A intelectualidade sempre em desacordo com a população – usuária da lingua portuguesa ou como querem alguns, a “língua brasileira”.
A reforma ortográfica, poderia ser melhor denominada de supressão ortográfica, porque tirou o acento circunflexo de alguns termos, o agudo de outros, o trema, coitado, depois de tanta indiferença, foi despejado.
Com o hífen, se fêz uma massarocada, é um tal de põe e tira que simplesmente fodeu a cabeça de muita gente. Eu confesso: Chegô aí, parô! Num intendi bulufas. A expressão “bunda mole”,eu pergunto: põe ou tira o hífen da bunda?
Podiam já abolir o plural duma vez. Da noite pro dia uma boa parte do Brasil ia passar a falar e escrever corretamente, sem nem perceber.
Aquela famosa frase “um chopes e dois pastel”,que é a maneira que boa parte da população fala, passaria a ter o problema de concordância resolvido. Porque essa maior parte da população concorda um com o outro que falar assim não tem nenhum problema, sem falar que um chopinho combina muito bem com um(ou dois) pastelzinho, e vice-versa, ou seja, uma bela concordância, concorda?
Se fossemos fazer uma análise meramente pragmática, a gente poderia chegar a conclusão que com ou sem plural todo mundo se comunica da mesma maneira, todo mundo se entende. Não faz muita falta. Mas com o plural, boa parte de nossos conterrâneos brasuco-lusófonos escorregam mais que madame em piso molhado.
Aliás, pergunte a algum caboclo, gente simples, o que ele acha de ser um “lusófono”. Talvez ele responda: “esse nome eu num cunheço, mas da tua mãe posso até dá noticia...”
Análise empírica: alguém já viu uma nota fiscal em que os itens com mais de uma unidade aparecem descriminados no plural? Caso raro.
Singular e plural têm uma divisão parece que inspirada na distribuição de renda no Brasil. Todos as quantidades são expressas no plural, com exceção de apenas uma, quando há apenas uma unidade, todas as outras vão pro plural. Mais ou menos como um busão das seis, em que todo mundo vai espremido, e o motorista (que é um só), vai sentado, tendo um espaço só pra ele, e mais interessante ainda, é que o singular é quem posa de gostosão, porque boa parte das 'pessoa', 'se liga' no singular, deve ter açucar. “Os cara chegô em dois carro, catô as coisa...”
Se já é complicado usar o “s”, o que dirá o cidadão ao ser informado que o circunflexo “^” também aparece em alguns termos indicando plural (têm, vêm...)? “pra quê tanta isquisiteis?”_ questionará ele, com toda razão.
Não vamos nem entrar na discussão do uso do “x”, “s”, “z”... Um tem o som do outro, etc. Dá a impressão que os fonemas estavam fazendo uma suruba com as grafias, aí pintou sujeira, cada um vestiu o que estava na mão, uma saiu com a cueca do outro que saiu com a calcinha da outra e por aí a fora, daí “s” tem som de “z” que tem som de qualquer merda. Na hora duma prova, um concurso, dá aquele branco e aí sai de baixo, é “exssessão”, “mecher”...
Depois de ler tanta besteira, os que são contra esse empobrecimento da língua, loucos pra me encher de porrada, vão dizer: “quer uma língua pobre, vá falar inglês!”
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