segunda-feira, 21 de abril de 2008

Oquicaconteceu ...mudou o mundo, ou mudei eu?


Até outro dia quando fui dormir havia um mundo de pobres miseráveis espalhados pelo mundo todo e uma elite mundial cagando e andando pra isso. Agora parece qu'eu acordei num outro mundo em que o ministério internacional da fome – o FMI – o Banco Mundial, e a ONU fazem discursos incisivos sobre o aumento de preço dos alimentos e o problema da fome. Quando fui dormir o que importava era a cotação das commodities, quanto mais seus preços subissem bom pros especuladores e pau no cu dos prejudicados. Balança de pagamento era um problema administrativo de cada país e foda-se o mundo. Cada um plantava ou produzia o que queria e fazia o que bem entendesse com isso.
Agora esses senhores que pilotam suas fálicas entidades mundiais falam em “crime contra a humanidade”, a produção de alimentos da noite pro dia ganhou uma importância lascada e agora “desvio” de terra pra produção de combustível ainda que “bio”, virou uma prática comparável ao crime de guerra. Uma ofensa a humanidade, um despropósito! “A produção de biocombustíveis virou um problema moral!”,disse um desses sacanas.
Só que ninguém fala da orgia financeira nas bolsas de valores em que gatunos do mundo todo ficam apostando no que vai subir e no que vai descer influenciando seus preços, ganhando dinheiro sem produzir um grão, têm uma indiferença desses senhores tão preocupados com a produção de alimentos. Outro ponto é que o púlpito de onde estes pregadores contra a carestia se manifestam, fica encastelada em países em que existe um verdadeiro bloqueio econômico evitando que nações “pobres” consigam transpor comercializando com eles. A rodada Doha da OMC está atravancada porque os países ricos não aceitam rever suas barreiras comerciais. A arma é velha e manjada mas com um pouco mais de argumentação e voz firme quem sabe cole. Os outros precisam se adaptar às vontades do primeiro escalão do mundo mas este seleto grupo não se propõe a mudar nada de sí. Canalhada! Eu vou é dormir de novo.

Nenhum comentário: