domingo, 20 de março de 2016

EUA e Cuba: passado, presente e futuro.



O ultimo presidente Americano a visitar Cuba foi ainda na década de vinte do século passado. Dai para frente a ilha se tornou cada vez mais área de influência de Tio Sam. Miséria, concentração de renda, banditismo, contrabando e prostituição. Tudo o que era proibido nos EUA se buscava na ilha: clínicas de aborto, cassinos etc.
Proibição fundamentada na doutrina protestante do “destino manifesto”, que pregava serem os EUA o “povo escolhido de Deus”. Uma teocracia disfarçada que impôs a lei seca entre outras, e que até hoje proibe a molecada de ter aula sobre a teoria evolucionista. Como toda teocracia há o cerceamento do conhecimento. Nas escolas só se ensina – doutrina – a teoria criacionista. Mas se consideram a “terra de liberdade”.
A imprensa, ao resgatar a relação das duas nações no contexto da guerra fria, geralmente apresenta a invasão da Baia dos Porcos e a Crise dos Mísseis como coisas independentes. Mais fácil de caracterizar o “regime de Fidel” como a encarnação do mal em si.
Os EUA nunca toleraram países que se insubordinavam aos seus interesses ou aos de suas empresas. Quando Cuba sai de baixo dos EUA em 1959 pelas armas, os EUA treinaram e armaram os que fugiram da ilha para invadi-la, resgatá-la à força para sua área de influência. Foram derrotados. Como consequência, foram instalados na ilha – para os cubanos se defenderem – os mísseis nucleares soviéticos, que alvoroçaram o mundo. Mísseis nucleares soviéticos embaixo do nariz de Tio Sam era uma coisa intolerável. A temperatura atingiu o pontto de fusão! Nunca se esteve tão próximo da conflagração de uma guerra nuclear. A crise dos mísseis de Cuba está relacionado a tentativa de invasão da ilha por parte dos EUA, e pelas negociações, o armamento seria removido com o compromisso de não haver mais invasão da ilha. Assim se fez.
Nestes dias quando o presidente da teocracia da liberdade pisar em solo cubano será na condição de um chefe de Estado visitando uma nação soberana – não um território anexo.
Quem sofre o bloqueio econômico é Cuba, porém, a miséria, a fome, os sem teto, estão na “terra das oportunidades”, os EUA. Cuba tem seus problemas, além dos causados pelos EUA, mas as conquistas sociais como escolaridade, saúde de nível e para todos e mortalidade infantil e criminalidade baixíssimas estão na ilha que os EUA e a imprensa elitista daqui e de lá insiste em denegri-la.
Obama é o presidente dos EUA de cabeça mais aberta. Percebeu que a política americana em relação a Cuba não só não deu resultado como legitimou o regime fechado cubano. Raul Castro prometeu largar o osso em 2018. Tem muita coisa em jogo. Não se sabe quem será o chefe da nação do norte. A CIA, a central de inteligência americana, conhecida por desestabilizar governos que contrariam interesses dos EUA continuará ativa. O imponderável é a referência.

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