sábado, 26 de fevereiro de 2011

Heducassão

A indicação do nobre deputado Tiririca, um analfabeto funcional, como titular da Comissão da Educação da câmara federal, vem causando muita indignação.
A educação brasileira sempre esteve nas mãos de técnicos, gente que conhece muita teoria, tem muita experiência, fez pós no estrangeiro e tal, só que pelo nível em que a educação tem se mantido, não parece coisa de gente tão ilustrada. O que parece é que faz tempo que 'tiriricas' comandam a área.
Será que pior do que está, fica?

domingo, 13 de fevereiro de 2011

O mundo muda.

Não são só os árabes - muçulmanos - que antipatizam com o Estado judaico. Setores da esquerda, independente do país, vêem os EUA e Israel como imperialistas, opressores, propagandistas de uma ordem mundial perversa, que anseia ter os países árabes em sua área de influência e exploração.

Por isso, mesmo que o Egito não seja governado por "soldados de Alá"radicais, outras correntes políticas também poderiam, em caso de assumir o poder, não serem permeáveis a relacionamentos muito íntimos com o estado judeu. Mas na prática, não há no horizonte nenhum grupo de esquerda tao radical que pudesse assumir o poder no Egito e romper relações seja com os americanos, seja com os judeus.
 
Suíça.


A Suíça tem mudado sua postura em relação a contas mantidas por pulhas do mundo todo. Ditadores corruptos (o que é um pleonasmo), que pilham seu próprio país, historicamente tinham os bancos suíços como comparsas ao oferecer principalmente sigilo.

A partir de 1986, tribunais suíços começaram a bloquear fundos depositados por esses bandidos. Neste mesmo ano, quase 700 milhões de dólares foram repatriados às Filipinas, roubados por Ferdinando Marcos.

Entraram no rol dos pulhas com grana bloqueada: Baby Doc, do Haiti; Mobutu, do Zaire; Benazir Bhutto, do Paquistão; Sani Abacha da Nigéria; Vladimiro Montesinos, chefe da polícia secreta do Peru no período em que Fugimori comandava a quadrilha; José Eduardo dos Santos, presidente "socialista" de Angola, indicado pela revista Forbes como o 10º homem mais rico do planeta.

O Brasil não poderia ficar fora de uma lista tão seleta: Paulo Maluf e Fernando Sarney, filho mais velho do clã Sarney, também têm contas bloqueadas no país cofre do mundo.

Ultimamente, entraram na lista, Ben Ali, da Tunísia e Mubarak com toda sua quadrilha (familiares e membros do governo).

Até o ETA, grupo terrorista basco está com grana presa por lá.

Tá ficando difícil ser ditador neste planeta.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

As múmias

No Brasil, talvez por falta de pirâmides (sarcófagos), 
as múmias continuam no poder.

No Egito as múmias são mundialmente conhecidas mas não governam mais. Estão serenas, reclusas, não dão mais palpite no governo.
No Brasil, as múmias recalcitrantes não alcançaram tamanha notoriedade internacional, porém continuam ativas no poder, mandando e desmandando.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Inflação internacional dos alimentos e suas consequências.

Em 1ano, trigo, milho, soja,café e açucar
 aumentaram em mais de 50%.

Alimentos negociados em mercados internacionais - as commodities - têm subido de preço fortemente. Sarcozy, presidente da França e do G-20, apresentou uma proposta de controle de preços ou estoques internacionais reguladores.

O Brasil, que tem como principal ganho de exportação esse tipo de produtos agrícolas, chiou.

Brasil e França pensam mais em negócios que suas consequências. Os países ricos querem pagar menos pelos alimentos que subiram muito em pouco tempo, subiram bem mais que o consumo evidenciando que virou produto de especulação, ganho fácil nas jogatinas das bolsas do mercado futuro. E a jogatina está no primeiro mundo, levando os exportadores do terceiro e do quarto mundo - países em desenvolvimento- junto, para alegria destes.

O Brasil se beneficia do repique de preços, os agricultores fazem festa, mas por outro lado a inflação aumenta, o Banco Central entende como aumento de consumo aumentando os juros que atrai dólares, que valorizam a moeda local, que desindustrializa o país e pior, afasta os mais pobres dos alimentos. Os agricultores mantém a balança comercial positiva, mas às custas de desindustrialização, inflação, valorização cambial, aumento de juros e por aí a fora.

Os expeculadores não brincam mais só com papéis, brincam com alimentos também, ignorando as consequências de suas atitudes. Atingem exatamente setores e regiões do planeta excluídos da necessidade mais básica que é se alimentar sem ter que gastar todo seu salário para matar a fome.

Atender a proposta de Sarcozy pode ficar com jeito de defender os poderosos, mas os preços altos dos alimentos não defende interesses dos desvalidos, mas dos grandes produtores latifundiários brasileiros e do mundo, até porque não se trata de valorização pela lei da oferta e da procura, como aconteceu em 2008, quando os alimentos subiram pelo excesso de demanda, quando populações miseráveis conseguiam emprego , tinham renda, e passaram a consumir mais alimento, daí sua valorização. Agora não. A cotação se descolou do consumo e se mancomunou à ganância de meia dúzia de espertos. Essa valorização transforma-se em inflação que como um tsunami atinge a todos os países, principalmente setores mais pobres, como já disse.

Os miseráveis voltaram pra sombra, e especuladores tornam ainda mais difícil seu acesso a alimentação, mas o que importa é o lucro. De certa maneira, os disturbios nos países árabes são as consequências dessa inflação gerada nos cassinos que as bolsas viraram, essa inflação, quando atinge um país com desemprego persistente, misturado com casos de corrupção, tem se tornado material explosivo, haja vista que o desemprego também é consequência da crise gerada pela especulação, só que da crise passada.

Alimentação está se tornando coisa muito séria pra se deixar assim ao deus dará, e os comandantes do planeta parecem estar descobrindo isso. Uma pequena parte da sociedade pode encher as burras de dinheiro em cima da jogatina, mas o problema é maior que o saldo da balança comercial, é correr o risco de perder um país, ou uma região estratégica aliada para radicais hostís. Pode sair muito caro esse liberalismo de cassino.

Confesso ser um tanto cético quanto a mudanças de governo nos países árabes. Caem em nome da democracia, mas duvido que assumam pessoas, partidos e clãs menos impositivos.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Não é democracia que preocupa o ocidente.

 
Democracia? No$$o$ intere$$e$ $ão outro$
Os radicais islâmicos do Egito - e do Oriente Médio - estão olhando o quebra-pau de longe. Os distúrbios não têm nenhum cheiro de islamismo, o que não quer dizer que, uma vez que Mubarak caia de seu poleiro, a turma do turbante não entre em cena.

Trocar um ditador por alguém alinhado com a democracia ocidental, que não seja um soldado de Alá, é praticamente trocar seis por meia dúzia para os jihadistas. Os muçulmanos não estão querendo democracia, querem um governo alinhado com a tal sharia - a lei islãmica.
                                                                
A maior parte dos que estão na rua pedindo a saída de Mubarak, se quiserem democracia, terão que perceber que após sua queda, terão que manter a mobilização para que não troque de tirano. Uma teocracia, ou teotirania.

Por outro lado, a maior demanda dos insurgentes não é escolher seus governantes, a bronca é contra o desemprego e a alta de preços. Um democrata que não resolva essas questõres ou um tirano enrolado em lençol que melhore a economia do país, é o que vai fazer a diferença, podendo ter apoio popular ou não.

O Egito não tem tradição de democracia. E se pegar sua história milenar, boa parte do tempo foram dominados, governados por estrangeiros. As naçoes ocidentais modernas e democráticas também nunca estiveram interessadas em democracia, buscavam e buscam governos alinhados. Nenhum governante americano perdeu o sono ou se preocupou com o tempo em que o povo egípcio não participa de eleições limpas e justas.

Mubarak, apesar de tirano, sempre se manteve alinhado ao ocidente e a Israel, então teve apoio político e financeiro. Se o povo vota e se o processo é justo, nunca foi problema pra nenhum país ocidental do primeiro mundo.

Saddan Hussein, enquanto foi pau-mandado do Pentágono, enquanto estava enfiando seu povo na guerra contra o Irã, defendendo interesses americanos também não era um ditador. Pelo contrário, recebeu grana, armas, treinamento etc. Quando Saddan, querendo se livrar das crescentes críticas a seu governo criando um bode expiatório externo, falando mal de americano, deixando de servir aos interesses de Tio Sam, aí ele virou um tirano, um atentato à humanidade, um foco do terrorismo mundial, um monstro. Aí caiu.

Washington, Paris, Berlim, Londres... não estão interessados se o novo governo será mais ou menos democrático, mas se será pró ou contra seus interesses. O povo? Ah, o povo que se f...!

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Sarney, presidente vitalício do senado.

"Não desejava o cargo, mas não pude fugir."


Senador José Sarney ao ser eleito pela 10000000000000000000000000º vez, presidente do senado, que já se pode chamar de cargo vitalício.

Tadinho do Sarney, quanto sacrifício pelo país.

Turistas no Egito não perderam a viagem.

 
Turistas que foram ao Egito atrás de história mumificada deveriam ficar para ver a história viva.

Meios de comunicação mostram o movimento migratório de turistas do planeta inteiro, que excursionam pelo Egito, em direção ao aeroporto tentando se picar de lá. Devido aos tumultos nas ruas e o fechamento do acesso às pirâmides e ao museu do Cairo - as múmias estão de folga - não há o que fazer por lá, comentam jornalistas e embaixadas, então o mais seguro é tirar o escalpo da reta.

Quem vai ao Egito está interessado em história, só que uma história silenciosa, embalsamada, mumificada, de rochas desgastadas, que se manifesta por placas e cartazes com pequenos textos - que se o turista não conhecer pelo menos o inglês, não vai entender muita coisa.

Pô, tá certo que ninguém vai conseguir ver múmia, mas é a grande chance indisperdiçável de ver a história viva, sangue quente bombando nas ruas. O que o mundo está acompanhando pela televisão ou internet, uma minoria tem o privilégio de estar na boca do vulcão, na pororoca entre deus e o diabo.

A história pulsante, barulhenta, em que a presença é arriscada e estimulante acontecendo perto do nariz, com todos os sentidos, sentimentos e emoções: gritos, poeira, fumaça, correria, enfrentamento, a nuvem de gás lacrimogêneo que sufoca, ataca os olhos, corpos caídos, pedradas...

Estar no furor dos acontecimentos é uma coisa que não tem preço, não volta atrás pra quem não viu poder ver. O que passou já era. Ficamos reféns de imagens e textos dos meios de comunicação que lavam e passam as informações conforme suas conveniências, acadêmicos e comentaristas conforme suas ideologias.

José Bonifácio, que passou à história como "Patriarca da Independência",foi um brasileiro privilegiado. Viu a revolução francesa, estava lá na hora do pau comendo. Participou da resistência portuguesa à ocupação francesa de Napoleão, e foi influente no rompimento do Brasil com Portugal. Estava com o nariz enfiado em grandes momentos históricos de sua época.

Hoje, pessoas que estão no olho do furacão, vendo uma movimento popular que assola diversos países árabes prometendo mudar todo o mapa político mundial, querem sair de lá. Quem está alí, na hora certa, no lugar certo, sai correndo de medo. Ah, assim não dá!

Daqui a algumas décadas, talvez nem tanto, esses eventos estarão nos livros de história que a molecada vai ouvir falar. Já pensou poder falar que estava lá, presenciou os fatos in loco.

Não é pra sair correndo pro aeroporto, é pra ir pras ruas, sentir a força dos movimentos sociais e políticos. Ver e viver os fatos de seu tempo.

As múmias e as pirâmides que viram areia pelo tempo continuarão em seus lugares nos esperando.
Foto chapada: Mubarak, é melhor sair enquando dá. O caldo vai engrossar.