sábado, 31 de janeiro de 2009

Dos esgotos para o Congresso.



Esta maravilhosa ilustração é do “Almanaque Casseta Popular”, publicado no começo da década de 90.

Se o esgoto é pura sujeira, imundice, uma podridão só, o Congresso Nacional não fica atrás. É um nojo só.

Não tente descobrir onde começa um e onde termina o outro. Seja em baixo da terra ou por baixo dos panos, o que sai de ambos não cheira bem e quando corre a céu aberto todo mundo reclama.
O custo do tratamento do esgoto e dos políticos é alto e ninguém vê o retorno. ninguém gosta de ambos mas todo mundo se conforma. Nenhum dos dois goza de popularidade, mas só a “casa” dos políticos esbanja impopularidade.

O certo é que tanto eleitores quanto eleitos passam pela “zona”antes de consumar o ato cívico.
Como cagada a gente procura se livrar, o mais difícil é lembrar em quem votou. É a pergunta enbaraçosa politicamente incorreta que não se faz, muito menos em público.

O que se faz no banheiro e na cabine de votação são coisas intimas que terminam num simples apertar de botão.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Seção “devia ter ficado de boca fechada”


“Ao mesmo tempo que o doutor Tancredo dizia que as eleições deviam ser diretas, corria para minha casa e dizia 'não deixe ter eleições diretas'.”
Joao Batista Figueiredo, último presidente do período militar em entrevista para a Folha. 27.02.1994.

“O Brasil está precisando é de uma Margaret Tatcher de saia ou de testículos.” 16.11.1987
“O Brasil precisa de um presidente que tenha testículos.”28.05.1989.
Paulo Maluf, Folha. Geralmente quando a pessoa fala muito numa coisa, é porque deve estar fazendo falta.

“A Amazônia também é nossa.”
Robert Kasten Jr., senador americano, durante discurso proferido em homenagem ao ecologista Chico Mendes, na Folha. 29.01.1989.

“Quero policiais preparados e armados até os dentes. Vou posentar o calibre 38 e cada policial trabalhará com uma metralhadora, uma escopeta e uma pistola 45.”
Olha só, a frase parece ser de um Maluf, um daqueles reaças de direita, ou um gorila verde-oliva vociferando seu humanismo. Mas não. É do negão gente fina Milton Gonçaves, ator e na época candidato ao governo do Rio de Janeiro pelo PMDB. Ele que sempre teve umas idéias e maneira de ser mais progressistas, mais à esquerda. A frase não combinou com ele. O Globo 24.07.1994.

“O PT terá de ser muito lúcido, pois se Fernando Henrique imprimir um tom centro-esquerda no governo pode jogar o PT no isolamento.”
José Genoino, deputado federal PT-SP, logo após a vitória de FHC na disputa com Lula à presidência. A frase mais ou menos explica porque o PT escolheu o PSDB pra Cristo. Folha 09.10.1994.

“Lugar de brasileiro é no Brasil.”
Jean-Marie Le Pen, na época presidente da Frente Nacional, partido de extrema direita francesa, que tem asco de estrangeiro (do terceiro mundo) na França. Em entrevista cedida em sua casa em Paris a Folha. 24.06.1990.

A casa fica bem melhor assim...

Hoje joguei tanta coisa fora
E lendo teus bilhetes, eu penso no que fiz
Cartas e fotografias gente que foi embora.
A casa fica bem melhor assim
(Herbert Viana)


Depois de mais de uma semana jogando velharias fora, pode-se dizer que a casa começou a melhorar. Há décadas que eu vinha separando recortes de jornais, revistas, imagens dos mais diferentes assuntos e no final...joguei tudo fora!

Tudo tudo, não. Sobrou, digamos uns cinco por cento daquela montoeira de papel. Meno male.

Acho que desde que aprendí a ler peguei o costume de guardar o que achava relevante. O problema é que muito pouco procurei pra ler dalí, até porque era impossível achar alguma coisa, e outra é que acabou se tornando um volume considerável.

Sempre tive a idéia de “algum dia” organizar, separar tudo por assunto como numa hemeroteca, no final acho que arrumei uma “acaroteca” (de ácaro).

Hoje, todos os assuntos que se precisa pesquisar estão no computador de maneira mais simples, mais organizados, muito mais abrangentes e de fácil acesso. Então pra quê ficar guardando papel velho amarelado? Não sei. Só sei que não joguei tudo fora. Não me deixei. Tem coisas que continuei achando importante guardar – ninguém sara assim tudo duma vez.

Pra falar a verdade, algumas coisas deixei separado pra dar uma lida, dependendo da “importancia”, pode ser que eu venha a guardar novamente, mas o mais importante é que aproximadamente noventa por cento o tiozinho do bairro já levou. Digamos que só os ácaros de estimação ficaram.

Dessas coisas que eu separei, têm umas legais que de agora em diante devo postá-las.

Mas tem outras bugigangas entocadas na casa que dentro em breve irei impingir minha fúria sacro-santa contra elas. A luta continua!...

sábado, 17 de janeiro de 2009

Garrafas Pet X meio ambiente: uma proposta


Um sério problema ambiental nacional é causado pelas garrafas “pet”, que são jogadas por todos os cantos poluindo, degradando o meio ambiente, aumentando o custo de limpeza e manutenção de ruas córregos, rios, bocas-de-lobo, etc, ou como dizem os mais chiques, causam um “passivo ambiental”.

A latinha de alumínio, que diferença, não só é raro vê-la jogadas pelas ruas como é uma das responsáveis pela liderança do Brasil no quesito reciclagem de alumínio.

Por que tanto ecologismo de um lado e tão pouco de outro? Simples. É a grana. A “pet” além de ocupar mais volume é barata, não compensa sair catando por aí, já o alumínio, é ouro! Muita gente mesmo não sendo um “catador”, ou “garrafeiro”como eram chamados, recolhe a latinha de seu uso ou o que encontra pelo caminho para vendê-las e incrementar o orçamento doméstico. O papelão é a mesma coisa, é só deixar alí perto da lixeira na calçada e num instante vai embora. O valor da materia-prima acaba tendo um efeito ecológico fundamental.

Daí eu pergunto: não seria interessante elevar o preço do kilo da “pet”, ainda que artificialmente, até que se torne rentável, interessante economicamente à população? A economia na outra ponta com o menor volume de lixo, despesa arcada principalmente por prefeituras, ainda diminuindo um agravador de enchentes, não tornaria a “troca” positiva?

A população que separa o lixo para reciclagem apesar de crescente, ainda é pequeno em relação à montanha de dejetos gerados. A depender de “conscientização” acabaremos atolados no lixo. Considerando que mais de 50% da população brasileira não tem nem saneamento básico, como esperar maturar a “visão ecológica” do cidadão?

E os fabricantes e indústrias usuárias desse tipo de embalagem, nada, necas? De uma certa maneira, também têm culpa no cartório, deveriam contribuir com a solução.

Há estudos tentando desenvolver materiais biodegradáveis, mas não pode ser desculpa pro cidadão porquense continuar a emporcalhar o mundo baseando-se no lema “o mundo é meu penico”.

É importante criar maneiras que resultem em maiores índices de reciclagem como a proposta acima, mas a mais importante está na escola, na mudança da sociedade, investindo nas novas gerações.

Ministra candidata


Ministra Dilma antes da "reforma"...






















... e a ministra candidata após a "reforma".

Esta semana a imprensa mostrou a nova cara da ministra chefe da Casa-Civil Dilma Roussef, que teria feito funilaria e pintura para melhorar o visual para a campanha presidencial de 2010, que já está aí.. Pode-se colocar a “reforma” como parte do PAC (Programa de Aceleração de Candidatura).

Como o candidato oponente José Serra está na frente segundo pesquisas de intenção de voto, apesar de que ninguém está com intenção de votar em ninguém, a ministra precisa de um “viagra”, algum fato pra dar um tchans, uma levantada na candidata que não decola. A facção a que Dilma pertence no PT prometeu fazer passeata em frente à clinica de tratamento caso a mudança estética não inclua uma plástica nos índices de pesquisa.

Há um concenso entre situação e oposição de que o país precisa de reforma previdenciária, política, fiscal, da corrupção, etc., mas como apesar do clamor nacional por reformas elas não saem da gaveta, então que se reforme a ministra!

Vivendo e aprendendo: Se Collor desbancou Lula por seu perfil jovial, bonitão, gostosão e deu certo, por quê o PT não poderia se utilizar desta estratégia?

A Força Sindical botou a CUT no chinelo com seu “sindiassistencialismo de resultado” fazendo com que as centrais se modernizassem passando a disputar qual o maior show com os maiores nomes da parada de sucessos, com sorteio de prêmios, deixando a velha formula de falar em “luta” ou em “conscientização”do operário para os retrógrados xiitas barbudos do partido. Ora, então por quê a gerrilheira candidata dos trabalhadores não poderia se utilizar de novos métodos para atrair a revolucionária classe trabalhadora? Nada mais lógico e legítimo.

Leon Trótsky, já dizia que botox e Pitanguy, eram armas do proletariado. É preciso exportar a revolução, mas sem olheiras, pés-de-galinha, etc.

Se a ministra guerrilheira não começar a rebolar, Lula, o presidente de popularidade nunca antes vista neste país pode ser o pai do fiasco eleitoral de mesma proporção.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Ministro guerrilheiro

Baixou o guerrilheiro no ministro da justiça brasileira, Tarso Genro. Depois de ressussitar a questão da anistia de torturadores do período militar, agora o caso de negar extradição ao italiano acusado de participação em atentados e atos terroristas na década de 70, concedendo status de “refugiado político”, criou uma celeuma entre o governo brasileiro e o italiano.

O ministro busca argumentos jurídicos que não se sustentam, porque não passa de questão ideológica, mas ele insiste. Se no caso nacional levanta um assunto já ultrapassado causando desconforto na caserna, no caso do condenado italiano, causa uma crise diplomática com risco de o país ser interpelado em cortes internacionais e causar sérios danos à pretensão do Brasil em ocupar a inexistente vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU.

O Brasil botar banca de “soberano” é o de menos, o problema é o país virar destino de tudo quanto é pulha, bandido, terrorista...

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Líder do Hamas convida presidente americano.


Por mais inusitado que possa parecer, o membro da cúpula política do Hamas em Gaza, Mussa Abu Marzouk, em artigo publicado no jornal americano Los Angeles Times, e transcrito no Estadão de domingo, 11 de janeiro, diz: “Nenhum líder americano jamais visitou algum campo de refugiados palestinos, um fato espantoso considerando-se o papel central que os EUA têm ocupado na narrativa de nosso povo. Na observância da tradição de hospitalidade árabe, e antecipando o dia em que um presidente americano cumprirá a promessa de mudança, refazemos o convite e colocamos a chaleira para esquentar.”

O artigo não é nenhum artefato explosivo, nem nenhuma manifestação de ódio irracional, intransigente,como a imagem que o grupo parece exalar de sua prática radical.
Sucinto e incisivo, indo direto ao ponto nos principais assuntos referentes aos árabes e judeus, como em relação aos “apelos para nosso movimento 'reconhecer o direito à existência de Israel' soam vazios diante dos massacres e alegações de Israel de que está agindo em 'defesa própria' ao bombardear civis. Por amarga experiência, quando, ouvimos pedidos pelo 'reconhecimento' como precondição para o diálogo, o que ouvimos é um apelo pela complacência com os crimes contra nós.”

Neste artigo “Opressão a Gaza já violava trégua”, o porta-voz da facção, defende que quem violou primeiro o cessar-fogo foi Israel num ataque aéreo “preventivo”em 4 de novembro, muito antes de 27 de dezembro, data em que houve o primeiro ataque ao Estado judeu atribuído ao Hamas. Sobre o conflito, alega: “Na verdade, a incapacidade de Israel de fazer a trégua funcionar demonstra que ele não permitirá um futuro construído com base na autodeterminação política dos palestinos. A trégua fracassou porque Israel não abrirá as fronteiras de Gaza, porque Israel seria antes um carcereiro que um vizinho e sua liderança intransigente monopoliza nosso destino.”

A “autodeterminação”, parece tão justa e legítima a ser reivindicada e até exigida, do mesmo modo que soa como infâmia a hipótese de reconhecê-la como direito do outro. O Hamas é o que se poderia chamar de “jihadista” (de jihad, ou guerra santa), ou seja, luta pelo extermínio do Estado de Israel ao mesmo tempo que reivindica (de Israel) o reconhecimento à sua autoderminação.

Segue referindo-se aos EUA e as expectativas sobre seu novo presidente: “Os palestinos veem com alívio o fim da era Bush. Mas impera o ceticismo de que a justiça chegará de um novo presidente que permaneceu num silêncio nefasto ante o massacre israelense. Com centenas de mortos e milhares de feridos, todos vítimas da generosidade dos contribuintes americanos, os palestinos se perguntam como Barack Obama reagirá. Eles pedem um novo paradigma de responsabilidade e respeito, porque quando veem um F16 (caça israelense)com a Estrela de Davi, veem os EUA.”

Termina o artigo com a frase insólita que abre este texto em que no caso de um líder americano resolver baixar por lá, receberá a tradicional “hospitalidade árabe”.

Depois do convite feito, resta esperarmos até quando um líder americano resolva dar o ar de sua graça a uma zona de refugiados palestinos e aceitar tão educadamente uma bebida das mãos de um árabe radical.

Diga-se de passagem, a faixa de Gaza é composta em sua quase totalidade, de árabes sunitas, a mesma etnia do iraquiano Saddan Hussein, do partido Baath, derrubado pela invasão americana de 2003.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Essa é duca!


Achei essa no blog “Leite de Pato de Ano Novo” http://www.novoleitedepato.blogspot.com/

O cara entra na farmácia e compra uma série de produtos pra facilitar o sexo anal. Depois de compras feitas, o cara vai embora e o farmaceutico comenta com um cliente:
_ Esse cara é homossexual passivo.

_ Como você sabe? _ pergunta o cliente.

_ Ah, ninguém toma tanto cuidado assim com o cu dos outros.

A pilhéria se deu porque conforme informa o blog, o ministro da saúde Gomes Temporão teria investido 15 milhões na aquisição de “lubrificantes KY”, deixando faltar remédios “pra portadores de câncer e hepatite, pra hemofílicos, pra diabéticos...Mas KY pra boiolada, isso não! Isso não pode faltar!”
Por causa disso o escritor do blog, teria lembrado desta velha piada, muito interesante, diga-se de passagem.

Como ele mesmo ironiza, “daqui a pouco vão achar que o ministro “solicita”...”

O post é de autoria de Adaílton Persegonha.

Incapazes menores e inconsequentes maiores.


Aqui na zona sul da cidade de São Paulo, há um caso bastante significativo. Um menor de 12 anos, com uma extensa ficha policial (maior que ele) que rouba rouba rouba e sempre que é pego, assina os papeizinhos na delegacia e é levado pra casa, entregue aos pais. Por isso o moleque está cagando e andando pro mundo. Bem que as autoridades poderiam parar de lhe ser tão inconvenientes.

Minha pergunta: o quê afinal quer dizer “responsável”??? Sempre ouvi dizer que “os responsáveis” eram aqueles que assumiriam as consequências dos atos caso alguém sob sua responsabilidade cometesse algum deslize.

Na prática, todo mundo lava as mãos, ninguém se responsabiliza por nada, a justiça parece não responsabilizar ninguém por atos cometidos por terceiros ( mesmo por incapazes sob sua guarda, como pais, e “responsáveis”).

Os menores assistidos pelo Estatudo da Criança e do Adolescente, sofrem do mesmo mal dos meliantes que são tratados com tantos benefícios como em nenhum outro país. A penalidade maior é porque por ser um Estado capenga não tem dinheiro pra lhes servir abrigos mais humanos, tornando-se um depósito de gente, mas do ponto de vista de benefícios, o melhor lugar do mundo deve ser aqui.

Vejamos: é muito positivo que se trate o preso de maneira diferente. Quem tem bom comportamento deve ter um reconhecimento, receber um tratamento diferenciado com diminuição de pena. Isso é uma boa medida, com consequências positivas. Agora, chegar a cumprir UM SEXTO da pena, ser beneficiado com CINCO SEXTOS, isso é um abuso, uma ofensa! Baseado em quê, isso? Dá a impressão que esses benefícios foram propostos e votados por gente “do meio”. Gostaria eu de não pagar impostos e o governo me penalizar com o perdão de 5/6 da dívida. Não seria uma boa???

Da mesma maneira, o ECA que trata os menores como coitadinhos leva a essa situação deplorável do menor acima citado. Os pais não têm autoridade nem responsabilidade, as autoridades idem. O que sobra? Sobra o risco dessa criança ser espancada, seviciada ou morta por total irresponsabilidade e culpa de legisladores tacanhos, canhestros que não enchergam um palmo a frente do nariz.

Agora que ele começou a ter notoriedade, aparecer em jornais e rádios, pode ser que se sinta incentivado em sua prática, em “tirar uma chinfra” com bens alheios, e em breve comece a aparecer em colunas sociais, ao lado de figuras de destaque, de personalidades e tal, ou a hora em que apareça morto, os que pensam como os que criaram esse estado de coisa, venham a organizar atos pela paz, contra a violência, etc.

É pai, eles não sabem o que fazem.

sábado, 3 de janeiro de 2009

"Dois pastel"

A intelectualidade sempre em desacordo com a população – usuária da lingua portuguesa ou como querem alguns, a “língua brasileira”.

A reforma ortográfica, poderia ser melhor denominada de supressão ortográfica, porque tirou o acento circunflexo de alguns termos, o agudo de outros, o trema, coitado, depois de tanta indiferença, foi despejado.
Com o hífen, se fêz uma massarocada, é um tal de põe e tira que simplesmente fodeu a cabeça de muita gente. Eu confesso: Chegô aí, parô! Num intendi bulufas. A expressão “bunda mole”,eu pergunto: põe ou tira o hífen da bunda?

Podiam já abolir o plural duma vez. Da noite pro dia uma boa parte do Brasil ia passar a falar e escrever corretamente, sem nem perceber.

Aquela famosa frase “um chopes e dois pastel”,que é a maneira que boa parte da população fala, passaria a ter o problema de concordância resolvido. Porque essa maior parte da população concorda um com o outro que falar assim não tem nenhum problema, sem falar que um chopinho combina muito bem com um(ou dois) pastelzinho, e vice-versa, ou seja, uma bela concordância, concorda?

Se fossemos fazer uma análise meramente pragmática, a gente poderia chegar a conclusão que com ou sem plural todo mundo se comunica da mesma maneira, todo mundo se entende. Não faz muita falta. Mas com o plural, boa parte de nossos conterrâneos brasuco-lusófonos escorregam mais que madame em piso molhado.

Aliás, pergunte a algum caboclo, gente simples, o que ele acha de ser um “lusófono”. Talvez ele responda: “esse nome eu num cunheço, mas da tua mãe posso até dá noticia...”

Análise empírica: alguém já viu uma nota fiscal em que os itens com mais de uma unidade aparecem descriminados no plural? Caso raro.

Singular e plural têm uma divisão parece que inspirada na distribuição de renda no Brasil. Todos as quantidades são expressas no plural, com exceção de apenas uma, quando há apenas uma unidade, todas as outras vão pro plural. Mais ou menos como um busão das seis, em que todo mundo vai espremido, e o motorista (que é um só), vai sentado, tendo um espaço só pra ele, e mais interessante ainda, é que o singular é quem posa de gostosão, porque boa parte das 'pessoa', 'se liga' no singular, deve ter açucar. “Os cara chegô em dois carro, catô as coisa...”

Se já é complicado usar o “s”, o que dirá o cidadão ao ser informado que o circunflexo “^” também aparece em alguns termos indicando plural (têm, vêm...)? “pra quê tanta isquisiteis?”_ questionará ele, com toda razão.

Não vamos nem entrar na discussão do uso do “x”, “s”, “z”... Um tem o som do outro, etc. Dá a impressão que os fonemas estavam fazendo uma suruba com as grafias, aí pintou sujeira, cada um vestiu o que estava na mão, uma saiu com a cueca do outro que saiu com a calcinha da outra e por aí a fora, daí “s” tem som de “z” que tem som de qualquer merda. Na hora duma prova, um concurso, dá aquele branco e aí sai de baixo, é “exssessão”, “mecher”...

Depois de ler tanta besteira, os que são contra esse empobrecimento da língua, loucos pra me encher de porrada, vão dizer: “quer uma língua pobre, vá falar inglês!”

Época de chorar e morrer...de rir!

No começo do ano impera o clima de descontração. Todo mundo fazendo piçiroca nenhuma, época de comer, beber, dormir, coçar o saco e manguaçar, que ninguém é de ferro. É nessa época que se participa de grandes tiradas de sarro que a gente vai rir pelo ano inteiro.

Mas se tem as piadas infames bem sacadas, também tem aquelas chatas, idiotas como o cara ou a mina que ri da merda que falou e deixou todo mundo com aquela cara de besta. Mas faz parte, todo mundo é digno de soltar uma que todo mundo se escangalha de rir e depois mandar uma esdruxulice sem tamanho. É a famosa uma dentro uma fora.

Dentre tantas destas bestices, tem gente que todo ano vem com a mesma de todo ano, a começar pelo natal, fazendo alguma alusão ao saco do Noel ou sobre o peru: “e aí, caiu de boca no peru?”. Tem aquela que alguém fala alguma coisa terminando em “um” e um retardado emenda: “no meio dos burros você é um”. Ai que engraçado. É o cara que toma sorvete pela testa.

Em horda de zoadores não se pode dar trela, é prudente acatar o conselho do comandante Fidel que dizia “dormir com um olho aberto”. Cada um mais ou menos sabe onde põe o nariz, principalmente se for aquele ambiente em que na primeira vacilada o couro come. E quanto mais a pessoa zoada fica puta, mais a tchurma se racha, mais tira o pelo, quanto mais irada fica, por mais tempo será lembrada.

Lembro de uma bem engraçada, hoje já meio batida, mas ainda dá pra dar umas risadas. Haviamos viajado pro interior e estavamos numa mesa de bar na calçada , todo mundo enchendo a lata, até que um dormiu. Ah, não deu outra: encheram a cara dele de creme dental e começaram enfiar uma tirinha de papel em seu ouvido. Todo mundo em silêncio só assistindo esperando pelo emocionante desfecho, até que...tapa! Todo mundo se rachando, se cagando de rir, com cara de “fodeu!” e o cara sem entender nada, voltou a dormir. Como ali só tinha cara bonzinho, aumentaram a artilharia com mostarda e catchup, e só não colocaram mais nada, porque não tinha. E vai no ouvido do cara. E tome tapa. E coça o ouvido, e tome tapa.

A cena era indescritível, o cara acordou com aquela cara de bela adormecida despenteada, bem grogue – para,pô! – com a mão e um lado da cara lambuzada até não caber mais, sem entender porquê todo mundo olhava pra ele e ria, tirava o sarro e tal. Coitado. Foi inesquecível!

Todo mundo deve ter a sua pra contar, as zoeiras que participou e sabe lá, as que foi zoado.Bem, essa a gente não conta.

Esta é a época de renovar as sacanagens, de chorar e de morrer, mas de rir. Cuidado!

Boa sorte, e boas risadas.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Beligerância

Entrou em casa – Oi, amor – cara fechada, a mulher passava pano pelo fogão, lavava-o na pia. Não lhe deu atenção.

_ Quifoi, tá nervosa por quê?

_ Ainda pergunta?

_ ???

_ Tu ficaí bolinando essa sirigaita!...

_Q- quem, eu?

_Não. Eu, seu safado fiduma égua!

_Ma, ôxi. Tu tá bem? Deu di bebê agora?

Põe as mãos na cintura – Inda tem a cara di pau de dizê que num feis nada.

_ Ma fizuquê?

Lasca um tapa que no reflexo da esquiva estala no braço de Gerino que a olha assustado.

_Nada! Num feis nada, seu cachorro safado! Tu num é hómi não, safado?! Cachorro! Assumi que tu tava sisfregando mais aquela requengela, seu cachorro safado, EU ví!- com o dedo apontando para os olhos - Eu ví tu lá. Num adianta cê negá queu ví tudinho. Ninguém mi contô...

_Cê tá inganadamor.

_Amor?! Ma como tu é caradipau! Cê num tem vergonha?! Tava lá inroscado qüaquela cadela, agora vem mi chamá di amor? Tu some da minha frente sinão eu vô dá na tua cara, seu abusado!

_Só uma coisinha...

Toma vergonha nessa cara... Faisseguinte: tu cata tuas coisa issôme! Ma some pra nunca mais vê tua cara na minha frente. Vai lá ca quela “coisinha”ti qué e ocê qué ela. Ceis dois simereci!

_Mazamor...deixeu isplicá...

_SOMI!!! - Solta um grito – Isplicá? Tu qué isplicá?! Intão tu cata tuas coisa i essa cara de safado sem vergonha i vai lá praquela sirigaita isplicá uquê cê quisé, caqui tu num vai isplicá nada. _ levantando a mão com punho cerrado – tô é cum vontadi displicá minha mão nessa tua cara de cachorro! Cata tuas coisa issômi!

_Dexeu só falá uma coisinha – acanhado, com o dedo indicador levantado e fisionomia triste como quem pede clemência.

_Já! Ô tu cata tuas coisa, ô eu vô jogá tudo na rua. Cequiscolhi!

_Só uma coisinha – insiste.

_Essa “coisinha”, tu fala praquela quenga lá que tu tavinganchado. Quem vai falá uma “coisinha”, sô eu. Prestençao! Eu querevê tu vivendo caquela galinha pra vê tua cabeça todinfeitada. Nué disso qui cêis gosta?! Muié direita hómi nenhum dá valor. Agora essas sirigaita ceis fica aí tudu achando o máximo. Vai lá! Vai lá vivê cum ela. Vai vê si ela ti qué. Tu vai sê o maió corno da paróquia! Quanela saí dano por aí cê vai atrás dela: “ai amor, ai amorzinho” Aí inquantela infeita tua cabeça, tu fica falando uma “coisinha” pra ela. Si tu tem vocação pra chifrudu, tu fica lá cum ela. Num é o que tu gosta? É o que tu merece. Ela passa o dia sisfreganu em tudo qui é macho, aí quandela chegá incasa, tu vai lá e lambiela. Comi o resto dos ôtro. Você! Porqueu num tenho vocação pra ficá cum sobra, inda mais dessas cadela de rua.

Murcho, cabeça baixa, com os olhos mareados..._Disculpamor, eu sei qui tô errado, mas mi dá uma chance só. Eu faço o qui tu quisé..

_Ah cachorro, olha tua cara. Imagina si teu pai ti vê chorano quessa cara di froxo. Era um hómi barbado apanhando quinem criança, i eu apoianu! Baxucacete, fais desse cabra um hómi. In todesse tempo queu vevi mais tu, num sabia que tu era tão banana. Agora tu qué uma chance?!...Tu tem a vidintera pra pensá nu que tu feis e aprendê respeitá tua mulhé. Não eu! Vai cantá ni otra freguesia. Cumigo não, cabô!