Olhaí, em março, um ano do blog 'De propósito'.
Depois de muita hesitação, muita consternação, o coração na mão e a bunda no chão, resolvi escrever uma pá de baboseiras pra que a humanidade não tomasse conhecimento. E assim se fez.
Dizia eu na época, num momento de arrebatamento: “Foda-se o mundo, qu'eu não me chamo Raimundo!
E foi num momento de introspecção filosófica que me veio um clarão, uma luz e intempestivamente “o” momento de mudança de atitude. “É imperativo que eu coce menos o saco!”- cobrou-me resoluto minha consciência, e foi aí que descobri qu'ela existe, porque ela como eu – que somos um só, como a unha, a carne e a cutícula – não estávamos aí pra porra nenhuma.
O que não é incompetência é inconsequência, e o profundo, só no fundo. Da filosofia sexual tântrica aprendí que depois de tantas posições, tanto vira-e-mexe, há um iminente risco de tomar no cu.
Por um ano atentei contra a moral e os bons costumes da gramática e da sintaxe. Pequei contra a plurescência e a concordescência da verbalgia lusofecófaga destes trópicos, como me cobrou Frnando Psoa (“cobrou-me” é pros frescos)
“Livros à mão cheia!” - Castro Alves assim bradava - “E que vão tudo pras puta que os pariu!” - eu completava. Assim conheci os que por estas bandas perambulavam, conhecidos como os “mixinga”.
A resistência e a burrice se uniram e até hoje num sei escrever essa língua. A esperança é a última que morre, mas o ibérico idioma é que sofre (güentasponta!).
A reflexão sobre a vida e as coisas da vida me fez descobrir que pensar é uma necessidade fisiológica, e por isso é melhor não ficar segurando.
A divulgação da fermentação intelectualística flatulencial se mostrou essencial, em todos os “segmentos sociais”(que boiolice).
“Aê mano, tem um brog firmeza na parada. Di responsa memo, tá ligado?..”
E com as menininhas...
_Ei...ei, posso te mostrar um negócio?
_O quê?...
_Qué vê um negócio?... num conta pra sua mãe.
_Quê isso aí?
_É meu blog.
_Mas desse tamainho?
E assim, por um ano, semana após semana, mês após mês, completou-se o primeiro ciclo, se deu a saga do incomensurável canhestro.
Titica nobre que adentra à mente dos mais circunspectos e críticos leitores formadores de opinião. Porque intelectual que é intelectual, não faz a barba nem o cabelo e nem troca de cueca (o radical nem cueca usa). Mixinga!
A prosopopéia arguta e arfante recusa se calar. Aos que bradam em louvor à fertilidade da mente humana, eu vos respondo de pronto: “Foda-se!” – Prefiro a fertilidade da genitália.
Da religião, reconheço que só deve vir a público a palavra do santo, e nunca a impublicável intenção do oculto deus.
Pra não dizer que não falei das dores, alerto aos deuses provedores da paciência dos humanos que ainda não acabou, o fim não se horizonta nem se descortina, e que não me dei por vencido. O pé-no-saco continua. Hay que endurecer!...
Falando umas besteiras menos bestas, tem sido legal a experiência de atirar uma mensagem, um pensamento ao mundo, receber críticas e elogios de quem não conheço, de quem não me conhece, notar que eu mesmo mudei de opinião sobre certos assuntos (não completamente); hoje não publicaria certos posts que publiquei, nem da maneira como publiquei, mas nem penso em tirá-los ou mudá-los, deixa lá.
Fora isso, blog hoje é uma coisa muito legal, pode-se dizer que tem de tudo, são zilhões, bizilhões! Muita gente expressando suas idéias, seus sentimentos, suas pirações. Quem quiser pára e lê, quem não quer, segue pra outra, vai do gosto de cada um, mas é de uma liberdade impressionante e maravilhosa – adoro fuçar o blog dos outros. O bom é que pelo fato de ser uma atitude solitária (ou não), pode-se publicar sem o acanhamento de saber escrever (bem) ou não, ninguém precisa ver nem saber, e aí, acredito eu, é onde haja o desprendimento, ou o desbunde maior.
Um abraço a todos que escrevem, leem riem e lamentem o que viram.
“Hasta la vista, baby!”
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