sábado, 25 de outubro de 2008

Estado mínimo onipresente.


Segundo a imprensa o governo poderá vir a ajudar bancos e financeiras (MP443), construtoras (imóveis), o setor sucroalcooleiro, e empresas exportadoras. A cada semana este renque aumenta, ainda deixando de fora inúmeros empresários melindrados por estarem fora do alcance de vista do governo e sentirem o vento gelado da crise esfriando seu negócio.
Por décadas, um coro uníssono cantava o hino do Estado mínimo. Queriam o Estado do tamanho de um pinto, pra que 'o mercado' se fizesse por sí, e então a economia se desenvolveria, o país cresceria, e toda a sociedade se beneficiaria.
Esse foi o mote de nossa história recente. Privatização, desregulamentação, e muita crítica ao 'Estado jurássico', expressão de 'Bobby Fields' ou Roberto Campos, como queiram. Interessante notar como da noite para o dia nossos pregadores do livre mercado chorumingam, ou se ressentem pela não onipresença do Estado.
Lembro da letra da música 'Geni', de Chico Buarque, em que uma mulher desprezada por todos é quem poderia salvar a cidade se ela aceitasse deitar com o comandante de um zepelin armado, pronto para bombardear a localidade. Aqueles que a desprezavam, imploram que ela vá satisfazer os desejos do algoz. A contra gosto ela se redime e se entrega à lascívia do comandante, salvando a cidade. Uma vez passado o perigo, ela volta a condição de desprezada e perseguida pela população que ela à pouco salvara. 'Joga pedra na Geni! Joga bosta na Geni!...
Cabe ao governo bancar o ônus da preservação da economia e seus agentes econômicos pra quem sabe num futuro não muito distante, venhamos a ouvir reclames da inconveniente presença do elefante estatal na economia.

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