sábado, 25 de abril de 2009

Ainda sobre o bate-boca no Supremo.


Sobre o bate-boca no Supremo, acho que tem muita fumaça pra pouco fogo. A imprensa tem colocado como um incomensurável escândalo o desentendimento entre o presidente do tribunal, Gilmar Mendes, e o ministro Joaquim Barbosa.

São mais de dez pessoas discutindo assuntos polêmicos, controversos, que instâncias menores não resolveram e sobrou pra eles. Passam dias discutindo sobre um assunto, seus vários aspectos, interesses envolvidos, tudo dentro das dimensões da constituição. É um “pepinódromo”.

São pessoas polidas, educadas, que devem tratar as questões e os pontos de vista discordantes, de modo civilizado. Esse seria o ideal, mas como o paraiso acabou faz tempo, acho cabível um arranca-rabo de vez em quando. Se acontecesse sempre, se fosse uma constância esse tipo de ocorrência, vá lá, mas é uma exceção.

Tratando sobre a discussão, quando pessoas de alto e mesmo nível são interpeladas um pelo outro, soa como um insulto, entra no “quem é você pra me cobrar?”, e tem tudo pra começar o fogo a se alastrar, como acabou acontecendo.

A discussão começou a esquentar quando Joaquim Barbosa disse que a Gilmar Mendes que sua tese deveria “ter sido exposta em pratos limpos”. Gilmar Mendes não gostou dizendo que não sonegava informações, e aí começou o tal do “vossa excelência me respeite” pra cá, “vossa excelência me respeite” pra lá, e destrambelhou para a descompostura total com Joaquim Barbosa dizendo que “vossa excelência, quando se dirige a mim, não está falando com os seus capangas do Mato Grosso.”

O ex-presidênte da Casa, ministro Marco Aurélio Mello, entrou de mangueira em punho, tentando esfriar os ânimos, dizendo que “a discussão está descambando para um campo que não se coaduna com a liturgia do Supremo”.

Foram mais algumas “vossa excelência”, pra cá e pra lá e o presidênte da Casa e do entrevero, Gilmar Mendes, decretou: “Está encerrada a sessão!”

A imprensa saiu repercutindo, entrevistando deus e o papa, querendo saber se a imagem do Supremo saiu “arranhada”. Se o Supremo está arranhado, o legislativo é uma briga de gatos.
Enquanto não aparecer outro carnaval para a imprensa sair pulando junto, vão ficar remoendo o fato.

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