sábado, 1 de novembro de 2008

A crise imposta pelos bancos.


Todo mundo agora resolveu tirar uma da cara do Lula porque ele disse que a crise aqui não passaria de uma 'marolinha' e agora o Banco Central e o Ministério da Fazenda estão tendo que tomar medidas mais abrangentes pra conter a crise que está tomando grandes proporções. Não sou puxa-saco do governo, mas, uma coisa precisa ser dita:

Quando Lula fez seu pronunciamento, ele, seus acessores e ministros viam a crise 'do outro lado do Atlântico', ou seja, a crise estourou nos EUA e arrastou a Europa porque os títulos podres infestavam instituições financeiras dessas duas regiões. Não havia esse tipo de papel depreciado em bancos nacionais e a economia brasileira ía a todo vapor. As perdas por aqui se restringiram praticamente à bolsa que atingiu pessoas físicas e jurídicas, e a algumas empresas que especularam em dolar, mas nada que viesse a causar uma crise sistêmica na economia.

O que ninguém contava, era que os bancos brasileiros iam se aproveitar da crise e causar uma embolia financeira, travar a circulação de dinheiro. O governo de binóculos observava ao longe quando foi traido pelas costas.

Banqueiro não tem pátria nem escrúpulos. O que vale é aproveitar o momento pra se locupletar, independente de que venha a prejudicar, quebrar, ou pôr outros em situação complicada. A argumentação de que não há segurança em emprestar não passa de conversa pra boi dormir. Nem todas empresas são exportadoras, ou têm qualquer relação com o mercado externo, boa parte delas atende o mercado interno que continua aquecido.

Apesar de ter secado a captação de dinheiro lá fora, a oferta de dinheiro pela diminuição do compulsório não significou aumento de crédito porque os bancos enfiaram tudo em títulos públicos. Estes urubus pousados em cima do cofre estão dando risada de ver os juros ao consumidor ganhar os céus. O BC agora resolveu cortar a remuneração dessa parte que deveria voltar à circulação mas que os bancos mantêm entesourados. Ou seja, dinheiro tem, só que está na toca das raposas.

O governo evita retirar títulos públicos de circulação que aumentam a dívida pública, por pressão dos bancos e porque alguns analistas diziam – antes da crise – que se o governo resgatasse esses papéis causaria um excesso de liquidez, que poderia levar à inflação. Agora seria uma boa hora pra tomar medidas como essa pra pressionar os bancos a abrir os cofres. Mas como já disseram, “falta coragem e competência!”

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