É o fim da picada ver a influência das religiões na reta final da campanha eleitoral para presidente da república. As religiões são por essência no mínimo conservadoras, ou reacionárias por excelência. Representam o atraso. Sempre estiveram do lado dos ricos, dos corruptos, dos golpistas, da direita - tão reacionária quanto - da segregação social em nome de seu deus. Rico governa, pobre vive de esmola e resignado, agradece.
Católicos e evangélicos são farinha do mesmo saco. Reacionários, atentam contra conquistas humanistas de séculos, como igualdade de direito das mulheres, liberdade sexual, descriminalização do aborto, a união civil entre homossexuais ou 'casamento gay' como pregam os reaças...
Deixaram de destilar seus ódios recíprocos, e resolveram atentar contra a sociedade como um todo, na figura de um candidato.
Invés de discutir o desenvolvimento do país inserido em um contexto internacional em crise, momento em que o Brasil pode ter um protagonismo relevante, o país se perde em conceitos e valores medievais, de religiões de mentalidade primeva, estúpida.
O discurso "pró-vida" a que os candidados relutam se submeter, esconde na realidade o conservadorismo, o atraso, o obscurantismo, ainda que não raras vezes o discurso de 'vida' venha encharcado de dor, sofrimento e morte, principalmente sobre as mulheres, que esses exploradores da fé e da ignorância sempre as trataram do ponto de vista machista e da inferioridade. As mulheres alcançaram degraus maiores em sociedades e extratos sociais em que as religiões deixaram de ter muita influência.
Esta ilustração publicada às vésperas da revolução francesa já denunciava o clero aliado à nobreza, parasitas que vivem às custas do povo.
Católicos e protestantes tiveram numa fala sobre aborto da candidata governista a deixa para destilar suas iras à candidata de viés esquerdista, travado na garganta, podendo agora apoiar abertamente o candidato do capital, da elite que as igrejas tanto adoram. Unindo-se a isso, o engajamento declarado e em peso da imprensa a favor do candidato da oposição, bota a candidata de Lula em situação bastante delicada nesta reta final.
A candidata governista terá que optar por um dos dois grandes contingentes da sociedade: se curvar ao obscurantismo medieval religioso, a intolerância fundamentalista, característica de país de terceiro mundo, ou se aliar a setores esclarecidos, humanistas, progressistas, que cultivam e prezam e respeitam a diversidade, a pluralidade, o desenvolvimento pleno do cidadão.
Palavra de sabedoria aos cristianistas católicos e evangélicos: peguem sua religiaozinha, sua blibliazinha, seu deuzinho, sua moralzinha mesquinhazinha, s'enforquem com a corda da descarga e pulem dentro do vaso sanitário da história. Amém.
2 comentários:
Humberto, você não tem mesmo papa na língua... Que bom!!! Mandou muito bem! Tem uma hipocrisia no recato e nos pruridos de alguns que realmente impressiona! Também acho que temos muito mais coisa relevante a discutir... Não que o aborto não seja, mas nesse caso o debate teria que ser pra frente, de vanguarda... e não esse debate recuado, medroso, todo mundo com cara de culpa a priori.
O seu discurso no fecho do texto realmente faz pensar nos ânimos exaltados revolucionários franceses e também no anarquismo em seu combate às religiões que oprimem... Grande abraço, Mione* - mezzo anarquista e mezzo zen -(blog Midia e Questão Social)
Mione, minha críssima, não sei se começo enaltecendo sua inestimável presença, ou pedindo desculpa pela demora em responder sua sempre maravilhosa participação.
Sobre o tema em questão, a eleição foi a deixa para que zumbis levantassem de suas tumbas curtidas pelo esgoto, trazendo a escuridão, o obscurantismo de suas mitologias reacionárias ao mundo dos vivos.
Um forte abraço.
Humberto.
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