domingo, 14 de abril de 2013

Aumento de juros, vitória dos especuladores.


Há uma pressão incontida sobre o Banco Central, pior que a febre do rato para que aumente os juros.

O que tem comandado a inflação, são os alimentos, porém, são fatores que estão fora de alcance da taxa de juros. O tomate e a farinha de mandioca, que subiram mais de 100%, não serão influenciados caso a taxa básica de juros venha a oscilar para cima ou para baixo. Porém, especuladores e analistas anunciam o fim do mundo e que o Banco Central já deveria ter agido – aumentado a Selic.

A Taxa básica de juros – a Selic – pouco influi no consumo. Ela é mais eficiente para conter investimento – o que é totalmente descabido nesse momento. Para uma inflação de consumo, é preciso aumentar a demanda, e não restringi-la – exatamente o contrário do efeito da contração de crédito causada pelo aumento dos juros. Quando a produção não dá conta de atender a demanda, o melhor é incentivar o aumento da produção, ou seja, um aumento da economia do país, e não a restrição da demanda que mantém a economia do país do mesmo tamanho.

Acontece que toda uma elite que vivia de juros, e garantia parte de seus lucros no mercado de capitais, ficaram órfãos quando o BC murchou os 4 pneus dos juros no país. Descontada a inflação, pela primeira vez o Brasil tem remuneração de papeis equivalente aos países racionais. Quem quer ganhar muito que vá trabalhar.

Quando se ouve a choradeira geral por aumento dos juros, não é que haja uma preocupação tão grande com a inflação, é que a inflação é a deixa para pressionar o governo para voltar aos tempos em que se ganhava com a especulação.

Segundo os indicadores, a indústria anda de lado, o comércio arrefeceu, ou melhor, esfriou. A inflação de serviços também está esfriando, ou seja, não é hora de aumentar juros – diminuir o ritmo da economia – se os índices já apontam para isso. Mas como disse, o discurso do controle da inflação esconde a intenção de aumentar os juros, ainda que penalize o país, pois aumenta a dívida pública, hoje perto de 2 trilhões de reais, exatamente por causa dessa estupidez de juros estratosféricos. Em vez do país investir fortemente em infraestrutura, principal carência nacional, o país torra rios de dinheiro em bancos. Dinheiro que não traz um alfinete para o país, mas engorda porco gordo.

Pelo tamanho da pressão, o país deve perder para a especulação. Vem aí, o aumento de juros, para a felicidade dos banqueiros e afins. Palma para eles.

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