domingo, 3 de agosto de 2008

Ao final, a sociedade arca com a crise.


Simultânea incapacidade de oferta de energia e alimentos causou ventos inflacionário no cenário mundial. Ainda junto disso uma crise no setor de hipotecas nos EUA, contribuiu com a instabilidade do cenário.

Se o aumento de alimento atingiu principalmente populações de baixa renda, o custo do petróleo impregnou com inflação a economia como um todo pela medula. O aumento dos combustíveis. O mundo está assentado sobre o óleo negro.

Apesar de um alinhamento entre o Banco Central americano com o europeu, e da derrama de dinheiro pelo tesouro americano pra salvar o sistema financeiro, a economia mundial ruma para o fim da era de bonança e alto crescimento. O ajuste de demanda se fará via recessão.

Mas até que a economia assente, alguns setores serão beneficiados. Países produtores de petróleo estão achando ótimo a cotação do barril em patamares nunca vistos e com tendência de alta, os produtores de alimentos, como graõs, carnes, estão entusiasmados com o preço e com a expectativa de boa safra.

Sobre a política nacional, o governo brasileiro deve manter controlando o preço dos combustíveis por dois motivos: o primeiro e principal, é a inflação. Se o governo na conversa de garantir ganhos pra meia duzia de acionistas deixasse o preço dos combustíveis correr solto, toda a política do Plano Real de contenção de inflação e moeda estável, viraria vinagre.

O segundo motivo são as eleições deste ano. Porisso é provável que após o fechamento das urnas, venha algum reajuste no preço dos combustíveis, mas algo restrito como o reajuste que houve a poucos meses atrás, nada de liberar duma vez pra que venha a atingir preços reais de mercado. Longe disso. Se um pequeno repique nos preços que eleve a inflação a quatro, cinco, seis por cento, já preocupa o governo e o Banco Central, o que dirá tomar uma medida que certamente trará fortes conseqüências como a indexação da economia, (mais)greves, etc.

O que podemos esperar é esse aumento do preço dos combustíveis após as eleições junto com a política de juros altos do BC, afetando o consumo. As consequências, as mesmas de sempre: a explosão da dívida pública e uma cada vez maior transferência de dinheiro para os bancos. Ah, claro, não podemos esquecer, se o aumento dos juros aumenta a dívida pública, o governo precisará captar mais dinheiro pra mandar pros bancos, e quem vai pagar a conta é a sociedade que já paga pouco imposto, não é verdade?

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