sábado, 16 de maio de 2009

É brega mas é chique.



Outro dia ouvindo o rádio, ouví a expressão “dog walker”, referindo-se àqueles que levam os totós alheios para passear. Por quê não “personal dog”?

Esses dias, lendo o jornal, numa reportagem sobre casas de eventos, apareceu a expressão “dress code”, referindo-se a vestimenta (fantasia) que pode deixar alguém do lado de fora se não estiver de acordo com o evento.

Será que – seguindo essa linha cafono-brega de s'expressar – não seria mais chique em vez do cara ficar nervoso, chateado porque é corno, dizer aos amigos que é um casal moderno que tem um “fucker wife”? E a mulher dizer às amigas toda contente que eles têm uma “fucker husband”? Não seria o máximo?! – Aliás, cada vez mais presentes na vida familiar dos novos tempos.

Cafona é um termo brega, o chique é dizer “kitsch”. Aí fica bem.

Sabe o que é “cenismo”? Não tem nada a ver com goleiro. É o uso abusado, desnecessário de estrangeirismos. Resumindo, é uma doença na maneira de se expressar.

É algo parecido com que acometem as peruas. Pra elas e seus espelhos, estão “chiquérrimas”, na linguagem das peruas, aos olhos alheios, seus trajes estão aberrantes, fora de equilíbrio, horríveis até. Falar desse jeito, utilizando estrangeirismos pra valorizar o comezinho, o trivial, é falar como uma perua se veste.

Outra esquisitice é empregar um termo de fora com pronúncia aportuguesada. O fulano diz precisar fazer um “fidibéqui”.

Já falei isso uma outra vez, não se ouve mais falar em toicinho, ou toucinho. Agora é “bêicom”. Virou quase uma ofensa falar em toicinho. Desvaloriza o produto, a comida, o estabelecimento, o cozinheiro(a). É o colesterol chique.

3 comentários:

Manu disse...

Sabe o que eu imediatamente pensei ao terminar de ler este post? Que te perguntei se o blog é um hobby!! E mais, só neste comentário já "mandei" mais duas palavrinhas em inglês... Mas por estas você me perdoa, não é?! rsrsrs... Abraços!!!

Humberto disse...

No problem, Manu. Não querendo ser chato mas sendo e muito,não é que não se deva usar termos de fora de modo nenhum, mas com parcimônia.
O que eu quis dizer é que trocar uma coisa trivial, boba, como o cara que passeia com o cachorro por uma expressão gringa, é de gosto duvidoso, não acha?
(Não precisa concordar)
Um abraço.

Manu disse...

Humberto, não preciso concordar, mas, concordo. Há muitos exageros mesmo. É que as pessoas acham que isso é chique, interessante, inteligente... Sabe como é, né?! Abraços, moço!!!