domingo, 23 de agosto de 2009

Pra que serve o 'erregê'?


Acabei de ver na televisão o caso de uma desempregada que foi receber o seguro-desemprego, e pra sua surpresa – e da atendente – era tida como falecida. E o mais interesante é que não é a primeira vez que passa por isso. A burocracia estatal, dona de tantos papéis, tantas normas, diante de uma situação dessas, por que não abre um processo interno para consertar o problema, evitando que a pessoa passe por inconvenientes cada vez que precisa usar seu nome.

Homônimo é a coisa mais comum do mundo. Isso já aconteceu comigo. Fiz ficha numa empresa e no dia do retorno, o funcionário disse que havia um pepino em meu nome no forum, ele mesmo disse que poderia ser caso de homônimo, mas que enquanto não resolvesse a pendenga, não poderia ser contratado. Era um cara com o meno nome que eu, casado que se separou da mulher, não pagou pensão, a mulher pôs 'no pau', e por tabela 'mifu' também.

Fico imaginando, João, José e Maria tem zilhões por aí, mas o RG nº X, se tudo correr bem, só tem UM, não é verdade? Zé pode ter um bocado, mas o RG nº100 deve ter apenas um, ou não? Quando a gente vai comprar um penico que seja, à prestação, não se consegue fazê-lo sem os documentos, não é? Pra comprar, vender, casar, separar, se coçar, pra tudo que se faz é preciso dar seus documentos. O erregê serve pra cada um ser identificado perante seus compromissos e às autoridades. Então por quê raios quando um Zé pisa na jaca, os outros com o mesmo nome têm que ficar se justificando que não são eles o culpado? Pra que serve essa monstruosa burocracia que tanto toma tempo do cidadão, pra nada?

Soube de caso em que o cidadão foi confundido com um assassino e acabou sendo preso por causa do nome. Acho que muita gente já ouviu casos assim. As autoridades são tão “técnicos”, tão experiêntes, e simplesmente ignoram os apelos da pessoa e suas informações básicas, sua documentação de identificação, se apegando ao nome, causando um mal irreversível e irreparável à vida da pessoa. Inocentes passam por criminosos, meliantes, estelionatários, etc, por anos pagando por uma coisa que não fizeram, as vezes por descuido e má vontade, irresponsabilidade de quem está alí pra separar o joio do trigo.

Dá a impressão de que o documento de identificação só serve mesmo pra quitanda, as “Casas Bahia”, etc. Na hora do 'pega pra capar', o que vale mesmo é o nome. Se alguém dos que usam o mesmo nome o sujou, vai sobrar pra todos os outros, independente do tal do número do erregê.

O cidadão precisa que o Estado faça um levantamento de quantas pessoas têm o mesmo nome e os reconheça a cada um individualmente, precisamente e não de forma genérica. Quanto mais o tempo passa e mais a sociedade se torna complexa, maior a responsabilidade do Estado. Há necessidade que o sistema seja eficiente, pra não criminalizar inocentes e retirar da sociedade individuos que causam danos aos demais.

Confesso que até hoje ao dar meu nome, tenho receio de ser confundido com outro. “Cachorro mordido por cobra, tem medo de lingüiça”

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