A Itália nunca foi um país de muitas notícias. Quando aparece alguma coisa geralmente é referente ao Vaticano, território independente, sede da Igreja Católica desde o fim da década de vinte, quando o “Duce” Mussolini assinou o “Tratado de Latrão”. Do noticiário envolvendo o sumo pontífice, e sua instituição, geralmente aparecem posições conservadoras, recomendações anacrônicas da Igreja referentes à comportamento (camisinha, aborto, etc). Um porre!
De repente tudo mudou. Com a entrada em cena do primeiro ministro Silvio Berlusconi, vira e mexe a Itália está nos noticiários, e não por algum decreto, combate à crise, etc. Nada disso. Trata-se de seus escândalos sexuais. São cantadas, comentários machistas, declarações inoportunas sobre qualquer rabo de saia que se aproxime ou que faça parte de sua convivência. Junte-se a isso garotas de programa, amantes, e uma mulherada toda dando declarações, jogando gasolina na fogueira. O país parece ter deixado de ser a terra do papa para voltar às orgias do poder no tempo do império romano. Quase como se Roma voltasse aos tempos de Calígula.
Quanto mais a imprensa mostra fotos e depoimentos de seus casos, mais o chefe de governo apronta. Ou gosta da mídia, ou apesar de ser um septuagenário, é um dependente de sexo – ou os dois! Os conservadores o deploram, mas é um prato cheio pra imprensa.
Esses dias apareceu no Terra a foto de um mulherão parecendo ter uns dois metros de altura fazendo uma pose sensualíssima num vestido transparente, descrita como prostituta, declarando ter passado uma noite com o premiê. A reportagem diz ser a festa temática “I love Silvio”, que aconteceu em Paris, ou seja, Berlusconi já virou produto de exportação, pode-se ironizar dizendo que ele “dita tendências”.
Pelo menos, apesar de fazer parte do noticiário político, trata-se de um noticiário não só leve, como hilário até, dá pra dar umas risadas.
Quando o noticiário anuncia a “nova” do primeiro-ministro italiano, já deixo minha risada à postos. É piada na certa.
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