Quando o presidente do Supremo, ministro Gilmar Mendes, descobriu que foi grampeado, se sentiu aviltado em seu direito à privacidade. Foi pessoalmente demonstrar seu descontentamento ao presidente Lula, porque era coisa do executivo, da Abin e da Polícia Federal. A próxima escala de sua peregrinação foi no Congresso, em que pra fazer uma média falou o que os parlamentares queriam ouvir: que o salário deles deveria ser equiparado ao dos ministros do Supremo. Beleza!
Em resposta, o executivo “caçou” toda a cúpula da Agência Brasileira de Inteligência, a Abin. O ministro da justiça, Tarso Genro proferiu discursos contra todos esses abusos e prometeu resposta à altura.
Agora, depois de as investigações e a imprensa levantarem os fatos, aparece que a farra da arapongagem que já vinha sendo denunciado e que ninguém tomava providências, boa parte é determinada por juízes do país inteiro, ou seja, o sr. Gilmar Mendes foi vítima de um desvio de conduta que assola o próprio judiciário. Não necessariamente em seu caso, mas muitos passaram ou passam pelo que ele passou pela caneta de um magistrado. Delegados fazem da quebra de sigilo uma zona, com anuência dos juízes.
Outra coisa: a Abin alegou não ter como fazer grampo, não tem equipamento. Na tv, apareceu uma maleta em que a agência alega não ser capaz de interceptar ligações. Ao mesmo tempo em que todos acusam a Abin de comandar a arapongagem, a agência alega não ter meios para tal. O órgão de inteligência de um país não ter um mero aparelhinho de quebra de sigilo telefônico, é pra acreditar? Que “inteligência” é essa?
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