sábado, 18 de outubro de 2008

O ciúme.


Ciúme é coisa de gente doente. Quem nunca presenciou uma festa ou um encontro entre poucas pessoas em que um casal de ciumentos dão seu show brigando em público, no meio de todo mundo. Se desacatam, se xingam, falam alto roubando a atenção de todos e, depois vão embora deixando todo mundo com aquela cara de bunda.
Os ciumentos se defendem: se não tem ciúme é porque não ama. Tudo bem, mas tem gente que ama demais. Um ameaça enfiar a mão na cara do outro em público não respeitando os outros. Eles se merecem. A mulher que se enfia num relacionamento desses geralmente acha que tem que ser assim mesmo, se sente valorizada, vê nisso o quanto o outro se importa por ela. O homem a mesma coisa. Faz uma cena com os outros dizendo que não gosta de mulher no pé mas saber que ela está em seu encalço o valoriza. Por serem possessivos – podem até fazer uma média – a sensação de ser uma posse, de serem de alguém é desejada. A marcação cerrada é a melhor demonstração de que o outro o ama. Na verdade são dois desequilibrados, dois neuróticos. Quem anda com um ciumento, anda com uma bomba, uma arma letal, uma fera como aqueles cães 'domésticos' traiçoeiros que podem devorar seus próprios donos a qualquer hora.
Estou tratando deste assunto por causa do caso das meninas refens de um neurótico que aprisionou 'seu amor' por mais de cem horas, a agrediu várias vezes e, como última prova de amor lhe meteu uma bala na cabeça. Este sentimento na cabeça de um desequilibrado é uma droga que entorpece e o leva a fazer coisas que não faria sã. É um doente difícil de atrair pena e compaixão.

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