A cidade de São Paulo anda parecendo uma “bacia suspensa”. Situada a 800 metros acima do nível do mar, nestes dias de muita chuva, a cidade tem ficado embaixo d'água, ou parecendo uma bacia cheia, transbordando. Quem anda por aí, principalmente pela periferia, vê muros e árvores caídos, ruas com muito barro vermelho e poças.
Não faltam pirambeiras com casas penduradas, dando uma imensa sensação de insegurança. Não teria coragem de entrar numa casa dessas, muito menos passar a noite, principalmente nestas noites chuvosas.
A região central, apesar de melhor assistida pelo poder público, tem lixo espalhado, marcas da inundação, e muito trânsito.
Pra completar, a meteorologia diz que a chuva veio passar a semana em todo o Estado. Parece que só vai embora depois do feriado – segunda, dia 25 é aniversário da urbe.
A localidade é privilegiada em cursos d'água, e os colonizadores os utilizaram em seu favor. Uma vez vencida a Serra do Mar, os bandeirantes se valeram dos rios para ganharem o interior do país em busca de ouro, pedras preciosas e índios para serem escravizados. S'espalharam por Minas, Goiás e o sul.
Muitos rios menores (córregos), primeiro viraram esgoto, depois foram “ensacados”(canalizados) em dimensões que hoje se mostram insuficientes, e por isso, os transbordamentos. Quando a água é em demasia, o sistema pluvial “regurgita” água.
Uma história de miséria, descaso e oportunismo fez com que um grande contingente de migrantes, sem outra opção, fosse habitar encostas, fundo de vales e todo tipo de áreas de risco. Em períodos de chuvas intensas é um “deus nos acuda”, são espetáculos de flagelos que os meios de comunicação mostram aos montes e todo ano se repete.
Mesmo com obras como os grandes reservatórios (piscinões) espalhados pela cidade, como a ampliação da calha dos rios Pinheiros e Tietê, que atravessam pela cidade, tem pontos em que quando as chuvas são intensas, ocupam as pistas das marginais, que são vias importantes que acompanham o traçado desses rios. Fora isso, as pistas das marginais alagam sem interferência dos rios, os desníveis das pistas represam água e trânsito, provavelmente por problemas de projeto e (in)competência.
Segundo o prefeito, a culpa é de São Pedro. A cidade parece uma bacia, e nosso ouvido, penico.
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