Num dia a França se indigna contra radicais islâmicos que não entendem a “liberdade de expressão”o que os levou a cometer atos terroristas contra um periódico que satirizava tudo, inclusive a religião muçulmana.
Uma enorme passeata em que líderes mundiais assassinos, torturadores, perseguidores de opositores e sensores foram mostrar sua cara de pau e cinismo pelas ruas de Paris reivindicando liberdade com cobertura de uma imprensa mundial igualmente cínica. A tal “liberdade de expressão” tão falada nestes dias é mero proselitismo da mídia, que puxa a sardinha pra sua brasa, quer poder falar o que bem entende sem cerceamento.
Noutro dia, um comediante acabou detido por fazer ironia em relação aos judeus. E aí a surpresa: cadê a liberdade de expressão???
O ministro do interior da França teria defendido a detenção do humorista dizendo que seu comentário demonstrava “irresponsabilidade, desrespeito e uma propensão a alimentar o ódio e a divisão, e isso é insuportável”. (Folha, Mundo 16, jan.)
Ué, não era exatamente isso o que a comunidade muçulmana critica em relação às ironias do tabloide parisiense?
Caiu a máscara. O que não se esperava é que fosse tão cedo.