A
sociedade brasileira tornou-se agressiva e insensível. É cada vez mais comum
casos de extrema violência, acompanhado pela leniência da justiça e NOSSA
passividade.
A
indignação por si só é inócua. Sem vencermos nosso individualismo e ficar
esperando que os outros façam o que é nosso dever como membros de um corpo
social que sofre socialmente, é agir para que nada mude. A passividade é uma
forma de ação, uma postura política.
Casos
de violência só são investigados se aparecerem na mídia. Senão, viram
estatística.
Passeata
com imagens de mortos em camisetas brancas também é um apelo vazio, uma forma
de pedir esmola às autoridades insensíveis. Apenas mais um show na mídia, e a
postura de vítima não causa reação além de piedade.
O
Estatuto da Criança e do Adolescente – o ECA – garantiu alguns direitos aos
menores, porém ao tratá-los como inimputáveis, por vê-los como imbecis – quem não
tem ciência de seis atos – também criou o ambiente para a malandragem. E os
menores sabem muito bem usar isso. Os maiores é que demonstram não saber o que
fazem quando estão alienados por ideologias não percebendo que são usados pelos
menores. A pieguice tacanha dos maiores é instrumentalizada pela clareza de
visão de menores espertos e malandros. Assassinos inescrupulosos são vistos
como coitadinhos, vítimas do capitalismo, do imperialismo e ouras baboseiras.
Impressiona
nossa capacidade de aceitar a humilhação e morte sem reação. Para não dizer que
não há reação, às vezes aparecem casos de enfrentamentos com a polícia, por
causa de futebol.
O
apelo de que somos coitados não leva a lugar nenhum a não ser por inércia seguir
em direção a um estado de barbárie em que estamos atolados.
Passou
o tempo da desculpa, e da espera, da torcida. Os legisladores, representantes
da população só agem pressionados. Não havendo pressão, não há ação ou reação.
Isso todo mundo sabe, mas se prefere esperar que ‘seu’ deputado ou senador
faça. Nunca fez, nem há a menor expectativa de que venha a fazer sem pressão
popular.
Um
milhão de assinaturas é apenas um desperdício de papel, tinta e tempo. Urge um
milhão nas ruas, em todo o país, pressionando as instâncias de poder, os meios
de comunicação e a sociedade a tomar atitude.
A
justiça é fraca em uma sociedade fraca, desorganizada.
Continuarmos
a ser caçados e mortos sem reação é uma opção nossa. Reagir, também.
Já
passou da hora de agirmos.