacatam, se xingam, falam alto roubando a atenção de todos e, depois vão embora deixando todo mundo com aquela cara de bunda.
Os ciumentos se defendem: se não tem ciúme é porque não ama. Tudo bem, mas tem gente que ama demais. Um ameaça enfiar a mão na cara do outro em público não respeitando os outros. Eles se merecem. A mulher que se enfia num relacionamento desses geralmente acha que tem que ser assim mesmo, se sente valorizada, vê nisso o quanto o outro se importa por ela. O homem a mesma coisa. Faz uma cena com os outros dizendo que não gosta de mulher no pé mas saber que ela está em seu encalço o valoriza. Por serem possessivos – podem até fazer uma média – a sensação de ser uma posse, de serem de alguém é desejada. A marcação cerrada é a melhor demonstração de que o outro o ama. Na verdade são dois desequilibrados, dois neuróticos. Quem anda com um ciumento, anda com uma bomba, uma arma letal, uma fera como aqueles cães 'domésticos' traiçoeiros que podem devorar seus próprios donos a qualquer hora.
Estou tratando deste assunto por causa do caso das meninas refens de um neurótico que aprisionou 'seu amor' por mais de cem horas, a agrediu várias vezes e, como última prova de amor lhe meteu uma bala na cabeça. Este sentimento na cabeça de um desequilibrado é uma droga que entorpece e o leva a fazer coisas que não faria sã. É um doente difícil de atrair pena e compaixão.

sábado, 11 de outubro de 2008

Em tão pouco tempo...


A poucos meses o mundo vivia em crise. Uma crise completamente diferente da vivida hoje. Não faz muito tempo que as manchetes dos jornais alertavam para a crise energética causada pelo crescimento da economia mundial. Como praticamente a economia do planeta inteiro vinha de vento em popa, não havia petróleo suficiente – nem outras matrizes energéticas – pra bancar a carência de energia. A discussão de fontes alternativas ganhava espaço, como o etanol brasileiro proveniente da cana de açucar. O etanol dos americanos, proveniente do milho, vinha com outra discussão que também não largava as matérias jornalísticas: a crise dos alimentos.
O crescimento global da economia fez com que uma parcela maior de pessoas tivessem acesso a alimentos, o que teria levado a causar escassez e elevação de preços. Energia e alimentos por serem negociados em bolsa sofriam acusações de parte de suas altas cotações serem provenientes de especulação. Os biocombustiveis eram acusados também de causar aumento de preço dos alimentos por invadir terras de cultivo desses alimentos.
A cotação do petróleo alcançou a estratosfera junto com os alimentos, seguidos de projeções do fim do mundo. Naqueles dias, ninguém acreditaria se alguém dissesse que daqui a poucos meses o preço do petróleo estaria 40% inferior, com a OPEP se reunindo pra cortar fornecimento do óleo tentando segurar a cotação. Que a questão energética sumiria do noticiário assim como a crise de abastecimento de alimentos. Que no Brasil, o dolar 'de chumbo' pararia de cair e flutuaria à casa dos R$2,20. Que a economia americana, a mais forte, mais pungente, em pouco tempo entraria em parafuso. Que aqueles bancões brutamontes, financeiras, seguradoras e grandes empresas do setor imobiliário americano estariam quase todos quebrados, à mingua pedindo falência, sendo incorporados por outros bancos a preço de banana, sobrevivendo às custas de dinheiro do contribuinte, na fila do sopão do tesouro americano.
Não faltam setores da sociedade produtiva, econômica, que façam previsões pro futuro, porém as vezes a história busca 'escapadelas' que driblam as bolas de cristal de todos, pegando o mundo de surpresa.

Frase da semana.

“Eu não sei o que é neoliberalismo.”

Antônio Delfim Neto. Jornal O Estado de São Paulo, domingo, 5 de outubro de 2008.

sábado, 4 de outubro de 2008

'Zona' de influência


Enquanto americanos e russos ficam pelo mundo criando tensões com demonstrações de força, fazendo operações de birra e contra-birra, com deslocamento de belonaves, ensaios de guerra, defesa e etc., alí no Índico, na região da Somália, piratas deitam e rolam. Só neste ano trinta embarcações foram assaltadas, e somente agora a ONU e a UE resolveram se mexer depois que uma embarcação entupida de tanques russos foi tomada. A operação de segurança pretende combater a atuação de piratas (só) na costa da Somália. Os trombadinhas vão ter que mudar de esquina.

Sarah “Anta” Palin.





Ganhundoce quem advinhar qual das duas antas é candidata a vice-presidente dos EUA. Apesar da anta candidata ter se preparado para o debate entre os vices, já havia dado claros sinais em entrevistas anteriores de sua inteligência de tapir. No estilo “bela mas burra”, mostrou desconhecimento de assuntos nacionais e internacionais.
Se o senso comum diz que mulher bonita é burra, Palin contribui pra recalcar este pensamento, assim como o de seus correligionários, os conservadores e reacionários, aqueles que acham que mulher é inferior, que lugar de mulher é na cozinha, e outras pérolas. A governadora é um prato cheio pros machistas, cérebros de gorilas inclusive como ela mesma.
Ela pode ter se 'preparado' pro debate, mas ainda falta mais de um mês pra eleição, um mês pra escapar suas maravilhosas idéias de anta reacionária, um atentado contra ouvidos alheios e pra candidatura McCain. Bom pro Obama.