Abri o jornal e vi que o tal do 'Censo 2010' acabou. Ué, mas pra mim nem começou ainda. Outro dia ouvindo uma rádio, alguns ouvintes reclamavam que apenas algumas casas, ou apês, eram recenseadas - uma minoria. Apesar de nunca ter visto um recenceador, pensava que todas as casas eram pesquisadas, mas como nunca estive em casa no período comercial, achava que fosse esse o problema. Com este recenseamento, estou mudando minha concepção a respeito.
Tenho uma dúvida sobre quem não existe: eu ou o recenseador? Eu - apesar de minhas décadas de vida - nunca ví lobisomem, vampiro, mula-sem-cabeça, gnomo, fantasma...e recenseador. Talvez um de nós dois seja uma figura mítica, fruto da imaginação. Descartes resolveu sua inquietação numa frase: 'cogito ergo sum' ou seja, 'penso, logo existo'. Duvido até se penso, que existo então...
Quando anunciaram que a contagem ia começar, alguém do IBGE, numa entrevista afirmou que equipes seriam deslocadas para as regiões mais distantes e de dificil acesso do país, e que caso não fossem abordados em horário comercial, passariam à noite, nos finais de semana etc. Ao final, eu que moro no centro da bagunça - São Paulo - não senti nem cheiro de recenseador. Minhas pulgas estão desoladas, sentindo-se rejeitadas.
Na página do IBGE, aponta: "A coleta do Censo 2010 terminou". Em "Apresentação", a
instituição afirma: "Em 2010, o IBGE realizará o XII Censo Demográfico, que se constituirá no grande retrato em extensão e profundidade da população brasileira e das suas características sócio-econômicas e, ao mesmo tempo, na base sobre a qual deverá se assentar todo o planejamento público e privado da próxima década". Grifo meu.
O prefeito de Campinas, a segunda maior cidade do Estado, também não concordou com a maneira como o recenseamento foi feito. A questão não é só de saber quantos cidadãos existem, mas tem consequências como repasse de verbas, investimentos etc, decorrência do desenvolvimento apontado pela pesquisa. O pior é que o prefeito promete não ficar só na indignação, mas vai comandar um recenseamento tocado pela prefeitura. Caso dê números distantes dos apontados pelo orgão federal, vai dar muito o que falar podendo levar a um descrédito ainda maior não só desta contagem como botar a própria imagem do IBGE em descrédito.
Parece que há falta de bom senso, ou seria bom censo?
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