quinta-feira, 16 de maio de 2013

Morremos mas não reagimos.


A sociedade brasileira tornou-se agressiva e insensível. É cada vez mais comum casos de extrema violência, acompanhado pela leniência da justiça e NOSSA passividade.

A indignação por si só é inócua. Sem vencermos nosso individualismo e ficar esperando que os outros façam o que é nosso dever como membros de um corpo social que sofre socialmente, é agir para que nada mude. A passividade é uma forma de ação, uma postura política.

Casos de violência só são investigados se aparecerem na mídia. Senão, viram estatística.

Passeata com imagens de mortos em camisetas brancas também é um apelo vazio, uma forma de pedir esmola às autoridades insensíveis. Apenas mais um show na mídia, e a postura de vítima não causa reação além de piedade.

O Estatuto da Criança e do Adolescente – o ECA – garantiu alguns direitos aos menores, porém ao tratá-los como inimputáveis, por vê-los como imbecis – quem não tem ciência de seis atos – também criou o ambiente para a malandragem. E os menores sabem muito bem usar isso. Os maiores é que demonstram não saber o que fazem quando estão alienados por ideologias não percebendo que são usados pelos menores. A pieguice tacanha dos maiores é instrumentalizada pela clareza de visão de menores espertos e malandros. Assassinos inescrupulosos são vistos como coitadinhos, vítimas do capitalismo, do imperialismo e ouras baboseiras.

Impressiona nossa capacidade de aceitar a humilhação e morte sem reação. Para não dizer que não há reação, às vezes aparecem casos de enfrentamentos com a polícia, por causa de futebol.

O apelo de que somos coitados não leva a lugar nenhum a não ser por inércia seguir em direção a um estado de barbárie em que estamos atolados.

Passou o tempo da desculpa, e da espera, da torcida. Os legisladores, representantes da população só agem pressionados. Não havendo pressão, não há ação ou reação. Isso todo mundo sabe, mas se prefere esperar que ‘seu’ deputado ou senador faça. Nunca fez, nem há a menor expectativa de que venha a fazer sem pressão popular.

Um milhão de assinaturas é apenas um desperdício de papel, tinta e tempo. Urge um milhão nas ruas, em todo o país, pressionando as instâncias de poder, os meios de comunicação e a sociedade a tomar atitude.

A justiça é fraca em uma sociedade fraca, desorganizada.

Continuarmos a ser caçados e mortos sem reação é uma opção nossa. Reagir, também.

Já passou da hora de agirmos.

 

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