Semana passada a China divulgou através de artigo assinado pelo presidente do banco central chinês, a intenção de trocar o dolar como reserva de valor, por outra internacional, gerida pelo FMI.
O Tesouro chinês, é o depositário de boa parte dos títulos americanos, de onde se diz que a China é o principal financiador do déficit americano. Os dois países têm praticamente uma economia só: o maior comprador dos produtos chineses, são os EUA, que é um dos principais fatores do alto crescimento chinês. A China não tem dívida externa, mas adquiri boa parte dos títulos do Tesouro americano, financiando o déficit americano, dando fôlego para que se endividem ainda mais comprando produtos chineses.
As consequências dessa economia siamesa é que quando um está gripado o outro espirra.
O governo chinês quer se desvincular da moeda americana, o que hoje é praticamente impossível, não há o menor interesse por parte dos americanos – a economia mais forte, e por isso, sua moeda como referência para a economia mundial – nem de qualquer outra entidade mundial, que se saiba. Os EUA não iriam deixar barato assim, perder nem sua moeda nem sua língua como centro de convergência e de influência.
Precisaria de uma enorme engenharia pra desenvolver e dar sustentação a uma moeda que não estivesse vinculada a nenhum país, e que na prática seria influenciada pelo interesse das maiores economias.
Mas a economia americana está em descenso, vem caindo, já a economia chinesa, é a mais vigorosa do planeta, entre as grandes economias, mesmo contando com a crise.
Os estragos da crise são muitos maiores na economia americana do que na chinesa. A China não precisou emitir moeda nem título pra salvar bancos, financeiras, ou outros setores econômicos, já os EUA, não vencem despejar dinheiro que some sugado numa volúpia sem precedente e sem fim, agravando o futuro com risco de inflação.
A China que sofre com o fechamento de fábricas e postos de serviço, de pronto tirou da manga um plano de obras de infra-estrutura de centenas de bilhões de dólares, que pode não ser suficiente.
Semana passada, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, esteve em Pequim onde foi levar uma “chantagenzinha”. Pediu que voltassem a comprar os títulos americanos, porque sem financiamento da dívida americana, sem o restabelecimento de sua economia, a China não teria como exportar tão cedo para os EUA, o principal paradeiro de seus produtos, carvão de sua locomotiva.
Caso a situação permaneça mais ou menos como está, com sua lógica e desenvolvimento, em pouco mais de uma década, a China terá tudo para dar as cartas na economia mundial. E quem sabe, venha a pressionar para que se adote uma moeda internacional nas transações internacionais, e quem sabe, entendendo a lógica americana, essa moeda, possa até vir a ser o yuan chinês.
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