sábado, 4 de abril de 2009

Mulherada no poder.


Como é que pode?

O afeganistão, país todo dividido etnicamente, atrasado no que se refere aos direitos mais básicos aos seus cidadãos. Desde a década de noventa, o Taleban, um grupo fundamentalista gerrilheiro ocupou a maior parte do território nacional impondo o que a humanidade produziu de mais arcaico e atrasado quando mandou no país. As mulheres foram as mais prejudicadas, não podendo sair ás ruas sem véu nem frequentar escolas ou universidades.

Em 2001, os EUA invadiram o país de Bin Laden derrubando o marco do atrazo. Mas hoje é a força que mais cresce novamente, devido ao governo politicamente frágil, aliado dos americanos, tudo o que eles não querem ver na frente.

E não é que nesse contexto conturbado, as mulheres ainda ocupam VINTE E CINCO POR CENTO do parlamento.

O Brasil, que não é um país conservador como os do Oriente Médio – pode não ser o melhor exemplo pro mundo no quesito igualdade de direitos – mas não há empecílio pra uma mulher ocupar qualquer cargo eletivo ou outras instâncias. Tem uma lei que “obriga” - mas ninguém cumpre – que as legendas tenham 30% de candidatas mulheres, sabe quantas mulheres fazem parte do parlamento brasileiro? Tem alguma idéia? NOVE POR CENTO. (mais de 90% de cuecas) Na comparação, a bancada feminina brasileira está a desejar.

Não vou fazer o discurso de que a sociedade brasileira seja machista – também não estou dizendo que não seja - ou que as mulheres são reprimidas, porque dá a impressão de que elas são coitadas. Qualquer minoria (em relação ao poder), mulheres, negros, índios,trabalhadores, que ficam esperando alguém dar alguma coisa, ficam na saudade. Ou saem pro pau, ou vão comer grama.

Tá certo que o parlamento afegão é formado por 351 membros, sendo as mulheres 62, enquanto que o brasileiro tem 594 vigaristas parlamentares, com a mulherada ocupando 57 cadeiras. E lá, dá pra afirmar categoricamente que é uma sociedade machista paca!

Pensava que lá o dia em que uma mulher se candidatasse a qualquer coisa, seria apedrejada em praça pública como uma devassa, e olha só, a mulherada lá é porreta, está ocupando um espaço no poder maior que aqui, o que pra mim tem um lado positivo pela expectativa que tinha de lá.

Shella Ata, uma deputada de Cabul, a capital, resolveu sair candidata á presidência, ao mesmo tempo em que o Taleban vem novamente aumentando sua influência, ocupando partes do território afegão impondo sua imbecilidade atroz. Os facínoras não aceitam nem música, o que dirá uma mulher renunciar à sua condição de animal doméstico e encarar um homem na lata, de igual pra igual.

Boa sorte a ela e que seu santo seja forte, numa terra em que divergência política se resolve na bala ou na bomba, invés de argumento e convencimento oral.

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