Impressionante a popularidade de Lula, a aprovação de seu governo, que com crise ou sem crise, só cresce. O que me estranha é que não vejo essa popularidade toda por onde ando, nem pelo que leio, nem vejo. Sei que não sou nenhum parâmetro nacional pra medir o que quer que seja, mas estranho a disparidade entre o que ouço, o que vejo, e o que é divulgado.
Tenho a impressão que ouço mais crítica que elogio, mas a considerar as pesquisas, em que Lula tem mais de 70% de bom e ótimo, e apenas 4% de péssimo ou ruim, era para ouvir elogios rasgados por todos os lados, mas isso não acontece – pelo menos comigo. Por outro lado, apesar de ficar com um pé atrás, não acredito que sejam resultados manipulados, notícia “plantada”.
Quando seu governo apareceu envolvido no caso do mensalão, período em que sua popularidade sofreu um baque, mas muito longe de alcançar níveis baixíssimos com o de FHC, Sarney ou qualquer outro, parece que as pessoas, principalmente os mais pobres, ou os mais “lulistas”, se conformavam dizendo que “todo mundo rouba”, ou que “lá, quem não entra no esquema, morre”. Porisso mesmo caindo, mantinha níveisde aprovação bons.
Talvez as aparições no exterior e as notícias veiculadas de que o Brasil está na moda, ou que Lula é uma referência, uma liderança mundial, ajude a contribuir com sua imagem. O fato de não se moldar à ordem mundial, apesar de o colocar em rota de colisão contra os principais países que mandam no mundo, não signifique que atente contra sua popularidade interna.
Se um setor da sociedade concorda com as críticas internacionais em relação a aproximação com Irã, Cuba, Venezuela, Bolívia, etc, outros setores, críticos da globalização e do “imperialismo” simpatizam com esse carater de “independência” em relação à política exterior de Lula.
A imprensa e seus críticos cobram Lula pelo fato de ser uma liderança que apareceu da luta contra uma ditadura, o que torna contraditório dar a mão à dinastia Castro de Cuba, uma ditadura. Mas essa crítica maliciosa se faz esquecer que quando se moia carne humana no Brasil, no período verde-oliva, e que a imprensa o tratava como baderneiro, era Cuba quem dava guarida e apoio aos que saiam corridos daqui. Praticamente toda cúpula de seu partido e de boa parte da esquerda recebeu a hóstia das mãos del comandante, passado que a mídia senta em cima ignorando, mas Lula não esquece.
A empreitada agora é transferir sua popularidade para sua candidata, que começou a subir nas pesquisas alcançando o segundo lugar, encostando em Serra. O problema é que a justiça eleitoral pela segunda vez condenou a dupla Lula-Dilma por fazer campanha. Reconheceu, condenou-os, mas a uma pena rizível, de pagar dinheiro de cachaça, para uma campanha que deve movimentar milhões e disputar simplesmente a presidência da república.
As “multas” foram tão educativas, tão penosas que no dia seguinte a dupla dinâmica estava em palanque fazendo promessa eleitoral.
Lula pode ser considerado um “fenômeno”, só falta fazer seu sucessor(a). Com a popularidade e a máquina do Estado na mão, parece pouco provável que não ganhe esta partida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário