Até onde o povo foi pras ruas, abalou as
estruturas de poder, e vai ficar por isso mesmo?
De uns anos pra cá, desde a “primavera árabe”,
zilhões de pessoas foram pras ruas, derrubaram ditadores, passaram a exercer um
poder paralelo às instituições legais e a questionar pessoas, lobbies,
estruturas que parasitam o poder, e reafirmam essa estrutura.
A mídia foi outra que foi atingida. Defensora de
interesses antagônicos aos das ruas, têm sido contestadas suas informações, e
denunciadas como parte da estrutura viciada de poder de uma classe. A mídia
seria o incenso que apazígua os ânimos, desviando-os para a lógica do mercado,
tudo se resolveria na lógica do mundo corporativo burguês.
As ruas apareceram para contestar tudo isso e
exigir mudanças. Tunísia, Grécia, Espanha, Inglaterra, França,EUA, Turquia,
Chile, Brasil e Egito, para citar alguns, todos sofrem do mesmo desvio de
conduta: a contestação das velhas regras. Rompeu-se o dique que represava o
povo em relação às instituições de poder e mando.
Parece que o sistema representativo, aquele em que
a população vota em pessoas que governam, mas não os representam, ficou velho
da noite para o dia. E isso está sendo contestado.
Mas até onde os “donos do poder” vão ficar vendo a
banda passar sem fazer nada, vendo seus interesses, digo poder e grana, serem
dilapidados sem reação? Você acredita nisso? A democracia tem sido um joguete
na mão de poderosos, em que a população, não manda, não decide nada, é excluída
do poder, mas entorpecida pela mídia, acha que está numa democracia.
Os desenvolvedores de tecnologia (celulares,
tablets, notebooks...) e desenvolvedores de softwares, talves não tivessem,
como acho que ninguém tinha, o alcance que viria a ter como instrumento de
contestação e mobilização. A princípio eram coisas de jovens clásse média para
ficar com ti-ti-ti por aí.
As primeiras mobilizações aconteceram em países do
“eixo do mal” no jargão do ex-presidente Bush, então o ocidente bateu palmas à tecnologia
engajada, que iria levar “democracia” a essas “ditaduras”. Acontece que esse rastilho não ficou só pro
lado de lá, agora, assim como a peste
negra, encontrou terreno fértil no ocidente e uma vez contaminado, debilita as
estruturas de poder. Principalmente o Estado e a mídia.
Vacinas devem estar sendo preparadas. Tanto as
viroses como as defesas são mutantes, procuram entender o inimigo e
inutilizá-lo. O derramamento de sangue, dependendo do governo pode não ver como
medida a ser descartada se parecer eficiente.
Podemos estar passando por uma mudança histórica,
com seu tamanho e alcance compreendidos mais à frente.
E a população, o quanto será fácil/difícil
envolvê-la? O quanto vai resistir e impor mudanças? A que preço?
Essas respostas causam ansiedade.
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