sábado, 12 de setembro de 2009

A imprensa a serviço da contravenção.



Hoje, sábado, 12 de setembro, a Folha de São Paulo trás em sua manchete de capa: “PF prepara ação contra empreiteiras”. Segue o texto: “A Polícia Federal prepara ação de busca e apreensão em algumas das maiores empreiteiras do país. A operação inclui as casas de executivos das empresas, acusadas de fraude em licitações, tráfico de influência, formação de quadrilha e corrupção ativa e passiva na execução de obras em aeroportos de todo o país. A justiça autorizou a ação no último dia 2, mas negou pedido de prisão de suspeitos.”


Depois de sair publicado na primeira página de um dos maiores veículos da informação nacional dizendo o quê, quem, como, e onde a PF vai, dá pra acreditar que alguém vai achar alguma coisa?


Se de fato algum empresário ou funcionário de alguma empreiteira que por acaso – ou burrice – estivesse guardando algum “gato” em casa ou em computadores na empresa, depois de ver estampado no jornal, alguém iria ficar de toca deixando a prova do crime dando sopa?


Portanto, se a PF “preparava” alguma ação, pode abortar por que essa já era.


Isso me faz lembrar do noticiário de uma rádio aqui de São Paulo, há uns anos atrás, em que – devido ao grande número de assaltos e roubos praticados por motos – a Polícia Militar preparava grandes blitzes pela cidade, procurando apreender motos roubadas, irregulares, armas, drogas, etc, e a reportagem informava quando e onde iam ser essas operações. “Na zona sul, em tal dia, na zona leste, em tal dia...” Ora, com certeza a “rádio mano”correu solta. Quem “estava devendo”e ficou sabendo, não passou por lá.


Há momentos em que a imprensa acaba prestando um desserviço, jogando contra, ou prestando serviço a quem não deveria. Se questionado um desses jornalistas, ou o próprio veículo, provavelmente eles dirão que a partir do momento em que a notícia vazou, eles divulgam, lavando as mãos para as consequências de seus atos independente de acabar privilegiando, dando de bandeja, informações preciosas à larápios.


Depois esses mesmos meios de comunicação virão à público reclamar da criminalidade, da falta de segurança etc.

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