Há
uma pressão incontida sobre o Banco Central, pior que a febre do rato para que
aumente os juros.
O
que tem comandado a inflação, são os alimentos, porém, são fatores que estão
fora de alcance da taxa de juros. O tomate e a farinha de mandioca, que subiram
mais de 100%, não serão influenciados caso a taxa básica de juros venha a
oscilar para cima ou para baixo. Porém, especuladores e analistas anunciam o
fim do mundo e que o Banco Central já deveria ter agido – aumentado a Selic.
A
Taxa básica de juros – a Selic – pouco influi no consumo. Ela é mais eficiente
para conter investimento – o que é totalmente descabido nesse momento. Para uma
inflação de consumo, é preciso aumentar a demanda, e não restringi-la –
exatamente o contrário do efeito da contração de crédito causada pelo aumento
dos juros. Quando a produção não dá conta de atender a demanda, o melhor é
incentivar o aumento da produção, ou seja, um aumento da economia do país, e
não a restrição da demanda que mantém a economia do país do mesmo tamanho.
Acontece
que toda uma elite que vivia de juros, e garantia parte de seus lucros no
mercado de capitais, ficaram órfãos quando o BC murchou os 4 pneus dos juros no
país. Descontada a inflação, pela primeira vez o Brasil tem remuneração de
papeis equivalente aos países racionais. Quem quer ganhar muito que vá
trabalhar.
Quando
se ouve a choradeira geral por aumento dos juros, não é que haja uma
preocupação tão grande com a inflação, é que a inflação é a deixa para
pressionar o governo para voltar aos tempos em que se ganhava com a especulação.
Segundo
os indicadores, a indústria anda de lado, o comércio arrefeceu, ou melhor,
esfriou. A inflação de serviços também está esfriando, ou seja, não é hora de
aumentar juros – diminuir o ritmo da economia – se os índices já apontam para
isso. Mas como disse, o discurso do controle da inflação esconde a intenção de
aumentar os juros, ainda que penalize o país, pois aumenta a dívida pública,
hoje perto de 2 trilhões de reais, exatamente por causa dessa estupidez de
juros estratosféricos. Em vez do país investir fortemente em infraestrutura,
principal carência nacional, o país torra rios de dinheiro em bancos. Dinheiro
que não traz um alfinete para o país, mas engorda porco gordo.
Pelo
tamanho da pressão, o país deve perder para a especulação. Vem aí, o aumento de
juros, para a felicidade dos banqueiros e afins. Palma para eles.
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