terça-feira, 16 de julho de 2013

“Preto parado é suspeito, correndo é bandido.”


Essa máxima, parace ter sido a referência para o julgamento do vigia hispânico acusado de ter assassinado o jovem negro Martin na Florida, EUA. O rapaz teria ido até uma loja comprar doces e refrigerante e na volta teria sido estranhado por Zimmermam, um segurança de condomínio. Os dois se desentenderam, acabaram brigando e o segurança teria sacado a arma e fuzilado o adolescente. O que o juri entendeu como “legítima defesa”, a acusação viu  racismo mesmo. A suspeita sobre o jovem teria sido pelo fato dele ser negro.

Mississipi em Chamas

Em 1991, um taxista afro-americano foi violentamente espancado pela polícia de Los Angeles que o haviam detido sob a acusação de dirigir em alta velocidade na noite de 3 de março. O julgamento e absolvição dos agentes policiais envolvidos provocou os violentos tumultos de Los Angeles de 1992. A cena, registrada em vídeo por uma testemunha, correu o mundo. A absolvição dos policiais, em 29 de abril de 1992, por um juri formado por dez brancos, um negro e um asiático, provocou uma das maiores ondas de violência da história da Califórnia. Foram três dias de confrontos, incêndios, saques, depredações e uma onda de crimes que causaram 58 mortes, deixaram mais de 2800 feridos, destruíram 3.100 estabelecimentos comerciais e causaram prejuízos estimados em mais de 1 bilhão de dólares.

Mais tarde, após os distúrbios, em 17 de abril de 1993 por volta das 7 horas da manhã, num novo julgamento, foi tomada a decisão de condenação de dois agentes dos distúrbios de Los Angeles, e a absolvição de outros dois. (wikipedia)

Em 1988, foi lançado um filme que trata sobre a questão racial nos EUA, mostrando a violência sofrida por três ativistas em 1968, entre eles um negro, e a absolvição de seus policiais agressores que acabaram por atear fogo na rivalidade entre brancos e negros em “Mississipi em Chamas”.

Alguns podem não concordar, mas a ordem ajuda a manter as coisas como estão, as vezes fora de lugar. Só os distúrbios, é que se impõem, exigindo que as coisas vão para onde devem estar, principalmente a justiça, o poder. Sem imposição, as coisas tendem a permanecer fora de lugar ou atendendo a interesses escusos, no caso, raciais. Não defendo a violência gratuita, porém, as vezes reconheço, ela é necessária.

Ontem, começaram protestos e quebra-quebra na California. Em outros lugares a manifestação foi pacífica, mas a coisa ainda pode esquentar.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Vai ficar por isso mesmo?


Até onde o povo foi pras ruas, abalou as estruturas de poder, e vai ficar por isso mesmo?

De uns anos pra cá, desde a “primavera árabe”, zilhões de pessoas foram pras ruas, derrubaram ditadores, passaram a exercer um poder paralelo às instituições legais e a questionar pessoas, lobbies, estruturas que parasitam o poder, e reafirmam essa estrutura.

A mídia foi outra que foi atingida. Defensora de interesses antagônicos aos das ruas, têm sido contestadas suas informações, e denunciadas como parte da estrutura viciada de poder de uma classe. A mídia seria o incenso que apazígua os ânimos, desviando-os para a lógica do mercado, tudo se resolveria na lógica do mundo corporativo burguês.

As ruas apareceram para contestar tudo isso e exigir mudanças. Tunísia, Grécia, Espanha, Inglaterra, França,EUA, Turquia, Chile, Brasil e Egito, para citar alguns, todos sofrem do mesmo desvio de conduta: a contestação das velhas regras. Rompeu-se o dique que represava o povo em relação às instituições de poder e mando.

Parece que o sistema representativo, aquele em que a população vota em pessoas que governam, mas não os representam, ficou velho da noite para o dia. E isso está sendo contestado.

Mas até onde os “donos do poder” vão ficar vendo a banda passar sem fazer nada, vendo seus interesses, digo poder e grana, serem dilapidados sem reação? Você acredita nisso? A democracia tem sido um joguete na mão de poderosos, em que a população, não manda, não decide nada, é excluída do poder, mas entorpecida pela mídia, acha que está numa democracia.

Os desenvolvedores de tecnologia (celulares, tablets, notebooks...) e desenvolvedores de softwares, talves não tivessem, como acho que ninguém tinha, o alcance que viria a ter como instrumento de contestação e mobilização. A princípio eram coisas de jovens clásse média para ficar com ti-ti-ti por aí.

As primeiras mobilizações aconteceram em países do “eixo do mal” no jargão do ex-presidente Bush, então o ocidente bateu palmas à tecnologia engajada, que iria levar “democracia” a essas “ditaduras”.  Acontece que esse rastilho não ficou só pro lado de lá, agora,  assim como a peste negra, encontrou terreno fértil no ocidente e uma vez contaminado, debilita as estruturas de poder. Principalmente o Estado e a mídia.

Vacinas devem estar sendo preparadas. Tanto as viroses como as defesas são mutantes, procuram entender o inimigo e inutilizá-lo. O derramamento de sangue, dependendo do governo pode não ver como medida a ser descartada se parecer eficiente.

Podemos estar passando por uma mudança histórica, com seu tamanho e alcance compreendidos mais à frente.

E a população, o quanto será fácil/difícil envolvê-la? O quanto vai resistir e impor mudanças? A que preço?

Essas respostas causam ansiedade.