Pra que serve uma licitação numa obra pública? É a pergunta que vem quando a gente vê no noticiário sobre a operação Castelo de Areia da PF, que só na terraplenagem da obra da refinaria Abreu e Lima em Pernambuco, houve um superfaturamento estimado em oitenta e um milhões e meio de reais, repito: só na terraplenagem, a obra propriamente nem começou. Os dados foram levantados pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
Segundo dados do jornal “O Estado de São Paulo”, a refinaria, orçada em dez bilhões e cem milhões, poderia custar VINTE E TRÊS BILHÕES. Segundo o jornal, “foi esse o preço global apresentado pelas empresas que participaram da licitação a convite da Petrobrás.”
O Tribunal de Contas determinou a retenção dos pagamentos, acatado pela Petrobrás, por apresentar preços acima dos praticados no mercado. A entrega da obra estava prevista para 2011, mas devido à reavaliação dos custos, o prazo deve se estender.
Liderado pela Camargo Corrêa, acusada no esquema de distribuição ilegal de dinheiro para partidos políticos, o consórcio é composto também pela Odebrecht e Queiroz Galvão.
Ciclo da chuva.
Apesar de toda a formalidade de uma licitação pública, aquele que leva, nunca recebe o valor estipulado na batida do martelo. Milhões de reais evaporam dos cofres públicos por todo o período da obra. O que a operação da PF descobriu, é que uma parte desse dinheiro, chove na horta de alguns partidos políticos, uma parte declarada, outra ilicitamente, causando um problema de visão naqueles que “controlam” as licitações nas novas obras, fechando o ciclo.
Licitação, vistoria, parece que só servem pra fazer uma média, dar um ar de probidade. Na verdade mesmo, vivemos em pleno estado de deita-e-rola.
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