sábado, 14 de fevereiro de 2009

Muito muito e muito pouco.


Ainda falando do caso do castelo do deputado, nem entrando no mérito de onde e como ele arrumou o dinheiro, o curioso é que parece não haver parcimônia ao escolher o material do empreendimento, é tudo muito luxuoso, feito com o que há de melhor e mais caro. Olha que 60 milhões de reais não é pouca coisa.

Se há dinheiro pra tanto, por que o pão-durismo na hora de pagar salário e direitos trabalhistas de uma gente que não ganha muito? Por que o espírito da ostentação e do luxo não contempla aquele que lhe serve?

É uma manifestação de desprezo tão grande para com os outros, que parece que valem menos que animais, ainda que quando existem animais nesses lugares, eles acabam tendo um tratamento melhor que os funcionários.

Seguindo na mesma cantilena, uma vez ouví ou lí, sei lá, uma crítica de um músico instrumenstista, que disse que um cantor muito conhecido nacionalmente – que ele não disse quem era – recebia uma bolada boa por show e não repassava quase nada aos músicos que o acompanhavam.

É aquela coisa: o fácil é ficar chorando que artista no Brasil não é reconhecido, que é marginalizado e tal, mas na hora em que o cara está ganhando dinheiro, baixa o “patrão”nele e acaba pagando o mínimo que puder aos seus músicos, ou aos seus “funcionários”. Acaba a relação entre “artistas” e vira meramente uma questão trabalhista.
E acaba “no pau”.

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