terça-feira, 29 de janeiro de 2013

História de uma negligência.



Por falar em falta de segurança, lembro quando trabalhava em um shopping aqui em São Paulo, numa época em que não havia celular, acho que estava começando a aparecer se não m’engano, e câmera ainda não existia. Hoje, principalmente em shopping, tem câmera pra tudo quanto é lado.

Trabalhava na praça de alimentação, e era um local que sempre tinha pelo menos um segurança, quando não mais.

De repente um cara começou a se estranhar com outros dois, e começou aquele lance de provocação, um com a cara perto da cara do outro, muita gíria. A coisa estava esquentando, e a mulher que acompanhava o rapaz, ficava gritando, para! para! para!... Talvez a causa do estranhamento entre os rapazes. O cara que deve ter mexido com a mulher estava em dupla, e o namorado da mulher não ia deixar barato. Foi tirar satisfações. Deve ter sido algo por aí.

As provocações de ambos os lados foram aumentando, mas eles estavam preocupados que algum segurança aparecesse e os repreendessem. 

Saiu o primeiro sopapo, e então deram uma separada pra não sujar. Ficaram procurando se nenhum segurança aparecia. Os clientes da praça de alimentação e os lojistas começavam a ficar com receio. Todo mundo procurava, olava prum lado e pro outro e nada de segurança. Um shopping na região da Avenida Paulista sem segurança é complicado
.
Os três tinham cara de perto dos vinte anos. Tudo molecada. Inclusive a mulher.

Saiu um segundo sopapo, uns insultos, uns gritos de para, vamo embora, mas ninguém arredava pé, e nem segurança aparecia. Todo mundo na praça assistindo o barraco armado. Quando eles perceberam que estavam livres, que a área era só deles, o pau fechou. O pessoal levantando das mesas, largando refeições, lanches, bebidas, os funcionários de dentro dos estabelecimentos só assistindo, e nada de segurança.
A mulher gritando, puxando um e outro, tentando separar a briga e os sopapos cantavam alto. Socos, pontapés, todos em volta da praça assistindo aquele full contact todo e nada de segurança. O cara que estava apanhando dos dois caiu perto de um dos estabelecimentos, e então os lojistas mais próximo abaixaram as portas. Eles quebrando a praça de alimentação todinha e nada de segurança.

Acredito que entre cinco ou dez minutos, o que numa hora dessas é muito tempo, o piso superior do shopping, bem na hora da briga, ficou sem um segurança. De repente, eis que um apareceu. 

O cara caído no chão com a cara toda amarrotada, a praça de alimentação parecendo Hiroshima depois da guerra, os clientes perderam suas refeições e o apetite, os estabelecimentos sem vender. Aí apareceu o primeiro segurança, que anunciou no rádio – pelo menos isso tinha na época – e em meio minuto, acho que o shopping todo ficou sem segurança, porque  eles se deslocaram para a “arena”, deviam estar todos ali. Um enxame. Se antes não tinha nenhum, agora todos estão ali.

O curioso foi que só tinha uma central de rádio, mas praticamente uns dez estavam – fazendo que estavam – falando no rádio. Estavam enrolando, pra esconder o vexame.

Por sorte nenhum cliente se feriu, não houve nada de grave. Foi mais prejuízo material. Se alguém tivesse armado poderia ter pintado e bordado que não tinha ninguém pra fazer alguma coisa. Com tantas facas e garfos ali, alguém poderia ter feito uma besteira maior, o que por sorte não aconteceu.
Depois disso eu saí de lá. Não sei se alguém foi mandado embora, se o shopping trocou de empresa de segurança, mas deve ter rolado cabeça. Foi um prejú grande.

Hoje, com câmera pra todo lado, mesmo que não haja um agente na área, um evento desses é notado rapidinho e alguém ou um grupo é deslocado para lá. Hoje, mais do que nunca, as paredes têm olhos. Até se a gente se coçar, tem gente ganhando o lance.

domingo, 27 de janeiro de 2013

Não tinha saída, mas tinha alvará.



Sobre a enorme mortandade no Rio Grande do Sul, muitos comentaristas apontam que o alvará estaria vencido desde agosto. Mas, e se acontecesse um incêndio dentro da validade da licença, seus efeitos seriam diferentes?
Um ambiente lotado, praticamente sem saída, com material altamente inflamável que exala fumaça tóxica, o que havia de diferente antes e depois de agosto?
O principal problema não é a documentação estar vencida, mas, como alguém teria conseguido legalizar o estabelecimento. Como que até agosto essa arapuca estava legalizada?
Um estabelecimento nessas condições ter conseguido uma licença é caso de polícia.
Se, um bombeiro faz vistoria num ambiente e não o aprova, sendo de uma pessoa influente, o que muitas vezes rola é o bacana entrar em contato com algum chefe do fiscal, vereadores, ou até pressionar o prefeito que alguém acaba liberando. Muitas vezes se prefere gastar com corrupção que investir numa porta de saída, extintores, brigada de incêndio etc.
Aquela portinha de banheiro em que o público entrava e saia, totalmente insuficiente para a evacuação rápida,principalmente pelo contingente que cabe ali dentro, só pode ter sido liberada por incompetência ou por $$$camaradagem$$$.
Deu no que deu. A pergunta que fica agora é se alguém vai responder, ou melhor, alguém vai ser responsabilizado?

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Soja preta

“Se tudo correr como planejado, em cinco anos a Embrapa Soja, a Empresa de Pesquisa de Minas Gerais (Epamig) e a Fundação Triângulo lançarão no mercado uma variedade de soja preta, parecida com feijão da mesma cor após cozida, mas com uma promessa que pode torná-la ainda mais popular que a estrela da feijoada: a de retardar o envelhecimento.”

A matéria acima foi publicado na sessão “Agronegócios” do jornal Valor Econômico, de sexta, 18 de janeiro de 2013.


Segundo a reportagem, a soja preta pode ser cozida junto ou separada do feijão preto, devendo custar mais ou menos o mesmo que o feijão, porém mais saudável por combater a ação de radicais livres.


A tendência é que os alimentos cada vez mais serão modificados tornando-se mais completos do ponto de vista nutricional, mais saudáveis (sem colesterol), com menos propensão a causar obesidade e necessitar menos de defensivos agrícolas (agrotóxicos) para seu cultivo.


Juntando drogas e tecnologias novas (nanotecnologia, células tronco...), e hábitos saudáveis que aumentam a expectativa de vida, não deve demorar muito para começar a aparecer gente alcançando os 150 anos de vida.


O ponto de tensão é o crescente aumento do rombo previdenciário de praticamente todo mundo.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Fim de carreira

Esse ciclista com nome de astronauta (Armstrong) que assumiu correr dopado, disse que quer voltar a competir e reaver a confiança perdida. Acho difícil que o deixem participar de qualquer competição séria, e mesmo que o deixem, ainda que seja difícil uma vitória sua, quem iria aceitar como uma coisa normal?

Para evitar polêmica, o melhor seria não permitir sua inscrição, ou seja, seu banimento da modalidade como competidor.