terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Ele voltou.

Na segunda metade da década de vinte, um grupo de italianos teriam atravessado o Atlântico num hidroavião de nome "Santa Maria", e pousado na represa do Guarapiranga, em Santo Amaro, que à época era município independente de São Paulo, sendo reincorporado à capital, na década de trinta..

Logo depois, um grupo de brasileiros teríam repetido o tento, no hidroavião "Jahú" em homenagem à cidade natal de seu aviador, também pousou nas águas da represa que a Light & Power Co. criara na primeira década do século. Os dois vôos aconteceram em 1927.

Os aviadores brasileiros chegaram a ser recebidos no Palácio do Catete no Rio, pelo então presidente Washington Luis.

Para celebrar o fato, Mussolini, o mandatário italiano, teria mandado uma coluna de uma construção milenar romana. Italianos aqui residentes teríam contribuido com a estátua de Ícaro e outros badulaques que complementaríam o monumento de 9 metros.

Como símbolos fascistas fazem parte da obra, sempre houve certa discussão se é uma suposta homenagem ou pretexto para propaganda fascista. Na década de oitenta, o prefeito Jânio Quadros a removeu para uma região mais central, até porque estava praticamente abandonada em seu local original, mas descaracterizou a estátua situada fora de lugar, de contexto etc.

Agora em dezembro, o monumento voltou restaurado às margens da represa do Guarapiranga, inaugurado pelo prefeito Kassab e seus puxas. Não está no seu lugar original mas está muito bem localizada e em seu contexto, que é homenagear os aviadores que atravessaram o oceano e pousaram ali, na represa.

Particularmente, gostei de ver a estátua de volta à região. Quando eu era moleque, ficava intrigado com aquela estátua de um cara de asas lá em cima. Não sabia o que significava, mas me prendia a atenção pela sua imponência. Mais tarde iria descobrir que isso é um traço comum das obras nazi-fascistas.

O fato de ter símbolos fascistas não é motivo para querer depredar a obra como faz parte de sua história, ou criticá-la, como ainda o fazem. Não tenho nenhuma simpatia por nenhum regime ou sistema de governo autoritário, centralizador, etc, mas nem por isso vou defender que se estrague uma parte da história da humanidade.

Auschwitz, por tudo o que representou, não foi derrubado. Pelo contrário, é preservado até hoje, e não por simpatia ou afinidade, mas porque faz parte da história e é um bom motivo para se conversar a respeito com os mais novos, mostrar o que aconteceu, discutir valores etc.

Da mesma maneira, fazendas em que foram empregadas mão de obra escrava, outra chaga da humanidade, é positivo que tenham sido preservadas com todo seu instrumental. Visitá-las é um bom programa. Ficar diante de artefatos em que se prendiam e torturavam seres humanos - que não eram necessariamente assim considerados - nos faz pensar, tanto quanto um livro, um documentário...

Tudo isso faz parte da saga do ser humano em seu planeta. Não se limpa o passado destruindo partes de sua história. Destruir não é nenhuma demonstração de sabedoria, de pensamento crítico ou de superior discordância, é apenas demonstração de imaturidade, compreensão curta das coisas.

Limpemos e cuidemos do presente, que direta ou indiretamente, temos nossa parcela de culpa e cumplicidade com suas mazelas. Isso sim, seria uma atitude consciente e coerente.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

O império da ignorância agoniza.

Esse tal de Silvio Santos é uma figura controversa. Há muito tempo, e mais de uma vez, ouvi notícias de que ele não daria o retorno em prêmios que deveria dar pelos seus jogos de azar - bota azar nisso. Esses carnês, telessenas, sorteios, e sei lá mais o quê que esse senhor oferece, deveria reverter uma porcentagem em prêmios - por lei - que não seria cumprida.

Também nunca ouvi falar que tenha sofrido qualquer sansão. Considerando que a nobreza no Brasil está acima da lei e, por isso pessoas influentes não vão presas, e raramente são punidas, então, até aí, tudo normal.

Com seu banco - o PanAmericano - saindo da UTI em que recebeu uma transfusão de dois Bi e meio, que o patrão vai ter que restituir, a máquina de arrecadação deve funcionar como nunca. Se fosse de um fundo público, o costume é dar um 'pelé' no governo e boas, mas como é um fundo particular, então pelo jeito vai ter que casar uma em cima da outra.

Os pobres e inocentes que levantaram o império do magnata, muito contribuíram e pouco ganharam mas sempre foram fiéis, agora mais do que nunca serão protagonistas do reerguimento do 'homem do baú', provavelmente com menos prêmios ainda.

Se não ligaram pra isso antes, vão ligar agora?

A desgraça da humanidade

"A desgraça da humanidade começou por causa da mulher."


Edilson Rumbelsperger juiz mineiro, afastado do cargo por machismo.



Pelo jeito a mãe dele contribuiu muito para a "desgraça da humanidade".

O poeta e o mercenário

José Sarney, em Londres, teria pisado propositadamente na lápide do túmulo de lorde Cochrane, comandante das tropas mercenárias contratadas por D. Pedro I para apaziguar Estados revoltosos por causa do rompimento com Portugal. Segundo o historiador Laurentino Gomes, em sua obra "1822", Sarney teria ódio de Cochrane pelo fato deste último ter pilhado o Maranhão. A considerar a estirpe política a que o nobre presidente faz parte, poderia dizer que sua diferença da do lorde, seria sua nacionalidade e época. De resto...

sábado, 13 de novembro de 2010

Será qu'eu existo?

Abri o jornal e vi que o tal do 'Censo 2010' acabou. Ué, mas pra mim nem começou ainda. Outro dia ouvindo uma rádio, alguns ouvintes reclamavam que apenas algumas casas, ou apês, eram recenseadas - uma minoria. Apesar de nunca ter visto um recenceador, pensava que todas as casas eram pesquisadas, mas como nunca estive em casa no período comercial, achava que fosse esse o problema. Com este recenseamento, estou mudando minha concepção a respeito.

Tenho uma dúvida sobre quem não existe: eu ou o recenseador? Eu - apesar de minhas décadas de vida - nunca ví lobisomem, vampiro, mula-sem-cabeça, gnomo, fantasma...e recenseador. Talvez um de nós dois seja uma figura mítica, fruto da imaginação. Descartes resolveu sua inquietação numa frase: 'cogito ergo sum' ou seja, 'penso, logo existo'. Duvido até se penso, que existo então...

Quando anunciaram que a contagem ia começar, alguém do IBGE, numa entrevista afirmou que equipes seriam deslocadas para as regiões mais distantes e de dificil acesso do país, e que caso não fossem abordados em horário comercial, passariam à noite, nos finais de semana etc. Ao final, eu que moro no centro da bagunça - São Paulo - não senti nem cheiro de recenseador. Minhas pulgas estão desoladas, sentindo-se rejeitadas.

Na página do IBGE, aponta: "A coleta do Censo 2010 terminou". Em "Apresentação", a

instituição afirma: "Em 2010, o IBGE realizará o XII Censo Demográfico, que se constituirá no grande retrato em extensão e profundidade da população brasileira e das suas características sócio-econômicas e, ao mesmo tempo, na base sobre a qual deverá se assentar todo o planejamento público e privado da próxima década". Grifo meu.

O prefeito de Campinas, a segunda maior cidade do Estado, também não concordou com a maneira como o recenseamento foi feito. A questão não é só de saber quantos cidadãos existem, mas tem consequências como repasse de verbas, investimentos etc, decorrência do desenvolvimento apontado pela pesquisa. O pior é que o prefeito promete não ficar só na indignação, mas vai comandar um recenseamento tocado pela prefeitura. Caso dê números distantes dos apontados pelo orgão federal, vai dar muito o que falar podendo levar a um descrédito ainda maior não só desta contagem como botar a própria imagem do IBGE em descrédito.

Parece que há falta de bom senso, ou seria bom censo?

domingo, 17 de outubro de 2010

Religiões e campanha eleitoral:o atraso à frente

É o fim da picada ver a influência das religiões na reta final da campanha eleitoral para presidente da república. As religiões são por essência no mínimo conservadoras, ou reacionárias por excelência. Representam o atraso. Sempre estiveram do lado dos ricos, dos corruptos, dos golpistas, da direita - tão reacionária quanto - da segregação social em nome de seu deus. Rico governa, pobre vive de esmola e resignado, agradece.

Católicos e evangélicos são farinha do mesmo saco. Reacionários, atentam contra conquistas humanistas de séculos, como igualdade de direito das mulheres, liberdade sexual, descriminalização do aborto, a união civil entre homossexuais ou 'casamento gay' como pregam os reaças...

Deixaram de destilar seus ódios recíprocos, e resolveram atentar contra a sociedade como um todo, na figura de um candidato.

Invés de discutir o desenvolvimento do país inserido em um contexto internacional em crise, momento em que o Brasil pode ter um protagonismo relevante, o país se perde em conceitos e valores medievais, de religiões de mentalidade primeva, estúpida.

O discurso "pró-vida" a que os candidados relutam se submeter, esconde na realidade o conservadorismo, o atraso, o obscurantismo, ainda que não raras vezes o discurso de 'vida' venha encharcado de dor, sofrimento e morte, principalmente sobre as mulheres, que esses exploradores da fé e da ignorância sempre as trataram do ponto de vista machista e da inferioridade. As mulheres alcançaram degraus maiores em sociedades e extratos sociais em que as religiões deixaram de ter muita influência.

 
Esta ilustração publicada às vésperas da revolução francesa já denunciava o clero aliado à nobreza, parasitas que vivem às custas do povo.

Católicos e protestantes tiveram numa fala sobre aborto da candidata governista a deixa para destilar suas iras à candidata de viés esquerdista, travado na garganta, podendo agora apoiar abertamente o candidato do capital, da elite que as igrejas tanto adoram. Unindo-se a isso, o engajamento declarado e em peso da imprensa a favor do candidato da oposição, bota a candidata de Lula em situação bastante delicada nesta reta final.

A candidata governista terá que optar por um dos dois grandes contingentes da sociedade: se curvar ao obscurantismo medieval religioso, a intolerância fundamentalista, característica de país de terceiro mundo, ou se aliar a setores esclarecidos, humanistas, progressistas, que cultivam e prezam e respeitam a diversidade, a pluralidade, o desenvolvimento pleno do cidadão.

Palavra de sabedoria aos cristianistas católicos e evangélicos: peguem sua religiaozinha, sua blibliazinha, seu deuzinho, sua moralzinha mesquinhazinha, s'enforquem com a corda da descarga e pulem dentro do vaso sanitário da história. Amém.

As intelectuais bactérias

Curioso como as bactérias sem verbas vultosas nem grandes laboratórios, anulam anos de pesquisa de grandes instituições de pesquisa do mundo num simples 'drible' genético, tornando-se resistentes aos antibióticos de última geração.

Mais curioso ainda é que as superbactérias aparecem exatamente nos hospitais, embaixo do nariz de infectologistas armados de seus superantibióticos, cada vez mais poderosos e incapazes de barrar as sagazes criaturas unicelulares.

A última 'Rambo' que apareceu, a 'superbactéria KPC' parece ter encerrado a era Fleming, tornando a penicilina inócua. Alexander Fleming foi o descobridor da penicilina. Esta superbactéria está se disseminando rapidamente, nos esperando nos principais hospitais do país, tendo matado algumas dezenas de pessoas. Alguns pacientes com operações agendadas preferiram tirar o seu da reta, adiando-as, como médicos têm recomendado postergações.

Se, tornar-se resistente já causa uma grande preocupação, pois as drogas passam a ter um tempo de vida útil determinado pela capacidade de mutação das bactérias, esta última vem com um habilidade a mais: pode transferir sua restência para outras bactérias mesmo de espécies diferentes. Ou seja, uma bactéria que transfere sua atualização contra drogas desenvolvidas pelos humanos à outras bactérias. I nóis, ó...

Essa corrida contra esses micro-organismos faz com que, a qualquer hora, pra acabar com uma simples gripe, tenhamos que tomar uma bomba de neutrons, e ainda assim, olhe lá, de repente elas se tornam resistentes também - a gente não.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Protesto contra a auto-burrice eleitoral

Mais de um milhão e trezentos e cinquenta mil alegres abestados votaram no candidato Tiririca, que os meios de comunicação apelam alegando "voto de protesto".

Se for, grande protesto esse, por que apesar de, de fato a política nacional estar uma meleca e o Congresso parecer um penico, não tem um parlamentar biônico lá, todos os energúmenos que nos representam - belo sofisma - todos foram eleitos, nenhum indicado.

Então votar numa besta em protesto contra a merda que são nossos eleitos é protestar contra o quê? Contra o rasteiro nível dos votados, ou o desprezível nível dos votantes? A população protesta contra sua auto-irresponsabilidade. Resumindo: é eleitor protestando contra o próprio eleitor.

Muita gente fala que político é tudo a mesma coisa, geralmente para esconder sua ignorância, sua indisplicência na hora de votar, sua irresponsabilidade em relação a acompanhar o mínimo do que acontece com seu país, seu Estado, ou mesmo sua cidade, e ainda fazer pose de critico.

Na hora de votar, tem aqueles que catam no chão um papel de propaganda política, por que não têm candidato, e aí votam em qualquer um, em qualquer coisa. Tem como um comedor de grama desses depois vir criticar a política, os políticos etc? Via muito isso quando fazia boca de urna e era idealista, e ví isso de novo domingo quando estava trabalhando na eleição. Uma senhora catou um papel do chão pra votar. Grande responsabilidade. Grande atitude cívica. Não dá pra defender a obrigatoriedade do voto com eleitor desse nível.

Não tem candidato, não vota. Deixe em branco, anula. Alguém chamaria qualquer um na rua pra tomar conta de sua casa, olhar suas crianças na sua ausência? Por que agir assim na hora de escolher quem vai criar leis, governar o país, tomar conta e gerir o dinheiro público? Deixemos que os cidadãos consciêntes, responsáveis, os interessados, os comprometidos escolham aqueles que conduzirão o país, e que fiquem em casa aqueles que nasceram para serem conduzidos.

Nas eleições pra vereador em São Paulo em 2008, quase foi eleito um jogador de futebol, uma verdadeira anta cujo lema era "corintiano vota em corintiano", e teve - se não m'engano - perto de vinte e dois mil votos, mas por sorte não foi eleito. Estava claro que o cara queria entrar só pra se dar bem, viver às custas dos outros. Ele não entende nada de nada, aparecia e apareceu de novo fazendo gracinha como perfeito imbecil que é, e muita gente vota num estúpido desses. E o quê dizer de um eleitor desses que tem o cérebro ligado aos intestinos?

Neste mandato que está terminando o Congresso deitou e rolou em escândalos. Roubaram, meteram a mão que foi uma beleza, aumentaram suas beneces etc. Nesse mesmo período, tivemos grandes confrontos com a polícia, só que por causa de futebol.

Que país é esse?

domingo, 12 de setembro de 2010

Mãos Limpas do Amapá: mais do mesmo.

A delinquência de alto escalão no Estado do Amapá não precisa ficar nervosa. Esse jogo de cena de prender todo mundo é só pra dar a entender que a lei existe, é igual pra todos e que está funcionando. Se fosse assim, não faltariam 'homens públicos' - e mulheres também - comendo marmitex no xilindró. Coisa mais difícil do mundo.

Os bacanas vão passar quem sabe uma, talvez duas semanas descansando, aí depois algum juiz livra a barra e todo mundo volta acuidar de seus negócios. Todo mundo numas: menos porteiro, motoqueiro, faixineira...esses vão ficar sob a guarda da justiça, por que a justiça é implacável.

Nos dias em que seria desencadeado a operação pela Polícia Federal, Sarney havia dado uma voadinha ao Amapá num voo que não poderia ser registrado, oficialmente não teria existido. "Sem registro de rota e sem registro de tripulação". O quê que ele foi fazer lá, no centro da farra? Por que às escondidas? Se foi pra fazer um pé de meia e alguém ficar sabendo, vai dar alguma coisa? Nunca deu. A justiça não chega a atingir a nobreza nacional, só os pé rapado.

Um dia a gente acorda(aí vira de lado e dorme de novo).

Tem eleitor que é cego.

Na propaganda eleitoral gratuita uma eleitora aborda o candidato Serra e após um beijinho ela declara:"Você é muito bonito". E o Serra, surpreso: "Puxa!"

Até Serra ficou assustado com a falta de visão de seus eleitores.

Eles decidirão o destino da nação.

O México, o Brasil, e o "efeito Orloff"

As notícias da carnificina que ocorre no México sobre o combate ao crime organizado por parte do governo federal e o confronto entre os próprios criminosos são cada vez mais impressionantes .

Daqui, a maior parte dos "analistas" falam a mesma coisa: que a política de enfrentamento não dá resultado - ou que tem resultados discutíveis - e que por isso deveria ser abandonada essa prática.

Será que o erro está em ir para o confronto, ou ter deixado chegar aonde chegou? O Estado - a sociedade - está tudo bichado. O crime está disseminado por praticamente todo o poder - polícia, judiciário, fronteiras...Ou a autoridade é corrupta, ou está com medo, acuada. E aí, ou está inserida no contexto da meliantagem, ou faz corpo mole.

No Brasil não faltam capitais em que se diz entregues ao tráfico, à bandidagem, e o máximo que as autoridades podem fazer - fazem - é orientar algum incalto para evitar tais áreas em determinados períodos do dia ou da noite. A polícia precisa pedir licença pra entrar e agradecer ao sair.

Alguém se lembra da famosa expressão "efeito Orloff"? De uma propaganda de bebida que tinha como chamada algo do tipo "eu sou você amanhã". Pois é, a continuar assim, podemos ter uma ideia do que pode acontecer se o Estado brasileiro resolver peitar o neocoronelismo do país, ou se continuar fazendo corpo mole.

O Rio resolveu ir pra cima dos traficantes no começo do ano e as críticas foram praticamente as mesmas que se faz sobre o México. Em São Paulo há alguns anos foi diferente, o Estado, com a Secretaria da Segurança, a Polícia Militar e tudo, com o rabinho entre as pernas, negociaram a paz quando "os mano" resolveram botar pra quebrar, mostrando que o importante é manter a ordem, não importa a que preço.

Nóis tamo na roça!

domingo, 5 de setembro de 2010

Num güento!

Assistir o horário eleitoral é pra exercitar nosso lado sadomasoquista. Tiririca, mulher pera, todos os candidatos de todas as instâncias prometendo resolver os problemas do país e do mundo, é sofrível mas dá pra aguentar.

Agora ouvir Maluf criticando aumento de salário para os marajás, no horário eleitoral ninguém merece. É muita cara de pau.

domingo, 8 de agosto de 2010

O eleitor faz seu país.

O Tribunal Regional eleitoral teria cassado a candidatura de Joaquim Roriz ao governo do Distrito Federal. Até aí palmas para a justiça eleitoral. Pela primeira vez um tribunal regional barra um candidato que ponteava as pesquisas de intenção de votos.

Minha bronca é com o eleitor. Como é que um cara que vive no noticiário sendo acusado de falcatruas, de abuso de poder, ao se candidatar, boa parte do eleitorado se manifesta a seu favor. Tenha paciência!

Nossa "justiça" - com todas as aspas - já é uma brincadeira, ainda junta com um eleitorado desses, dá no que dá, o país que temos: a república do deita e rola.

Homônimo: caso recorrente.

A história se repete: Um preso foi encaminhado ao tribunal e na hora do julgamento descobrem que era o acusado errado, tratava-se de um homônimo.

Já fiz essa pergunta aqui, mas como a indignação se repete, volto à questão: Pra que serve o tal do "Registro Geral", mais conhecido como RG???

"Zé" existem aos milhões, mais RG cada um tem o seu, ou não?!

Se fosse um erro no mercadinho da esquina, ainda vá lá, mais o sistema penitenciário, a área jurídica, com tanto papel, tanta norma, tanto controle, fazer um papelão desses, é de causar indignação. Tanto controle, tanto papel, mas competência mesmo que bom, nada.

Tenho a impressão que se tirar um preso e botar um elefante em seu lugar, até consultarem a ficha e tudo mais, até entenderem o que aconteceu, já passou uma semana.

Vira e mexe aparece na imprensa casos de gente que mofou por décadas na cadeia indevidamente por causa de homônimo. Talvez a solução seja aplicar a lógica de e-mail, não se consegue cadastrar e-mail homônimo, então nomes iguais não pode, para se preservar de burrices tão grosseiras. O RG é para o cidadão ser identificado, mas o sistema parece usar tapas, tem uma visão restrita.

Já tive problemas com homônimo ao procurar emprego e a empresa dizer que tinha um caroço no fórum em meu nome. O funcionário mesmo me disse que poderia ser um homônimo. De fato era: um fulano não pagou a pensão, a mulher meteu ele no pau e acabou sobrando pra mim. O interessante é que para a mulher entrar com processo contra seu próprio ex, deve ter dado todos os dados dele - CIC,RG... Mas não é o RG que suja, é o nome, e como a "justiça" é cega e burra, todos que têm o mesmo nome, vão junto. A justiça geradora de injustiça.

O problema é que parece que não adianta reclamar. Provavelmente a história se repetirá. Pior que ouvir uma notícia dessas é passar por isso.

Vazamento nos EUA.

Os documentos secretos sobre as práticas de guerra utilizados pelos EUA na invasão do Iraque e do Afeganistão, que vazaram e foram exibidos pelo site "WikiLeaks", mostra a falta de escrúpulos de soldados americanos e de sua pátria.

Crimes de guerra como execução de civis, a existência de um grupo formado para capturar e executar sem julgamento líderes do Taleban, evidenciam o por quê os EUA foram contra a criação de um Tribunal Penal Internacional Permanente independente do Conselho de Segurança da ONU. Sabiam que se houvesse uma justiça fora de sua influência, seus pregadores da paz, liberdade e democracia, poderiam parar no banco dos réus, coisa inadmissível. É querer achar que um americano vale tão pouco quanto um cidadão de outro canto do planeta.

Quando se trata de um membro do "eixo do mal", aí se justifica a prontidão dos tribunais internacionais em rítmo de pastelaria como foi o caso do ditador iraquiano, que em pouco tempo foi julgado imputado uma pena e executado. Dou mais crédito às palavras de Saddan quando disse que aquele tribunal era uma farsa, do que na idoneidade daqueles que compunham aquele circo formal e sisudo. Eram tudo pau-mandado.

Apesar de, os grandes "defensores" da liberdade e da democracia terem transformado as Convenções de Genebra em papel higiênico, não há a menor esperança, ou expectativa de que alguém seja responsabilizado ou julgado por qualquer das muitas atrocidades cometidas na região.

Excessos cometidos pelos americanos como os da base de Guantánamo, em Cuba, ou de Abu Ghraib, no Iraque em que vários abusos contra os direitos humanos foram cometidos, e da mesma maneira, não houve Corte Internacional que tomasse qualquer providência, deixa bem claro o que todo mundo já sabe: que justiça (pena) é somente para os perdedores e para os não alinhados aos interesses dos EUA. Além de perderem a guerra, os "vilões"são acusados e penalizados por crimes de guerra, já os vencedores, pilham, matam, se impõe, e nada acontece, mesmo que denunciado.

Por isso os americanos podem usar de todos os expedientes para fazer um "terrorista" falar.Contaminar solos e florestas, como foi o caso do "efeito laranja" no Vietnã que nunca ninguém de seu país irá parar num tribunal. Carnificina é um mero detalhe para quem está do lado da "democracia" e da "liberdade".

Outra coisa interessante revelados pelos documentos "secretos" é que, os "ganhadores" estão mais para perdedores, não conseguem se impor a uma população de miseráveis. Os mesmos ianques, tão bravos, heróicos, eficientes e insuperáveis em roliude.

domingo, 1 de agosto de 2010

A Ficha Suja dos "representantes" do povo.

Quem quiser trocar de bandido, ou seja, tirar o bandido parlamentar sujo na justiça por um limpo(que ainda vai se sujar), algumas dicas são os sítios Transparência Brasil, e o Ficha Limpa. Outra é a Articulação Brasileira Contra a Corrupção e Impunidade, ou ABRACCI.

O "Transparência" parece ser o mais completo e mais 'cativante'. Tem uma página muito interessante, que mostra todos os processos que cada parlamentar tem nas costas. Deputados, senadores, deputados estaduais e vereadores.

Pra se ter uma ideia, clicando na capa do sítio em "EXCELÊNCIAS", aparece um menu à esquerda em que aparece como primeiro ítem "Citados na Justiça e Tribunais de Contas". Clicando aí, aparece um menu à esquerda com as assembléias legislativas e as câmaras municipais das capitais, e à direita, separado por partidos, é só escolher.

Além de mostrar as acusações, apresenta o número de cada processo com um linque para consulta de a quantas anda cada processo. O Transparência Brasil é surpeendente, de tirar o chapéu. É 10!

Mostre que você não dá trela para estes porcalhões da política nacional e deixe-os de lado. Acesse e reflita antes de votar.

Ficará um linque na lateral do blog.

domingo, 25 de julho de 2010

Rambo falou o que a gente não quer ouvir.

“Gravar no Brasil foi bom, pois pudemos matar pessoas,


explodir tudo e eles diziam obrigado. Diziam ´obrigado,


obrigado e leve um macaco`. Pudemos explodir vários


prédios e todos ficaram felizes e ainda trouxeram


cachorros-quentes para aproveitar o fogo”.
Silvester Stallone



Muita gente ficou mordida, ofendida, com o que Stalone falou sobre o Brasil. Mas será que ele falou por pura presunção, ou será que foi o que sentiu do tempo em que conviveu com os nativos?

Qualquer gringo que anda por aqui tem a impressão de que a língua portuguesa é nossa segunda língua, a primeira, parece ser... o inglês. É shopping, fast food, feed back, hot dog, e vai por aí a fora. Qualquer john, que não passa de um pé-de-chinelo, aqui vira rei. Qualquer cantorzinho de quinta, qualquer músico de banheiro que venha dos states aqui vira uma sumidade, não pela qualidade negligenciada em sua terra, mas por nossa tietagem servil.

Tudo que é americano tem uma grande aceitação, não estou falando de coisas que mereçam elogios, mas das que merecem a lata de lixo, como os produtos da indústria cultural americana principalmente: filmes, seriados, modo de vida, alguns valores... Mas a gente não pensa nem seleciona, s'empanturra com tudo que vem de lá. A começar por nossa tão esclarecida e cordial elite que adora servir de capacho para qualquer estrangeiro do primeiro mundo.

Os americanos sempre olharam para o lado de baixo do continente como sendo o fundo do seu quintal. Frank Sinatra recusou por um bom tempo vir ao Brasil alegando ter medo de levar uma flexada. Não é a mesma sutileza de Rambo? Ninguém cobrou isso dele quando resolveu aparecer por aqui. Estranhou que no Brasil ao invés de índio, tinha asfalto, fumaça, cidade, e tanta hospitalidade. Acabou voltando um pouco antes de bater as botas.

Será que, do que Rambo falou, alguma coisa não foi o que sentiu, ou melhor, alguma coisa dita está fora de nosso comportamento? Será que somente ele sentiu isso, ou só ele a externou?

Talvez ele tenha exagerado no argumento, e nós, não exageramos na tietagem?

Vexame à vista.

Cada vez que dou uma volta pela cidade de São Paulo, fico observando as coisas e pensando numa possível Copa do Mundo neste canto mal ajambrado do país.

Não precisa muita coisa para o trânsito da veiculotrópole parar. Uma simples chuva e já era, para tudo. Um carro, uma moto, um caminhão, um ônibus que quebre e em pouco tempo acumula um congestionamento até Plutão.

Ontem, sexta-feira, umas 15 horas, mais ou menos, fora do horário de pico (o horário de pico deve ser o dia inteiro), sem chuva, sem nada quebrado à frente nem nenhuma assombração, e as pistas cheias. Fluindo, mas próximo da saturação. Corredores como Av. 23 de Maio/Washington Luiz, que ligam o centro à zona sul, ou a Radial Leste, que liga o centro à zona leste, passam praticamente o dia inteiro próximo da saturação. Horário de pico então, para tudo. Qualquer acidente e vira o caos. Não só nestas vias, mas a acidentrópole não suporta esse tipo de ocorrência que congestiona tudo.

Os aeropórtos estão saturados também, precisa alguém inventar um tipo de 'beliche' para avião. Pode chover avião que na descasotrópole, as autoridades dão um monte de desculpas mas solucionar alguma coisa, necas. Se hoje já está uma dificuldade para levantar voo porque tem dezenas de aeronaves na pista esperando liberação da torre, imagine num evento internacional com o mundo querendo subir e descer aqui. E quem consegui descer - por ter conseguido uma vaga, ou por que o avião caiu por inanição - entra dentro de um taxi e passa o resto da semana ali parado sem conseguir seguir.

A cidade precisa que, ou seja rasgada por várias grandes avenidas, ou que tenha um sistema de transporte eficiente, e não tenho a mínima expectativa que alguma coisa eficiente venha a ser posto em prática em tempo hábil. Acho que a provisoriotrópole vai criar um 'gato', um arremedo que ligue o aeroporto a algum estádio e o resto que se vire. É o que acontece quando tem Fórmula Um em Interlagos, interditam tudo, fazem corredores que dão acesso ao autódromo, e no término, invertem o sentido da bagunça. Para os moradores das regiões próximas, ficam doidos, perdidos, sem acesso. Muita gente evita sair de casa nesse dia por causa disso, para atravessar uma avenida, precisa dar a volta ao mundo, e pra voltar, idem. Ninguém merece.

A coisa não fica pior porque a Fórmula Um é no domingo, e mesmo assim congestiona, imagine um evento desse na bagunçotrópole durante a semana.

Outra curiosidade, devido ao caos urbano, a helicopterotrópole tem um dos maiores tráfegos aéreos de helicópteros do mundo. Já está saturando, mais um pouco e vai ter uma aeronave fungando no cangote da outra.

Faltam quatro anos, mas tem muita coisa por fazer. Do tempo em que o país foi sorteado - ou escolhido - até hoje não se mexeu um dedo. Milagres acontecem, ou podem acontecer, depende do santo. Mas acho que tanto a Copa como as Olimpíadas, podem se tornar eventos que acabarão por ter o carater de servir para odiar São Paulo e por conseguinte, por uma generalização natural, o Brasil.

Está na mão dos técnicos e bur(r)ocratas.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Mais mió ou mais pió?


Dei uma mudadinha no visú do blog. Independente das cores, o espaço é maior e melhor utilizado. Apesar d'eu nunca ficar satisfeito, achei que pelo menos ficou melhor. Aos desaventurados, traídos pelo destino que acabam por estas mal traçadas linhas - expressão demodé - já que estão por aqui, não fiquem nervosos. Entre, sente, e fique à vontade.

domingo, 18 de julho de 2010

Rescaldo da Copa.

Que vantagem Maria leva?

Agora que a Copa acabou na África do Sul, começa a aparecer um balanço mais 'pé-no-chão'. A FIFA se utiliza de um país como sede de um evento que defende seus interesses e lucros e praticamente não dá nada em troca.

O país sede do evento gastou zilhões em estádios, infra-estrutura, tudo de primeira e a Fifa não teria pago um centavo em impostos, ou seja, todos os custos ficaram para o tesouro - o povo - do país que sediou a Copa. Por outro lado a mega entidade teria lucrado US$ 3,2 Bi!!! livrezinhos.

Agora o país precisa pagar toda essa dívida que contraiu para construir esse monte de verdadeiros trambolhos imprestáveis, já que a África do Sul praticamente não tem futebol, é incipiente, não tem o que fazer com isso a não ser vê-los apodrecer, até porque mantê-los sai caro.

É bom a gente começar a pensar nesse negócio de se endividar pra arrumar a casa pros outros fazerem festa e no final a gente ficar com a bagunça e o prejuizo, e os belezas com a grana (preta!).

Tenho uma leve impressão de que vamos - mais uma vez - fazer papel de trouxa.

sábado, 10 de julho de 2010

O novo técnico da Seleção.

Indico para ser o próximo técnico da Seleção, Joazinho Trinta. Pelo menos na hora da eliminação, em vez da tristeza, acabaria em carnaval, que é bem brasileiro e ficaria tudo bem.

Holanda X Espanha.

Jovem branco empunhando a velha bandeira da segregação.

A gente tenta, mas é difícil desvencilhar o esporte da política ou da história.

Não tenho nada contra os holandeses de hoje, acredito que as novas gerações tenham valores mais humanos e não devam simpatizar com a aberração que seus antepassados criaram na África do Sul, ou seja, o apartheid - não só eles mas principalmente eles junto com os ingleses.

Mas acho o fim da picada o povo como passado segregacionista ganhar o título mundial bem ali. Poderiam ganhar a Copa do Brasil, de qualquer país da Europa, do Afeganistão, de Marte, mas da África do Sul, não.

Mandela ajudou a fazer uma transição em que não houvesse revanche racial, e que todos seriam iguais, como ilustra a bandeira do país, um 'Y' deitado, indicando união. Mas entregar o troféu para um holandês bem ali, será um prato cheio para os estúpidos de plantão, vai deixar muito 'afrikaner' velho reacionário saudosista adorando a situação. Os neo-nazirretardados vão debochar. Como a história é caprichosa, vejo uma grande chance da Holanda ganhar.

Caso isso aconteça, vai rolar uma humilhaçãozinha disfarçada, velada, por baixo dos panos. Ou uma festa rasgada, com muita piada de mal gosto e deboche nos bairros brancos. Por que eles também não vão separar o esporte da política. Com essa bruta chance de se desfazer dos outros.

Espanha na cabeça!

sábado, 3 de julho de 2010

Por que torcer contra a Argentina (e achar bem feito a humilhação)

A coisa mais comum do mundo é um time favorito voltar pra casa mais cedo. Omenos comum é o time mais cotado para levar a taça, levá-la. Mas como o senhor Maradona boca-grande passou a desfilar sua empáfia, sua arrogância, aliado à sua cara de 'capo' mafioso, acabou atraindo uma grande torcida contra. Brasil e Argentina são tidos como favoritos em qualquer campeonato de futebol que disputem, mas o Brasil agrada a todos pela sua graça, simpatia, os argentinos não atraem ninguém pelo seu queixo alto.

Muita gente já torce contra a Argentina por princípio, e a posição arrogante de seu técnico só exacerba este sentimento. Agora é preciso fazer justiça, nenhum jogador, nenhum componente da equipe técnica argentina - que eu saiba - fez qualquer pronunciamento se desfazendo de outra equipe ou falando mal de outro time ou atleta como fez o senhor Diego Maradona, uma pessoa mesquinha, pequena.

Como alguns comentaristas já haviam ressaltado, a qualidade da equipe de Maradona não se deve a ele, mas apesar dele. Ninguém credita a seu técnico a boa fase em que a Argentina entrou na copa, mas ao bom elenco, ao fato de todos saberem o que fazer e terem garra. O técnico era mero detalhe. Parece que ele tendo consciência disso, escondia sua incompetência atrás da arrogância.

A Argentina sair fora jogando com uma equipe de peso como a Alemanha é uma coisa normal, natural. pois reconhecidamente os "alamanos" eram parelhos, tidos também como uma grande equipe, que vinha com um grande retrospecto.

Mas como Maradona manchou toda sua equipe, seu país com sua arrogância, colocou os brasileiros a torcer contra seu time, seu país, fazendo-nos não só ter satisfação em vê-los ir embora, mas ter um gostinho especial a humilhante goleada por QUATRO a ZERO!

BEM FEITO!

terça-feira, 15 de junho de 2010

O sofrimento ganhou.

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brasil 2 X 1 Coréia do Norte.


Foi pra ver isso aí que o país inteiro parou?

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sábado, 12 de junho de 2010

Quando a festa for aqui.

Imagem:AFP
Assisti alguns trechos da abertura da Copa da África, e quando estavam tocando a música tema, achei que para a Copa do Brasil, se for pra botar um som empolgante, envolvente, que ao mesmo tempo em que anima representa a músicalidade do país, o tema brasileiro poderia sair de um bem bolado entre o Olodum da Bahia e alguma bateria de escola de samba do Rio. Iria botar todo mundo se saracoteando.

Aproveitando a mão na massa, interessante ver brasileiros e a própria bandeira brasileira em destaque. Se nossa Seleção estiver à altura e não der vexame, melhor ainda.

domingo, 6 de junho de 2010

Num pode mas pode.

O presidente Lula teria recebido a quinta multa por antecipação de campanha eleitoral. A questão não é se é a quinta ou a décima, é se vai mudar alguma coisa.

País do terceiro mundo é aquele em que as instituições existem mas não funcionam, são só de fachada, ou agem de acordo com interesses de quem são atreladas. Por isso, obedece quem quer, quando quer.

República de fachada, democracia de m...

sábado, 29 de maio de 2010

O Irã a caminho da bomba.

Os EUA tem criticado o gesto do Brasil e Turquia de negociar sobre energia atômica com o Irã. Que o acordo é simples balela não precisa nem falar. Há meses foi publicado nos jornais que o teocrata persa já possuia 5.000 centrífugas para enriquecimento de minério atômico, pouco depois descobriram uma usina secreta enfiada embaixo de uma montanha na região de Qom.

Alguém acredita que um iluminado numa conversa vai fazer com que se desmobilize todo esse investimento, todos os técnicos engajados irão para casa sem mais nem menos e tudo será interrompido? Só um mané que acredita em contos de corochinha pra achar isso.

Se o acordo entre Lula, Erdogan (Turquia) e Ahmadinejad (Irã) é conversa pra boi dormir, não faz o Irã mudar de posição, as sanções da ONU e dos EUA por outro lado também não têm servido pra muita coisa. Países que sofreram sanções dos EUA majoritariamente agiram como se nada estivesse acontecendo. A conversa (fiada)de Obama/Hillary de que vão impor sanções a Teerã não vai tirar o sono de Ahmadinejad.

Quem deve estar perdendo o sono são os reaças de Israel, pois além do Hesbollah, o Irã com a bomba estaria pronto pra bater de frente com o país dos que usam meio sutiã na cabeça.

Brasil e Turquia são massas de manobra na mão de Teerã, e os EUA, num segundo plano, também. Se quiserem de fato parar o plano persa de alcançar a 'arma das armas', teriam que partir para o que Israel há muito quis fazer e Obama não deixou, bombardear o complexo atômico do Irã.

Mais ou menos daqui a uma década quando o Irã assumir que tem a bomba, seja pelo simples fato de tê-la, ou se por acaso usá-la contra Israel, tem tudo para o Brasil principalmente, e a Turquia também, serem responsabilizados por isso.

Este é o capítulo que ninguém quer ver mas tem tudo para acontecer.

domingo, 23 de maio de 2010

Oferta de emprego aos camisas vermelhas da Tailândia

Se aí em Bangcoc o governo não deixa que protestem contra o primeiro-ministro corrupto, e ainda solta o exército, atiradores de elite e tanques em cima de vocês, venham para o Brasil. Há uma enorme carência desse tipo de iniciativa e mão-de-obra.

Não temos primeiro-ministro, mas temos vários ministros, ex-ministros, secretários corruptos, para não falar de ocupantes de outros cargos que também metem a mão na cumbuca na cara larga. Oferecemos farto ambiente de trabalho com corruptos de norte a sul do país, muitas ruas e avenidas para erguimento de barricadas, organização de passeatas, protestos etc. O único toque de recolher que tem por aqui é para recolher os 10%.

Não há necessidade de saber contra quem irão se manifestar, é só ir para as ruas e protestar, uma vez que existe corrupção na máquina federal, estadual e municipal de todo o país.

O Brasil que se enaltece como “o primeiro país a sair da crise” devido ao seu consistente mercado interno, apresentou como um dos setores mais pujantes o de 'desvio de verba pública', e o próximo presidente(a) se tiver visão poderia encarar os novos tempos criando um ministério voltado para esta atividade, o “Ministério de Superfaturamento e Desvio de Verbas”. A pasta teria carater pluripartidário, englobando vasto espectro ideológico – da esquesda à direita – , um verdadeiro estímulo a base aliada.

Garantimos aos tailandeses que após um ano por aqui, vocês irão pensar: “nossa, e nós fizemos aquele escarcéu todo por causa de 'um' corrupto?”

domingo, 16 de maio de 2010

Plágio plagiado.

Notícia da página virtual do jornal argentino Clarin deste domingo, 16 de maio, trás a manchete: Um deputado Kirshnerista apresentou um projeto de lei contra o plagio, plagiado.

O deputado que apresentou o projeto contra plágio, copiou “definições completas” de plágio do site “wikipédia”, sem sitar a fonte, o que é plágio. O jornal termina ironizando: “Não é seu primeiro projeto “copy-paste””.

Por sorte ainda é um projeto, se tivesse sido aprovado, teria sido processado por seu próprio projeto. Parece cachorro mordendo seu próprio rabo.

sábado, 15 de maio de 2010

Fim do voto proporcional: voto sem tradução.

A Comissão de Constituição e Justiça do senado(CCJ) aprovou proposta de emenda constitucional que acaba com a aberração do voto proporcional.

O eleitor vota predominantemente em candidatos, mas o sistema eleitoral transforma em voto partidário, então um candidato bem votado ao ter computado seus votos acaba elegendo outros sem votação por capricho dos sabichões da justiça eleitoral.

Os que votam em partidos são um contingente restrito. O mais democrático é serem considerados eleitos aqueles mais votados, os sufragados pelas urnas e não os que se deram bem pelo capricho das regras.

A mudança pode desagradar as legendas que perdem feudo eleitoral ao desvincular a porcentagem de votos recebidos em cadeiras no parlamento, mas está mais perto da compreensão, do entendimento do eleitor. O voto do eleitor é personalista, e a máquina eleitoral sempre traduziu em em voto partidário, ideológico. A mudança distancia desse moralismo atual e se aproxima da realidade brasileira.

Falta ainda a medida eleitoral mais polêmica: a do vota quem quer.

A justiça eleitoral em campanha.

A justiça eleitoral está em plena campanha para perder credibilidade e respeito. O PT está em plena campanha com candidata e bloco na rua, programa eleitoral escancarado na tv, o que seria ilegal, e tudo corre na boa.

Como contraponto, para a militância e a marquetagem de plantão darem risada, o partido foi punido – por outros deslizes – perdendo o direito de transmitir seu programa partidário no começo de 2011. Começo de 2011??? Depois das eleições pra presidente, governador, deputados, senadores, que quem tinha que ser eleito já foi ou não foi? Qual o peso dessa “punição”?

O que é melhor, cravar um programa eleitoral antes da campanha ilegalmente e divulgar sua candidata ilustre desconhecida agora e perder seu programa partidário após as eleições ou respeitar as regras e ter um programa após as eleições que estrategicamente não servirá pra muita coisa? Maquiavel pensando...

Lembro de quando Maluf era prefeito na cidade de São Paulo e apesar de suas mágicas com as despesas públicas, o tribunal de contas sempre aprovava suas contas. O órgão era um verdadeiro palanque político presidido por um malufista roxo, declarado, e por mais que o prefeito Mandrake aprontasse, era tudo aprovado. Quando a prefeita Erundina (do PT) assumiu, o tribunal passou a encrespar com coisas que nunca antes tinha causado problema a nenhum administrador. São as consequências de instituições aparelhadas que funcionam conforme a conveniência de seus ocupantes.

Os membros do Tribunal Superior (Que Se Inferioriza) Eleitoral devem ter uma estrelinha no peito sob suas togas. A continuar o processo de modernização do egrégio conselho, talvez passem a ostentar togas vermelhas.

Pô, mas o TS(QSI)E não usa toga! Não usa agora. Tudo é possível.
Talvez a justiça eleitoral compartilhe com Serra a idéia de que Lula – e sua legenda – esteja acima do bem e do mal.

Nós continuamos em cima do bem mal.

Antes do pasto...

De onde será que aparecem certos termos e expressões que compõem nosso vernáculo? Será que brotam do chão? Seriam “miasmas” ou “emanações telúricas” como acreditava-se ser a origem de alguns males séculos atrás? O certo é que alguns desses termos ficam entre o ridículo e o esdrúxulo. E o pior, as vezes até são chiques.

Um que melhor se enquadra nessa categoria é “antepasto”. Apesar de usado em restaurante de bacana, parece coisa de besta. Quando não se apela para um estrangeirismo, descamba para o sofrível.

Se as iguarias degustadas antes da refeição são um antepasto, então não deve ter problema chamar o chamamento ao garçon de relinche – olha que chique.

Quem seria o cidadão duplamente bípede que deu essa singela nomenclatura, e qual sua concepção de alimentação? O que passava por baixo de sua crina?

Por que não manter a tão prática e simples entrada?

Uma vez oferecido o antepasto, fico apreensivo em abrir o menu e ver iguarias a base de feno, alfafa, aveia...

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Estado põe 20% de bandidos na rua.

Acabei de ouvir no rádio que em São Paulo 20% dos presos liberados no indulto do dia das mães deram uma banana para a justiça e não voltaram. No ano passado perto de 6.000 condenados saíram e não voltaram. Pois é, não precisa mais de planos mirabolantes para fugir da cadeia, pode-se sair pela porta da frente com o aval das autoridades com suas políticas humanistas de segurança.

Daqui a pouco, em cada leva de indultados, as pessoas vão começar a s'esconder nos presídios, já que os belezas estarão na rua.

E o “dono” dessa palhaçada é candidato à presidência. Tamo na roça, mesmo.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

O futebol e as feras

Clássico: sociedade arca com os prejuízos e emissoras e clubes ficam com os lucros.

Um país com uma forte concentração de renda, um contingente enorme de desabrigados, famintos, gente ganhando abaixo de um salário seguido de um silêncio social. Depois de um ano repleto de casos de corrupção, desvios de verba e mil golpes, muito pouco se viu de mobilização popular.

O interessante é que quando acontece um jogo de futebol, está se tornando lugar comum os quebra-quebras, enfrentamento com a polícia etc, quando a gente vê esse tipo de imagem dá a impressão que evoluímos em direção a nos tornarmos verdadeiras bestas, animais chucros.

Cada vez mais se torna perigoso sair à rua vestindo uma camisa de um clube de futebol pelo risco de ser espancado ou tê-la roubada. Torcidas opostas s'enfrentam por nada, simplesmente por alimentarem um ódio alienado sem motivode animal selvagem.

Quando um inocente é espancado ou quando um imbecil acha o que estava procurando e vai mais cedo pro inferno, o Estado é responsabilizado por omissão, cumplicidade etc.

Numa partida de futebol os clubes e emissoras faturam principalmente com a bilheteria, televisãoe a marca dos produtos estampados no uniforme. O Estado – o contribuinte – assume as despesas com depredações, assaltos, brigas entre torcidas e todo tipo de vandalismo, inclusive mortes.

Falta uma discussão sobre o quanto custa à sociedade um jogo de futebol, a insegurança gerada pelo deslocamento desses contingentes de bárbaros, se está disposta a pagar, repassar isso aos clubes e emissoras, ou se o melhor é acabar com esse tipo de “espetáculo” ou mandá-los para regiões ermas, inóspitas, mais apropriadas para bestas feras.

Clubes e emissoras deveriam ter um seguro por partida para arcar com as despesas geradas com seu evento, e arcar com elas. Se triplicasse o valor do ingresso, dane-se! É o “custo-selvageria”. Não dá pra só o Estado ficar com as despesas e responsabilidades, deixar praticamente toda uma região do Estado sem policiamento pra concentrar num único evento, ser responsabilizado pelos roubos, furtos depredações e mortes, e o lucro, a festa ficar para os outros. Isto está errado.

A Copa do Mundo no Brasil vem aí, os estádios deverão ser arrumados, e as “nossas” feras, o que vão fazer com elas?

sábado, 1 de maio de 2010

Violência aumentando

Violência aumenta no Estado causado por justiceiros com e sem farda.

O jornal Folha de São Paulo deste sábado (1º maio), trás como manchete:“Número de homicídios cresce 23% na capital”.

Se perguntado os motivos da elevação dos índices de criminalidade ao ex-governador e candidato José Serra, talvez argumente que os bandidos sejam do PT ou da CUT, ou que o índice seja político. É tudo armação!

O governo do Estado justifica o aumento de homicídios como “oscilação” – o que não explica nada. Enquanto os índices apontam crescimento de 23% na capital, em todo Estado teria aumentado 7%.

Lembremos que na semana que passou, setor ligado ao turismo americano alertou seus turistas sobre a falta de segurança no litoral paulista assolado por um surto de assassinatos. O jornal O Estado de São Paulo, sobre este assunto trás na capa de hoje, “PMs estariam à frente de grupo de extermínio na Baixada”, que explica por que nenhum crime até agora foi esclarecido.

Pra quem quer ser presidente, deixar o Estado com a área da segurança neste estado deplorável, parece um prato cheio para a oposição e o fim da picada para a população.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Racista 'moreno' agride morador de rua por ser negro.


Este “branco” agrediu um morador de rua por ser negro.

Dois skinheads teriam espancado um morador de rua no centro de São Paulo. Até aí não é lá muita novidade, esses selvagens contam com a complacência das autoridades que ainda não os botaram na ilegalidade nem os caçaram como bandidos selvagens e, também por causa disso vira e mexe acontecem esses atos bárbaros pela cidade.

O que quero ressaltar é que a vítima, além de agredida, foi xingado de “macaco” e de “preto” por seus algozes e quando a polícia deteve dois dos porcos nazistas, um deles era “moreninho”. O racista, o defensor do “withe power”, de “white” não tem nada. Está mais pra “black”, ou “nigger” que outra coisa. Se puder desejar o mal a pessoas que merecem, acho que esse rapaz deveria ter uma “conversa” séria com os não-brancos de onde mora.

Esse tipo de gente(bicho) que sofre dessas deformações mentais, não se consegue muita coisa com conversa, precisam de lei severa e jaula! Ou as pessoas se toleram, se respeitam, vivem como civilizados, ou devem ser enjaulados recebendo água e ração como feras – que são!

Aliás, seria interessante ver esse “moreninho”entrar numa cela de presídio onde nem todo mundo é clarinho, com a acusação de espancar negro. A galera ía ter muito o que conversar com ele sobre tolerância.

Outra coisa: se há uma repulsa tão grande contra os negros, por que o cara-pálida estava com um não-branco como companheiro?

O homem agredido por pedaços de pau e uma tornozeleira com espetos de ferro, foi medicado e passa bem.

As bestas-feras irão responder por lesão corporal e injúria racial.

terça-feira, 27 de abril de 2010

A figurinha mais difícil

O Dunga  mandou avisar que se depender dele ninguém vai completar seu álbum.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

A ladainha da justiça

Após praticamente dois mandatos, o Ministério Público denuncia o ex-governador Joaquim Roriz – que largou o osso em 2002 – por violação da Lei de Responsabilidade Fiscal entre outras, considerada como “balbúrdia contábill” pela acusação.

O governador Roriz passou todo seu mandato recebendo acusações de todo tipo de corrupção, desvio de verba etc, o que Arruda, seu sucessor, apesar de opositor, deu prosseguimento.

A justiça de Brasília, que recebeu a denúncia, anda a passos de cágado, já a prescrição desses crimes, geralmente é mais célere, passa mais rápido que os trâmites dos processos, e contando com o fato de a denúncia ser apresentada oito anos após o ocorrido e, ainda com tantas instâncias para recorrer, pode-se dizer que é mais um caso perdido.

Nesta terra, crime compensa.

domingo, 25 de abril de 2010

Belo Monte: nova tecnologia, velha enganação.

Entrando no assunto da usina hidrelétrica de Belo Monte em Altamira no Pará, o primeiro ponto é que nenhum presidente quer repetir o feito de efeagacê, de deixar a vela apagar em sua mão. O país precisa resolver o problema sempre presente de demanda de energia ou o fantasma do apagão estará sempre presente.

O projeto da usina de Belo Monte tem um viés muito interessante, tem a cara do Brasil no aspecto da dissimulação, do vir com o papo de que vai doer só um pouquinho...

O que se diz é que não vai haver uma intervenção ambiental muito grande por que a tecnologia de Belo Monte é a do “fio d'água”, em que os geradores são assentados praticamente na horizontal fazendo com que a correnteza do rio movimente as turbinas, gerando energia elétrica – ao contrário do usual em que as turbinas são dispostas praticamente na vertical, aproveitando a queda d'água.

Os defensores do projeto alegam não haver muita alteração da paisagem, mas haverá a construção de uma barragem e dois canais de derivação (desvio do rio Xingu), ou seja, apesar de tudo pronto para uma grande intervenção na paisagem, pouca coisa mudará – no começo. O rio baixará de nível mas não haverá uma grande área alagada como é o costume.

A usina com potencial para gerar 11.000 megawatts, por causa disso( do não represamento de água no início) gerará metade se seu potencial. Não será alagado uma grande área, mas a geração de energia por outro lado será menor que seu potencial, haverá uma Itaipú adormecida.

Na mesma batida segue o custo do empreendimento, 19 bilhões como anuncia o governo, ou algo em torno de 36 bilhões – incluso 6 bi de isenção fiscal que o governo pôs na roda pro negócio sair do papel de qualquer jeito - como anunciam as empreiteiras.

Daqui uns anos, quando começar a escassear a energia na região, sendo caro erguer outro projeto e, tendo um grande potencial da usina alí parado, qual seria a solução mais fácil, construir uma nova usina ou mandar a natureza e os índios se catarem e botar tudo embaixo d'água?

Aí é que aparecerá o grande impacto do projeto, e nessa hora será muito difícil tentar evitar que “maracanãs” sejam inundados. Os que se opuserem serão tidos como contrários ao progresso da região ou do país.

Todos os governos sentirão o peso do poder, a “espada de Dâmocles” sobre suas cabeças ao serem pressionados de um lado pelo risco de faltar energia, e por outro, com projetos poluidores, porém de baixa intervenção ambiental – como é o caso das termelétricas – ou de baixa poluição, mas com alto impacto em sua implementação – as hidrelétricas.

Isso pra não falar de ambientalistas, comunidades indígenas ou de moradores atingidos, cidades, imprensa, opositores entre outros que martelam a cabeça do governante.

Aos poucos e, alternando os motivos, a Amazônia vai sendo dilapidada.

domingo, 18 de abril de 2010

Direito de voto a detento.

Em mais um capítulo da novela brasileira “Visão Distorcida da Realidade”, o enredo trata do direito de voto de detentos, que a imprensa anda repercutindo. Um tal “Movimento Nacional pela Cidadania” teria divulgado manifesto subscrito por mais de cem instituições conclamando as autoridades a criar mecanismos operacionais para viabilizar esse direito(O Estadão, domingo,18/0410 pag.J3).

Pra começo de conversa, quem seriam essas entidades e qual sua representatividade na sociedade? Outra coisa é parar de brincar com certos “progressismos” inconsequentes, querendo posar de defensor dos fracos e oprimidos, querendo aparecer.

O preso é o membro da sociedade que pela sua condição de preso teria entre seus direitos suspensos, o de participar de eleição. Outra coisa é que não existem nos presídios condições para uma eleição isenta como deve ser. O Estado mal consegue coibir o uso de celulares, armas, drogas e quadrilhas – que receberam a alcunha de “partidos” - o que dirá garantir a segurança dos mesários e equipamentos, para não falar que essas datas são escolhidas para rebeliões.

Democracia não se faz pelo ato mecânico do voto, mas pela liberdade de escolha.

Segundo a matéria, presos de alto risco – pela classificação da Secretaria de Administração Penitenciária – estariam excluídos, mas o fato dos “barras-pesadas” não participarem, não quer dizer que não influenciariam o voto de modo pouco convencional. Chefe de quadrilha não precisa de santinho nem de boca-de-urna, eles têm um poder de convencimento impressionante.

Como costuma-se dizer: tem coisa muito mais importante pra se resolver. Aqui do lado de fora, onde a campanha ao mesmo tempo em que está proibida – só depois da convenção dos partidos no meio do ano – corre solta pelo país à fora, e a justiça eleitoral reconhece mas dá multas meramente simbólicas sem maiores consequências.

Devido a precariedade do controle dos presídios por parte do Estado, o risco de manipulação, do retorno do “voto de cabresto” ou seja, um evento antidemocrático, autoritário e de resultado suspeito, fora outros riscos já citados, seria um enorme retrocesso estender eleições a um contingente que não se sabe até onde estariam interessados em participar.

Outra coisa: qual o custo disso tudo, contando com cadastramento, emissão de títulos eleitorais, controle etc? Não será isso que fará ou deixará de fazer nossa sociedade mais ou menos democrática.

Tem gente que ainda acha que bandido é um coitadinho social que rouba por que não tem o que comer.

sábado, 10 de abril de 2010

A pátria consternada.

Caiu um avião russo (Tupolev) no sul da Rússia. A aeronave, que era o avião presidencial polonês, levava o presidente da Polônia, sua esposa o presidente do Banco Central entre outros mais de oitenta membros do governo. Não houve sobreviventes.

A Rússia decretou UM dia de luto oficial, o Brasil TRÊS dias.

A Polônia decretou uma semana de luto.



* * *

É o melhor exemplo do por que não concentrar todos os ovos numa mena cesta. Além do presidente, sua esposa e o presidente do Banco Central, morreram um ex presidente, o vice presidente da câmara dos deputados, do senado, o chefe do estado maior, os comandantes das três armas, o comandante das forças especiais, o chefe das forças operacionais, vários outros membros do governo além de deputados e senadores.

Vai além de caber, não caber ou do custo.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Eleição entre dois candidatos.

O fato de as pesquisas de intenção de votos apontar os dois primeiros candidatos, Serra e Dilma já no ombro a ombro, faz com que a disputa nasça focada entre eles. Ciro Gomes e Marina Silva, pra não dizer os outros (nanocandidatos), estão com cara que ficarão sevindo água e café para o debate entre os dois.

Ciro e Marina são ex-ministros de Lula, mas pela coligação de seus partidos, é provável que no segundo turno Marina descambe pro lado do tucano, enquanto Ciro deva apoiar Lula.

Se Dilma é amparada por Lula, o presidente com maior índice de aprovação de seu governo em praticamente toda classe C,D e E, ela ainda não passa de uma ilustre desconhecida.

Serra, apesar de conhecido pelo país inteiro por já ter disputado uma eleição a presidente, o que dá uma tarimba que faz diferença, é caracterizado como o candidato das elites, liberal – o que no Brasil é um palavrão – privativista, e por aí a fora.

O que os dois têm em comum é a falta de empatia. Além da inexperiência em disputa de votos, Dilma tem um jeito meio sargentão, de durona, enquanto Serra, que por mais que diga que não é sisudo, se não começar a mostrar os dentes, será difícil quebrar sua imagem de estátua, e é difícil ter empatia por estátua.

Por enquanto Dilma é marionete na mão de marqueteiros. Eles é que comandam sua imagem, o que falar, como se vestir, que aspecto focar etc. Outro ponto é que parece melhor se apoiar que a “candidata do Lula” é (era) “ministra de Lula” do que “ministra-chefe da Casa Civil”. Que raio é esse?! Se é difícil explicar, talvez seja mais difícil ainda entender o que é isso, pra quem não conhece muito as entranhas do poder.

Outro ponto que costuma fazer diferença é o índice de rejeição do candidato. Quem tem um “teto” baixo, ou seja, uma rejeição alta, tem um limite de crescimento preocupante, por que fica muito mais difícil – quase impossível – conseguir voto entre os que o rejeitam.

Serra é mais conhecido, entra na disputa na dianteira em intensões de voto e de rejeição. Se não diminuir os que o rejeitam, mais pra frente pode ser um complicador.

Dilma quase não tem rejeição por que poucos a conhecem, mas dos que acompanham o noticiário e já ouviram falar de seu passado de guerrilheira, uma parte a consideram não como uma heroína que enfrentou a ditadura, mas uma bandida, ladrão de banco. E esse é um ponto que os adversários devem explorar.

Como ainda tem a Copa da África do Sul no meio do caminho, os candidatos devem fazer aquela cena de aparecer com a camisa da Seleção etc, depois é ue a coisa esquenta.

Como não vejo tanta diferença entre um candidato e outro, não me importa o nome nem o sexo do candidato, mas o que vai fazer com esse país quando botar a maldita faixa.



quarta-feira, 7 de abril de 2010

O fim da crise econômica e o aumento da “crise” do clima.

Antes da crise de 2008, o mundo vivia uma crise energética. A produção de petróleo era parelha ao consumo e as fontes alternativas ajudavam mas não resolviam o problema, ou melhor, eram fontes de outros problemas: os biocombustíveis eram acusados de ocupar terras voltadas à agricultura, encarecendo o preço de alimentos, e por isso havia uma restrição em se trocar o uso do petróleo pelo combustível de fonte renovável, apesar de menos poluente.

A crise “salvou” o mundo da maior crise de energia do planeta seguido de cotações do petróleo e alimentos nunca antes visto. A queda da emissão de carbono na natureza – o efeito estufa – foi outra consequência positiva da crise. Como o nível de produção caiu fortemente, o consumo de combustíveis fósseis – petróleo e carvão – sofreu um revés.

A crise começa a cicatrizar, a produção mundial começa a crescer, o consumo de petróleo e sua cotação apontam para cima. Neste meio tempo, projetos de expansão da oferta do óleo sairam do papel. A Arábia Saudita inaugurou no ano passado um grande campo de extração, podendo produzir 1,2 milhão de barris por dia*.

No Brasil o “pré-sal” deu as caras, jazidas enormes de óleo leve, porém a uma profundidade e custos sem igual, prometendo deixar o país não só auto suficiente, como exportador. Apesar de custoso e demorado, a Petrobras tem inaugurado novas plataformas, novos poços, tendo ainda previsto investir entre 2010 e 2014, algo próximo de duzentos a duzentos e vinte bilhões de dólares**.

Fora isso, a Venezuela que vinha diminuindo sua produção fez um acordo com Vladimir Putin, o primeiro ministro da Rússia, para reverter o quadro e aumentar a produção.

Assim que esta crise passar de vez em todos cantos do mundo, com a capacidade ampliada de produção de combustíveis poluentes, se não aparecer outro contra-tempo, com um planeta com a liberdade de comércio como nunca ouve antes, tem tudo para que a economia volte à bonança que havia antes e até mais. O pleno emprego, ganhos salariais, aumento de renda, diminuição da miséria, etc, o problema é saber se o planeta aguenta suportar quantidades enormes de poluentes na natureza, maiores que antes da crise.

Se as mudanças climáticas são por causa da poluição, a expectativa é de que a coisa tende a piorar.

*O Estado de São Paulo 4 de abri, 2010.

** Fonte: Petrobras.

Especuladores impõe aumento de taxa de juros.

A inflação apontada por críticos como perigosa, saindo da meta e tal poderia muito bem ser posta em seu devido lugar com o aumento do compulsório como foi feito no começo deste ano, o problema é que o “foco” não é a inflação, a urubuzada está querendo que o BC aumente a taxa de juros por uma simples questão de especulação.

Também não importa que boa parte da inflação não seria atingida pelo aumento da taxa básica por que não se trata de demanda. O aumento do compulsório iria diminuir o dinheiro em circulação aumentando seu custo, o mesmo efeito que se teria aumentando a taxa básica só que sem onerar o Estado e sem ganho dos inescrupulosos.

Não importa se a dívida pública aumentará mais ainda ou qualquer outro efeito perverso, o que importa é botar o governo a remunerar meia dúzia de banqueiros e mega sangue-sugas.

A dívida pública interna está por volta de um trilhão e meio de reais, mas o que incomoda é que os juros nunca estiveram tão baixos, remuneram muito pouco para o apetite insano acostumado com muito mais, então é preciso pressionar para aumentar o rendimento do cassino.

A pátria inteira trabalhando para dar dinheiro para o governo enfiar nos bancos. O governo achaca a sociedade com uma carga de tributos elevadíssima sem retorno por que boa parte dessa grana preta vai para o setor especulativo, o “Tesouro” particular de meia dúzia . Por isso, faça chuva ou faça sol, os bancos batem recorde de lucro todo ano. S'esmurram de ganhar dinheiro sem fazer esforço, sem falar que além de tudo ainda estorquem seus clientes com taxas que não conseguiriam em nenhum outro lugar do mundo. E o governo não consegue nem pressioná-los nem controlá-los, mas eles pressionam, controlam e manipulam o governo. Só pra lembrar, o Brasil tem uma das taxas de juros mais altas do mundo, mas aqui dentro o discurso é de que precisa subir mais ainda. Com a dívida pública tão alta decorrente dessa política de juros, pergunto: por que tanta preocupação com a inflação e tanta negligência com o endividamento do país?
O governo e o país são reféns dessas raposas.
 

quarta-feira, 31 de março de 2010

Temporada da conversa fiada.

Vai começar a maior enganação do país. Pulhas, bandidos, salafrários, com imunidade ou não estão largando o osso, o poleiro de onde estavam para, com a maior cara lavada, travestidos de incansáveis lutadores da moralidade e da probidade, buscar voto dos desavisados e aqueles que têm vocação para cordeiro.

Há um ano atrás parlamentares pilhavam o erário de diversas formas, com passagens aéreas, cargos para parentes e amigos, o senado tinha um milhão de diretores “coçando” etc. Empreiteiras que sempre ganhavam as concorrências superfaturavam obras e repassavam para partidos e políticos. O que mudou foi que aquele monte de escândalos sumiu da mídia. Uma meia dúzia perdeu o cargo pra fazer uma média, aí como o assunto estava ficando meio batido, saiu de cena (pra não dizer que jornais e jornalistas foram “convencidos” a mudar de assunto).

Os jornal e a televisão mostraram as gatunagens com nome e o focinho dos pilantras. Vamos ver quantos serão reeleitos.

Do meu ponto de vista, existem os inferninhos, os puteiros, que são casas onde trabalham mulheres que merecem respeito, e o maior “infernão”, bancado com dinheiro público para interesses particulares, formado por homens e mulheres que não merecem respeito – merecem uma cela, isso sim.

O “Fenômeno”.

Impressionante a popularidade de Lula, a aprovação de seu governo, que com crise ou sem crise, só cresce. O que me estranha é que não vejo essa popularidade toda por onde ando, nem pelo que leio, nem vejo. Sei que não sou nenhum parâmetro nacional pra medir o que quer que seja, mas estranho a disparidade entre o que ouço, o que vejo, e o que é divulgado.

Tenho a impressão que ouço mais crítica que elogio, mas a considerar as pesquisas, em que Lula tem mais de 70% de bom e ótimo, e apenas 4% de péssimo ou ruim, era para ouvir elogios rasgados por todos os lados, mas isso não acontece – pelo menos comigo. Por outro lado, apesar de ficar com um pé atrás, não acredito que sejam resultados manipulados, notícia “plantada”.

Quando seu governo apareceu envolvido no caso do mensalão, período em que sua popularidade sofreu um baque, mas muito longe de alcançar níveis baixíssimos com o de FHC, Sarney ou qualquer outro, parece que as pessoas, principalmente os mais pobres, ou os mais “lulistas”, se conformavam dizendo que “todo mundo rouba”, ou que “lá, quem não entra no esquema, morre”. Porisso mesmo caindo, mantinha níveisde aprovação bons.

Talvez as aparições no exterior e as notícias veiculadas de que o Brasil está na moda, ou que Lula é uma referência, uma liderança mundial, ajude a contribuir com sua imagem. O fato de não se moldar à ordem mundial, apesar de o colocar em rota de colisão contra os principais países que mandam no mundo, não signifique que atente contra sua popularidade interna.

Se um setor da sociedade concorda com as críticas internacionais em relação a aproximação com Irã, Cuba, Venezuela, Bolívia, etc, outros setores, críticos da globalização e do “imperialismo” simpatizam com esse carater de “independência” em relação à política exterior de Lula.

A imprensa e seus críticos cobram Lula pelo fato de ser uma liderança que apareceu da luta contra uma ditadura, o que torna contraditório dar a mão à dinastia Castro de Cuba, uma ditadura. Mas essa crítica maliciosa se faz esquecer que quando se moia carne humana no Brasil, no período verde-oliva, e que a imprensa o tratava como baderneiro, era Cuba quem dava guarida e apoio aos que saiam corridos daqui. Praticamente toda cúpula de seu partido e de boa parte da esquerda recebeu a hóstia das mãos del comandante, passado que a mídia senta em cima ignorando, mas Lula não esquece.

A empreitada agora é transferir sua popularidade para sua candidata, que começou a subir nas pesquisas alcançando o segundo lugar, encostando em Serra. O problema é que a justiça eleitoral pela segunda vez condenou a dupla Lula-Dilma por fazer campanha. Reconheceu, condenou-os, mas a uma pena rizível, de pagar dinheiro de cachaça, para uma campanha que deve movimentar milhões e disputar simplesmente a presidência da república.

As “multas” foram tão educativas, tão penosas que no dia seguinte a dupla dinâmica estava em palanque fazendo promessa eleitoral.

Lula pode ser considerado um “fenômeno”, só falta fazer seu sucessor(a). Com a popularidade e a máquina do Estado na mão, parece pouco provável que não ganhe esta partida.