segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

A era da sensatez

Felizmente a luz entrou na cabeça dos americanos, que começaram a liberar o que já estava disseminado: o uso da maconha. Em poucos meses, o Estado de Washington, na costa oeste, deve legalizar o plantio.

Talvez, em todo o século passado e o atual, seja a medida mais efetiva e profícua no combate ao tráfico e à contravenção. Todos os envolvidos na economia ilegal da maconha devem ou se preocupar, porque seus negócios correm sérios riscos de perderem espaço, ou procurar se preparar para entrar no negócio de acordo com as regras do Estado.

É possível que boa parte dos envolvidos com a ilegalidade, chegue à conclusão de que é melhor ganhar menos e ter sossego, trabalhar à luz do dia, emitir nota, recolher imposto e transportar sua mercadoria como outra qualquer, do que cobrar caro e precisar corromper policiais, agentes alfandegários, juízes, andar se escondendo como rato, e ter uma milícia composta de gente traiçoeira,os piores vagabundos.

Acredito que muitos usuários patrocinam o crime porque para conseguir seu baseado precisem se relacionar com meliantes, bancando toda uma rede de contravenção e corrupção de autoridades. Se pudessem adquiri-lo num comércio legalizado, muitos deixariam de correr o risco de adquirir um produto de qualidade suspeita, da mão de pessoas suspeitas, para entrar num estabelecimento legalizado, que responde judicialmente em caso de irregularidades, adquirindo um produto que obedeça a normas.

É o que acontece com bebidas alcoólicas. Quem quer tomar uma cerveja, um vinho, uma cachaça, vai a um estabelecimento legalizado, escolhe o que quer, o quanto quer, sem precisar se esconder. Paga, e vai embora sem dar satisfação a ninguém. E assim como o álcool, o usuário da maconha terá as mesmas restrições de uso, ou seja, não poderá trabalhar enfumaçado, nem dirigir, nem entrar em ambiente escolar – claro que é meio difícil ter esse controle todo, mas eles existirão.

Descobriu-se o óbvio: o uso da maconha é disseminado e não existe campanha, nem publicitária nem militar que faça diminuir seu consumo. Quanto mais se gasta contra o tráfico, mais se colhe usuários. Em vez de o Estado norteamericano mandar bilhões para fora, vendo seu dinheiro sumir na máquina corrupta desses países produtores, dá muito mais resultado legalizar a plantação dentro de suas fronteiras, tornando-se autossuficiente, levando alguns plantadores externos e traficantes à perda de grandes lucros.

O Estado deixará de ter um gasto excessivo e inócuo e passará a auferir grandes lucros em impostos, deixando de ver sua juventude como bandida.

Para os que querem permanecer na ilegalidade, migrarão para a coca.



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