Aproveitando o aniversário da cidade de São Paulo – 456 anos – gostaria de perguntar por que será que os paulista não gosta de usar o plural?
A irônica frase: “ um chopes e dois pastel” ilustra bem como boa parte das pessoa fala.
Dependendo do ambiente, se expressar corretamente causa um distanciamento, a pessoa pode ser vista como querendo aparecer, metida, arrogante, prepotente, etc.
É que os paulista corre tanto que alguma coisa acaba ficando pa trais.
3 comentários:
Bem humorada a sua pergunta, Humberto. Parece até fruto da rivalidade RIO X SAMPA, mas sei que é mais que isso... Você captou muito bem algo do lado social do jeito não somente do paulista, mas do brasileiro falar... As "concordâncias" maiores acontecem no PA e MA. Na descida da ladeira do Brasil até o Sul, tudo começa a desaparecer mesmo: os "s", o "tu" no lugar do "você", e assim vai. Não podemos esquecer que somos uma nação que ainda luta contra o analfabetismo e que teve forte imigração... Os seus estragos e misturas fazem-se sentir no falar, mas disso também vem a tal sensibilidade social de que você fala e que acho muito bonita... Esse contato com a diferença em que não desmerecemos o Outro simplesmente pelo jeito que fala... O gingado, a alma, a comida, o papo, a reza, enfim, outras coisas ganham peso, para além do "verbo"...
Estou morando na França, onde a relação com o verbo é quase obsessiva, chegando também a ser "opressora" e discriminadora entre eles mesmos e na relação com os estrangeiros, ainda que tenha rendido tantos frutos em livros e ideias. São os velhos contrastes que precisamos ter em mente, para valorizarmos a nossa espontaneidade. Não precisamos "assaltar" nem assassinar a gramàtica, como cantavam os Paralamas, mas somos, é verdade, muito mais tolerantes, desse ponto de vista.
Outro dia eu tentava explicar isso para uns alunos meus de português aqui. Que dança e arte são essas entre o "certo" e o "errado" que praticamos ao falar/escrever! Que dialética cultural operamos ao nos relacionarmos todos!!! Você bem traduziu na sua "notinha", que muito apreciei! Ponto para você! Mas me fez pensar também em Adoniran Barbosa e no cotidiano do operariado que ele descrevia em suas canções, e que habita a alma de uma parte dos paulistas...
Grande abraço e obrigada por nos acolher em sua pàgina. Mione, do blog M&QS.
Mione, minha cara,
Primeiro agradeço sua passagem por aqui e ter deixado seus comentários. Gostei do que escreveu e concordei.
Meu post sobre o falar popular - não só entre os mais humildes - não é uma crítica propriamente dita, mas uma ironia.
Um abraço.
PS: Eu é que agradeço por vocês terem incluido este módico blog entre seus indicados.
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