“'A transformação dos Estados Unidos em USSRA (Estados Unidos Socialistas da República da América) já ocorreu. Os camaradas Bush, Paulson e Bernanke simplesmente socializaram os prejuízos dos ricos.' Esta é a síntese do mordaz colunista de CartaCapital e professor da New York University, Nouriel Roubini, sobre o enterro dos cânones neoliberais e a operação salva-bancos desencadeada pelo Tesouro americano.”
O parágrafo acima, como o título, foram tirados do site da Carta Capital, de 19/09/08. Artigo de Marcia Pinheiro. Segue abaixo mais uma palinha do interessante texto, o grifo é nosso.
"O paradoxo é que toda essa confusão foi criada por um bando de fanáticos que rezavam pela cartilha ideológica de um laissez-faire descontextualizado historicamente, ao impor suas próprias regras, regulação e supervisão. Tudo sob a complacência dos hoje “neobolcheviques” Henry Paulson (Tesouro), Ben Bernanke (Federal Reserve) e George Bush (Presidência), além das agências de classificação de riscos. Sem contar Alan Greenspan, antecessor de Bernanke, cultuadíssimo nos anos de forte expansão do PIB dos EUA, mas cuja leniência na “era dourada” permitiu que esta bolha crescesse a uma proporção assustadora. Não por acaso, a maior crise desde a Grande Depressão da década de 30 ocorreu na administração republicana de George W. Bush. E as respostas intervencionistas também. “Quem antes no governo apoiaria a estatização com tanta ênfase?”, provoca James Galbraith, professor da Universidade do Texas. Assistimos ao retorno do Estado forte nas atividades econômicas, com Bush no papel de porta-voz do novo socialismo. "
Liberais como Milton Friedman, pregavam um liberalismo mesmo em época de crise. Quem tem que quebrar, que quebre. Não davam o braço a torcer pro Estado. O problema é que numa crise não é só o fundilho dos liberais, dos empresários e financistas que está em questão, são famílias e famílias, tem trabalhadores, mulheres, crianças e idosos que não fazem a mínima idéia do que acontece, como se decidem as negociatas mas que na hora da quebradeira é a vida deles que acaba sendo (muito) atingida. O liberal é um anarquista capitalista, e o anarquista é um liberal socialista. Ambos são idealistas e inconsequentes.
A sociedade americana e européia – as mais atingidas pela crise – pode escolher entre preservar seu emprego – ainda que o desemprego aumente – empresas e entidades financeiras em troca de um rombo de grandes proporções no erário público, ou deixar a crise se alastrar e o Estado guardar suas economias pra devolver ao contribuinte na fila da sopa e ou nas frentes de trabalho.
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