domingo, 12 de setembro de 2010

O México, o Brasil, e o "efeito Orloff"

As notícias da carnificina que ocorre no México sobre o combate ao crime organizado por parte do governo federal e o confronto entre os próprios criminosos são cada vez mais impressionantes .

Daqui, a maior parte dos "analistas" falam a mesma coisa: que a política de enfrentamento não dá resultado - ou que tem resultados discutíveis - e que por isso deveria ser abandonada essa prática.

Será que o erro está em ir para o confronto, ou ter deixado chegar aonde chegou? O Estado - a sociedade - está tudo bichado. O crime está disseminado por praticamente todo o poder - polícia, judiciário, fronteiras...Ou a autoridade é corrupta, ou está com medo, acuada. E aí, ou está inserida no contexto da meliantagem, ou faz corpo mole.

No Brasil não faltam capitais em que se diz entregues ao tráfico, à bandidagem, e o máximo que as autoridades podem fazer - fazem - é orientar algum incalto para evitar tais áreas em determinados períodos do dia ou da noite. A polícia precisa pedir licença pra entrar e agradecer ao sair.

Alguém se lembra da famosa expressão "efeito Orloff"? De uma propaganda de bebida que tinha como chamada algo do tipo "eu sou você amanhã". Pois é, a continuar assim, podemos ter uma ideia do que pode acontecer se o Estado brasileiro resolver peitar o neocoronelismo do país, ou se continuar fazendo corpo mole.

O Rio resolveu ir pra cima dos traficantes no começo do ano e as críticas foram praticamente as mesmas que se faz sobre o México. Em São Paulo há alguns anos foi diferente, o Estado, com a Secretaria da Segurança, a Polícia Militar e tudo, com o rabinho entre as pernas, negociaram a paz quando "os mano" resolveram botar pra quebrar, mostrando que o importante é manter a ordem, não importa a que preço.

Nóis tamo na roça!

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