Um britânico preso na China por contrabando de drogas, recebeu a pena máxima e, apesar dos pedidos de clemência, teria sido executado hoje. As autoridades chinesas costumam ser severas com esse tipo de crime.
A China tem um passado de envolvimento com drogas e o império britânico, que muito inglês pode achar que o fato de não ter havido acordo, comutação de pena, ou qualquer outra solução que não a morte do britânico, um certo revanchismo, uma desforra.
Os ingleses – os ocidentais como um todo – sempre foram apreciadores dos produtos chineses, e os chineses nunca viram nada de interessante no que os ocidentais tinham a oferecer. No século XIX, os ingleses começaram a introduzir na sociedade chinesa o ópio produzido na Índia para saldar a balança comercial que lhes era desfavorável.
Com o aumento considerável de dependentes do ópio, o imperador chinês proibiu a importação da droga. Indignada e argumentando “defender o livre comércio”, a Inglaterra entra em guerra com a China (Guerra do Ópio- 1839-42) e sendo vitoriosa, impõe que que os chineses cedam Hong Kong, que cinco portos estejam livres para os ingleses e que estrangeiros possam comercializar livremente à revelia da jurisdição chinesa. O comércio de ópio prosperou, o país se enfraqueceu. Mais uma guerra foi perdida para a coligação anglo-francesa, indo Pequim (hoje Beijin) parar na mão de estrangeiros.
Levantes, revoltas de grupos nacionalistas, aumentavam a crise. Tropas inglesas, francesas, russas, norteamericanas, alemãs fragmentaram o país. A miséria e a corrupção foram o maior legado que a civilização ocidental lhes proporcionou. Perdeu a Coréia, Formosa e a Ilha dos Pescadores. O milenar e rico – pelo menos culturalmente – Império chinês, virou um fundo de quintal ocidental.
A China só voltaria a se levantar com o regime sanguinolento de Mao-Tse Tung.
O fato de um britânico com uma mala entupida de heroína alegar ter problemas mentais não foi considerado pelos chineses. Nem fizeram exames.
O mundo mudou. Em outras eras, qualquer nação que se atrevesse causar mal a um súdito do Império Britânico sofreria sansões e até poderia ser invadido. Hoje, os ingleses acendem velas, rezam, e se conformam. Seu primeiro-ministro disse estar “horrorizado”.
Britãnicos levando drogas para a China continua acabando em morte. Só mudou de lado.
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