sábado, 15 de novembro de 2008

O ocaso do capitalismo.


Fico impressionado com a liberdade de delirar que as pessoas se dão sem culpa nem receio. Só porque o “capitalismo” torceu o pé, já falam em derrocada, fim dos tempos, fase terminal, citam Marx, Lênin, fazem uma festa. Ah, vão delirar no banheiro! E não esqueçam da descarga, que ninguém é obrigado a suportar o cheiro do pensamento alheio.

A economia mundial vinha tendo um crescimento excepcional, crescendo como nunca, chegando a gerar falta de alimentos e petróleo, que mesmo sobrevalorizados devido á especulação, escasseava, mas mesmo com preços altos, a demanda não abaixava. Analistas afirmavam que os pobres do mundo estavam entrando no mercado de consumo, sendo empregados e que isso gerava problema de abastecimento. A situação era tão positiva que o excesso de crédito acabou gerando os tais títulos podres que envenenaram a economia. Não havia controle, nem regulamentação, deu no que deu.

Estados do mundo inteiro entraram pra acudir sua economia doméstica junto com seus Bancos Centrais e Tesouros, contando também com a assistência do FMI, Banco Mundial, e mais alguma instituição internacional, como a própria reunião do G20 discutindo a crise. Pode-se dizer que a economia vinha correndo, tropeçou e enterrou os cornos no chão, mas muito longe do óbito, como alardeiam os desvairados.

Não se trata de adorar ou odiar o “sistema”, não é isso, trata-se de analisar o que está acontecendo paltando-se pela sobriedade, pela realidade. Mas tenho plena consciência de que ao criticar alguém que fala em “derrocada do capitalismo”, que está “com os dias contados”, e por aí a fora, vão dizer que estou defendendo o “sistema”. Todos aqueles que não deliram na mesma sintonia, não fazem parte da mesma confraria, são “pequenos-burgueses”. Reconheço que já passei por aí, não nego nem me arrependo. O problema é empacar e ficar nisso.

Ficar argumentando que a crise de 29 durou 3, 5, 10 anos, também não quer dizer nada. Hoje as coisas são muito diferentes. Se naquele tempo em que o entendimento da coisa era mais curto o mundo não acabou, o socialismo russo que era novinho em folha não s'espalhou pelo mundo, não vai ser hoje. Por falar em hoje, alguém está vendo alguma revolta, algum sinal, algum burburinho indicando “o fim” ou “queda” desse tal de “sistema” de acumulação?

Pode ser que dure um, dois anos a crise, mas depois tem tudo pra voltar tudo como estava antes, crescimento, problema de abastecimento, etc. Só que agora com mais controle. O que não quer dizer que não venha a ter outras crises, quando vierem, teremos que aguentar a turma do delírio assolando nossos ouvidos com seu besteirol. Haja!

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