Manuel Zelaya, ex presidente corrido de Honduras, dá uma de corajoso pero no mucho. Ele sabe que há um mandado de prisão para ele, mas querendo mostrar força e retomar o poder, pela segunda vez adentra o território de seu país e sai corrido de lá.
Zelaya atentou contra a constituição ao querer impor uma mudança de regra – a reeleição – que não tem autoridade para isso, pois se trata do que aqui seria uma “cláusula pétrea”, e somente uma assembléia constituinte tem essa prerrogativa. A Suprema Corte lhe cassou o mandado e o Congresso ratificou por quase unanimidade a decisão. O que ficou esquisito foi ter sido encaminhado para fora do país ainda de pijama.
Zelaya alega ter sofrido um golpe, as autoridades hondurenhas alegam terem cumprido a lei não havendo golpe nenhum, tendo havido um cumprimento das regras e que se o ex-presidente botar os pés no país, será preso.
A primeira tentativa, foi aérea, num avião cedido pela Nicarágua de Daniel Ortega, seu “chapa”, em que encontrou o aeroporto bloqueado e com as tropas do exército na pista impedindo o pouso e prontos para prendê-lo. Agora quis entrar – e entrou – via terrestre pela fronteira com a Nicarágua, mas igualmente, ao ver que a coisa estava esquentando, tirou o time de campo.
Ninguém até agora reconheceu o novo governo. Todos sustentam a tese de golpe, por isso, externamente é um governo fraco e internamente um país dividido. Seria burrice se deixar prender e perder a chance de pregar pelo mundo e na Assembléia das Nações Unidas contra o “governo de fato”.
A recondução de Zelaya ao poder, seria uma lição contra as correntes golpistas latinamericanas, como as Farcs, etc, ou uma carta branca ao presidente que se sentirá incentivado a burlar as leis, sendo protegido pelas nações do continente, tendo o judiciário de mãos amarradas, fragilzado junto com o legislativo?