O caso Daniela Nardoni, que já deu no saco, fez despertar o interesse por parte da imprensa por assuntos em que há violência envolvendo criança, de preferência por parte de seus próprios país. Vira e mexe aparecem casos de uma ou mais crianças espancadas, estupradas e por aí afora, tudo dentro de casa.
Mas isso sempre existiu. E continua existindo, é só uma questão de virar moda. O caso da menina assassinada simplesmente abriu a cortina e começou mostrar uma sociedade que moi crianças. A repercussão desproporcional com altíssimos índices de audiência fez com que a imprensa saísse à caça de casos que possam render “boas matérias”. Não precisou muita coisa, é só abrir a tampa do esgoto e se fartar com grandes casos in natura.
Mesmo em países do primeiro mundo como nas classes altas aqui no Brasil, as estatísticas apontam um considerável índice de violência doméstica que acabam não aparecendo ou aparecendo muito menos do que acontecem. São espancamentos tanto em crianças como em mulheres, mulheres que espancam, idosos que entram no cacete também não só por empregados da família com mostrou uma reportagem há um tempo atrás mas por seus parentes de convivência. Talvez os idosos amontoados em asilos sejam aqueles cujas famílias não os suportam e por isso foram isolados da família pra não sofrerem humilhação pior junto da família que constituiram.
A violência que a mulher sofre está meio em banho-maria, esperando a hora em que algum caso significativo traga a discussão com farto numero de casos e suas variantes. A violência que a mulher causa está no foco tendo como principal protagonista a madrasta, que recalca mais ainda o termo como pessoa má. Casos de mães que agridem seus filhos também estão na mídia, assim como na modalidade perversidade feminina podemos citar novamente o caso das empregadas que agrediam o idoso que elas deveriam tomar conta.
Talvez por influência dessa “escola doméstica”, essas crianças quando ganham uma certa idade passam a ser o protagonista da violência domiciliar. São pais, avós entrando no cacete, levando porrada e humilhações, geralmente por dinheiro pra comprar drogas que sucita uma questão: não seria o ambiente familiar que amacia a carne do adolescente que se envolve com drogas de maneira compulsiva?
Voltando ao caso da menina assassinada, parece que descobriram o Brasil. A violência doméstica contra crianças virou moda, mas não porque estamos mais humanos – pode até ser – mas principalmente por causa de nosso lado animal que gosta do grotesco, se farta com a violência que joga o ibope pras alturas como quem diz, quero mais! Quero mais!Quando o assunto enjoar – ou enojar – os holofotes vão para outros assuntos mas apelativos deixando a violência doméstica “em paz”.
Nem vou falar da violência praticada pelo homem macho porque seria lugar comum, chover no molhado. O homem é o rei da selva. O que a sociedade precisa encarar é que o ambiente doméstico é um palco de guerra. É porrada pra todo lado.
Finalizando, como não há órgão de fato que controle ou coiba excessos dos meios de comunicação, cabe à imprensa de uma certa maneira também pressionada pela parte “sã” da opinião pública, não se entregar ao apelo comercial fácil de audiência, não perdendo de vista a responsabilidade sobre sua influência na sociedade.
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