Antes da crise de 2008, o mundo vivia uma crise energética. A produção de petróleo era parelha ao consumo e as fontes alternativas ajudavam mas não resolviam o problema, ou melhor, eram fontes de outros problemas: os biocombustíveis eram acusados de ocupar terras voltadas à agricultura, encarecendo o preço de alimentos, e por isso havia uma restrição em se trocar o uso do petróleo pelo combustível de fonte renovável, apesar de menos poluente.
A crise “salvou” o mundo da maior crise de energia do planeta seguido de cotações do petróleo e alimentos nunca antes visto. A queda da emissão de carbono na natureza – o efeito estufa – foi outra consequência positiva da crise. Como o nível de produção caiu fortemente, o consumo de combustíveis fósseis – petróleo e carvão – sofreu um revés.
A crise começa a cicatrizar, a produção mundial começa a crescer, o consumo de petróleo e sua cotação apontam para cima. Neste meio tempo, projetos de expansão da oferta do óleo sairam do papel. A Arábia Saudita inaugurou no ano passado um grande campo de extração, podendo produzir 1,2 milhão de barris por dia*.
No Brasil o “pré-sal” deu as caras, jazidas enormes de óleo leve, porém a uma profundidade e custos sem igual, prometendo deixar o país não só auto suficiente, como exportador. Apesar de custoso e demorado, a Petrobras tem inaugurado novas plataformas, novos poços, tendo ainda previsto investir entre 2010 e 2014, algo próximo de duzentos a duzentos e vinte bilhões de dólares**.
Fora isso, a Venezuela que vinha diminuindo sua produção fez um acordo com Vladimir Putin, o primeiro ministro da Rússia, para reverter o quadro e aumentar a produção.
Assim que esta crise passar de vez em todos cantos do mundo, com a capacidade ampliada de produção de combustíveis poluentes, se não aparecer outro contra-tempo, com um planeta com a liberdade de comércio como nunca ouve antes, tem tudo para que a economia volte à bonança que havia antes e até mais. O pleno emprego, ganhos salariais, aumento de renda, diminuição da miséria, etc, o problema é saber se o planeta aguenta suportar quantidades enormes de poluentes na natureza, maiores que antes da crise.
Se as mudanças climáticas são por causa da poluição, a expectativa é de que a coisa tende a piorar.
*O Estado de São Paulo 4 de abri, 2010.
** Fonte: Petrobras.
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