Quando o poder Judiciário funcionou, abriu uma crise com o Executivo e o Legislativo.
Se o Judiciário continuar a condenar a nobreza, fará desta república dos bem nascidos um inferno. Já pensou se passar a condenar todos os nobres só porque meteram a mão na cumbuca?
Até o período do Império, ser nobre – duque, barão, conde... – era sinal de status. Prisão nunca foi lugar de sangue azul. Hoje, em nossa república de nobres, é ser alçado à condição de inimputável. Já dizia a máxima: filho de inimputável, inimputável é.
Nesta república burlesca, é um acinte ver um membro da nobreza ser tratado como um comum. Ser condenado e preso só porque roubou. Cadê os privilégios?
Ser cidadão é pagar imposto e ficar quieto, ser nobre é desviar imposto, viver de privilégios e andar de nariz empinado.
Por enquanto a Corte condenou membros da nobreza revolucionária. Mensalão de esquerda não pode. Não havendo mudanças, está na mira a nobreza liberal, fina, de arroto nobre afrancesado. Mensalão liberal, estamos na expectativa para ver o que a Corte vai dizer.
Condená-los à prisão será um grande desrespeito. Desviar dinheiro público, superfaturamento de obras é a coisa mais comum do mundo, é normal, já deveria estar na lei. Esse negócio de o Judiciário querer dar em cima de quem faz uma apropriaçãozinha duma graninha pública é ferir as regras do jogo.
Provavelmente, após o julgamento do mensalão liberal, ambos os grupos deverão chegar à conclusão de que bom era o tempo em que todo mundo era livre para tocar seus negócios sem ser importunado.
Se algum poder está cometendo deslizes, atentando contra a normalidade, é o judiciário.
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