Cuba é um assunto cada vez mais controverso. Todas as críticas que se faz à Ilha, geralmente é tachada como vindo do imperialismo americano, por seus defensores. Geralmente a “esquerda” se divide: quem fica com a pulga atrás da orelha com o que acontece lá se cala, pra não dar o braço a torcer aos liberais e capitalistas, e quem se manifesta são os que apoiam, ainda vendo naquilo uma referência de “resistência” contra as forças perversas do capitalismo ianque.
Mas a própria esquerda começa a mostrar fissuras. Sinais de que aquilo já deu o que tinha que dar, uma vez que Obama não é um Bush, não se impôs à ilha. Pelo contrário, liberou que parentes de cubanos que vivem na terra do capital possam gastar o quanto quiserem na ilha da ideologia da resistência miserável. Mesmo assim Obama não é a melhor figura para a religião antimperialista que tem como seus principais cardeais Raul Castro e Hugo Chávez. A pior coisa que pode acontecer à ilha é o governo americano lhe dar as costas, ignorá-la. Precisam de um Bush, que mantenha viva a pira da resistência heróica.
O descontentamento e o desabastecimento em Cuba é crescente. Após 50 anos de doutrinação, uma parte crescente da população não vê grandes virtudes em sua situação política e social.
A morte por greve de fome de um ativista por direitos entra nesse contexto. Para o governo era um pau-mandado do imperialismo, para outros, uma forma de protesto contra a opressão. Agora são 5 em greve de fome, sendo que um sofreu desmaio e parece estar no bico do corvo.
O boletim informativo carioca Lélia Gonzalez, uma tribuna da mulher negra, anuncia a “Primeira Assembléia Para a Defesa dos Direitos Civís dos Afrodescendentes Cubanos”. O periódico virtual sempre mete o cacete no regime político cubano acusando-o de racista e preconceituoso contra os negros.
O evento, que deverá ocorrer em junho, como o boletim informa, é uma “iniciativa totalmente inédita em Cuba.” Eles mesmos já antecipam o que esperam: “De antemão, sabemos da repressão que, mais uma vez, tentará ser exercida sem piedade.”
A página virtual informa o “plano de trabalho”, começando no dia 1º, indo até o dia 3, e convidando “todas as organizações de luta contra o racismo – incluindo – aquelas pessoas que não pertençam [ao movimento] sempre, mas que estejam a favor da integração racial.”
Provavelmente o governo vai por em prática sua política do hay que endurecer, se alguém aparecer. Pode ser barrado pelo regime logo no aeroporto, ou então descobrir como são as borrachadas cubanas.
Eu não vou, e você?
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