domingo, 25 de julho de 2010

Vexame à vista.

Cada vez que dou uma volta pela cidade de São Paulo, fico observando as coisas e pensando numa possível Copa do Mundo neste canto mal ajambrado do país.

Não precisa muita coisa para o trânsito da veiculotrópole parar. Uma simples chuva e já era, para tudo. Um carro, uma moto, um caminhão, um ônibus que quebre e em pouco tempo acumula um congestionamento até Plutão.

Ontem, sexta-feira, umas 15 horas, mais ou menos, fora do horário de pico (o horário de pico deve ser o dia inteiro), sem chuva, sem nada quebrado à frente nem nenhuma assombração, e as pistas cheias. Fluindo, mas próximo da saturação. Corredores como Av. 23 de Maio/Washington Luiz, que ligam o centro à zona sul, ou a Radial Leste, que liga o centro à zona leste, passam praticamente o dia inteiro próximo da saturação. Horário de pico então, para tudo. Qualquer acidente e vira o caos. Não só nestas vias, mas a acidentrópole não suporta esse tipo de ocorrência que congestiona tudo.

Os aeropórtos estão saturados também, precisa alguém inventar um tipo de 'beliche' para avião. Pode chover avião que na descasotrópole, as autoridades dão um monte de desculpas mas solucionar alguma coisa, necas. Se hoje já está uma dificuldade para levantar voo porque tem dezenas de aeronaves na pista esperando liberação da torre, imagine num evento internacional com o mundo querendo subir e descer aqui. E quem consegui descer - por ter conseguido uma vaga, ou por que o avião caiu por inanição - entra dentro de um taxi e passa o resto da semana ali parado sem conseguir seguir.

A cidade precisa que, ou seja rasgada por várias grandes avenidas, ou que tenha um sistema de transporte eficiente, e não tenho a mínima expectativa que alguma coisa eficiente venha a ser posto em prática em tempo hábil. Acho que a provisoriotrópole vai criar um 'gato', um arremedo que ligue o aeroporto a algum estádio e o resto que se vire. É o que acontece quando tem Fórmula Um em Interlagos, interditam tudo, fazem corredores que dão acesso ao autódromo, e no término, invertem o sentido da bagunça. Para os moradores das regiões próximas, ficam doidos, perdidos, sem acesso. Muita gente evita sair de casa nesse dia por causa disso, para atravessar uma avenida, precisa dar a volta ao mundo, e pra voltar, idem. Ninguém merece.

A coisa não fica pior porque a Fórmula Um é no domingo, e mesmo assim congestiona, imagine um evento desse na bagunçotrópole durante a semana.

Outra curiosidade, devido ao caos urbano, a helicopterotrópole tem um dos maiores tráfegos aéreos de helicópteros do mundo. Já está saturando, mais um pouco e vai ter uma aeronave fungando no cangote da outra.

Faltam quatro anos, mas tem muita coisa por fazer. Do tempo em que o país foi sorteado - ou escolhido - até hoje não se mexeu um dedo. Milagres acontecem, ou podem acontecer, depende do santo. Mas acho que tanto a Copa como as Olimpíadas, podem se tornar eventos que acabarão por ter o carater de servir para odiar São Paulo e por conseguinte, por uma generalização natural, o Brasil.

Está na mão dos técnicos e bur(r)ocratas.

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