sábado, 6 de junho de 2009

Burro ou desinteressado?


Do meu ponto de vista, metade de nossa inteligência chama-se: interesse.

As crianças têm uma desenvoltura em aprender as manhas e macetes de um computador que é impressionante. Não só computador, como qualquer quinquilharia eletrônica moderna, como mp3,4,5..., celulares, essas maquininhas híbridas de celular, computador, internet, etc. Mas essas mesmas crianças tão inteligentes, quando chega naquela aula do cateto e da hipotenusa, ou das emocionantes “capitanias hereditárias”, aí a inteligencia foge.

Lembro que quando eu era moleque ainda, tinha que aprender as características da caatinga e do cerrado, suas regiões, etc. Aquilo pra mim era simplesmente o fim da picada.

Não só as crianças, mas nós adultos também usamos nossa inteligência em prol do que mais nos agrada. Se a gente não vê virtude em algo, não entra nem à martelada. O que adianta o professor de literatura falar tão bem de Machado de Assis, que Castro Alves foi isso, que Guimarães Rosa foi aquilo, que são gênios da escrita, se você lê por obrigação e não vê nada naquilo nem de interessante, muito menos de genial.

Aí você pergunta de seu escritor preferido: “Ô psor, o que o senhor acha de Paulo Coelho?” Seu professor fica azul, roxo, parecendo que vai explodir. No mínimo ele deve estar achando que você quer tirar uma com a cara dele, e com um olhar fulminante dispara: “Escritor? E quem disse que Paulo Coelho é escritor?!”

E senhoras e senhores idosos, com pouca ilustração, mas que sabem partes e partes completas da bíblia. Têm uma fluência incrível nos mais diversos assuntos e livros da obra sagrada. É uma questão de interesse, e eles leem por conta, fazem cursos em seus templos sobre as escrituras e seus ensinamentos e acabam aprendendo muita coisa. Não sou religioso mas vejo como positivo isso – com exceçao quando aos finais de semana batem em minha porta.

Se metade de nossa inteligência chama-se interesse, a outra metade deve ser a falta de interesse, ou comodismo, etc., que é o que nos faz querer parar de buscar conhecimento, de se contentar com pouco, de limitar nossa capacidade de aprendizagem.

Falta alguém inventar um “mel” para adoçar certos conhecimentos que têm cara de giló. São amargos e pouco palatáveis ao gosto da maioria. Seria possível deixar todas as áreas do conhecimento interessante para praticamente todos, tranpondo nossa natureza seletiva?

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